11 de outubro de 2003

imaginem

Imaginem ( obrigado John Lennon),um grande estádio de futebol, tipo Maracanan, ou melhor, o maior estádio que caiba na vossa noção de espaço monumental . Coloquem um céu cinzento negro, emoldurado por nuvens de chuva, bem lá no fundo da imagem.( Aqui o autor, sentiu necessidade de se explicar, no que diz respeito à escolha do cenário. Teve intenção de colocar na imagem uma selva, tipo amazónica, mas teve receio que a noção de espaço, de grande espaço, do Homem Cosmopolita do Século XXI, ficasse limitada, já que mais facilmente reconhece a monumentalidade de uma obra sua, do que outras, de autores diversos, e ainda por cima desconhecidos )
Fiquemo-nos portanto com a dita referência pictórica.
Imaginaram?
Sim?
Continuemos então…Imaginem agora, um ser (sim, um ser vivo).
Para simplificar a reflexão e que se produza o efeito pretendido pelo autor, um ser vivo, raça: Humana, Subespécie: ingénuo, Idade: entre os 5 e 6 aos ( ou qualquer outra, não é de facto importante). Uma criança, suficientemente desalinhada no seu vestir (desculpem, falávamos de imaginação e eu entusiasmo-me sempre. A vestimenta fica ao critério de cada um que se der ao trabalho de continuar com este exercício).Agora coloquem essa mesma criança, algures nas bancadas do dito estádio.
Já está?
Coloquem-se agora no centro do campo e sentem-se.
Sim, pode ser no chão, ainda não começou a chover…( e também não é necessário ser em posição de lótus, se bem que até ajudava!)
O que conseguem ver?
Conseguem vê-la?
Quem?
A Criança!
Certamente que não!
E como a não conseguem ver, possivelmente nunca se questionarão por que é que aquela criança se encontra ali sentada e sozinha, num estádio de futebol de dimensões do tamanho de uma multidão.
Provavelmente, sentou-se ali a perguntar a Deus, porque se sente tão só!

Sem comentários: