30 de junho de 2016

Datas de nascimento


Temos duas datas de nascimento!__________! Uma, ___________ quando somos paridos pela mãe,

a outra,__________, quando somos paridos pela memória.

Somos o que nos lembramos. __________. O que não nos lembramos e que nos é lembrado por outros, são apenas reflexos, __________, estilhaços, __________, não somos nós!

Nós, __________, somos a nossa memória!


foto: universidade de aveiro

23 de junho de 2016

A força gravitacional do destino,

As noites amotinadas retiram-nos o sono, e desarrumam-nos a serenidade , como se o nosso eu, tomasse vida própria,__________, qual vulcão,___________, pegasse em nós e nos colocasse perante vazios que em desespero___________ preenchemos com imagens e
palavras,

___________intermitentes,_____________, tacteantes,

à procura de uma escuridão que nos serene os pasmos que nos inquietam.

Hoje foi uma dessas,
(noites)
entre muitas que me vão desassossegando o corpo em que  o eu, ( coisa estranha e indefinida) se pôs a desenhar.

Se quisesses desenhar a vida como desalinhavas o traço ? 

Foi a pergunta com que ele (eu) iniciou as erupções da alma.

Na desinquietude, disse-lhe  eu :__________, Com dois pontos!__________! Dois pontos definem claramente e precisamente a vida. Um marca o nascimento e outro a morte. Dois pontos, dois "começares" lado a lado. O que vai de um ao outro é o nosso caminho.


Foi nestas “desenhanças” ( pinturas nocturnas em que a alma nos sussurra verdades híbridas e confusas)que me ocorreu que a vida tem varias velocidades,__________, que cada um tem a sua velocidade e esta depende da força de atracção ( sucção) de cada um dos pontos e da influência que cada um deles tem no nosso caminho.

O ideal seria uma velocidade lenta em harmonia gravitacional ente cada um dos pontos.
Quando permanecemos jovens é evidente que o ponto inicial tem uma enorme capacidade de atracção que nos permitir caminhar numa velocidade quase parada, num equilíbrio sereno, entre os passos e a paisagem que nos cerca o olhar, tanto assim é que nem damos pelo caminho ( vida) ,mas em determinado momento é o outro ( ponto) que nos suga os passos e a velocidade aumenta.
Sabermos controlar os nossos passos é essencial para a harmonia entre nós próprios e os dois pontos que nos controlam o caminho, e essa serenidade, essa harmonia depende muito da nossa capacidade de ,__________, qual gaivota, ___________,sabermos pairar nos ventos, sem angustias nem tormentos.
Conclusões de uma noite desinquieta:

A vida tem várias velocidades em cada fase do caminho;
Cada um de nós tem a sua velocidade;
Cada um pigmenta o seu caminho de acordo com o seu olhar;
Os pontos de início (o começar) e de fim ( o outro começar) interagem "gravitacionalmente" na velocidade dos passos de cada um e na idade da alma (ver nota);
A idade da alma varia constantemente num sentido ou noutro , dependendo da posição dos passos relativamente a cada um dos pontos(ver nota);
A força com que cada um (dos pontos) interage com os nossos passos depende de cada instante e é cada instante que determina a força com que nos suga para cada um dos pontos.

Uma das formas de prolongarmos a distancia entre cada um dos pontos é estarmos atentos ás forças que nos sugam e aprendermos a pairar nos ventos que nos empurram…


nota : a distancia que nos separa ( em linha recta e mais curta) de cada um dos pontos, determina a idade da nossa alma . Exemplo: quanto mais curta ( mais perto) estiver a linha ( caminho ) do ponto branco, ( começar) mais jovem é a nossa alma, independentemente do comprimento da linha do nosso caminho em direcção do ponto vermelho. da mesma forma quanto mais curta é a distancia entre o nosso caminho e o ponto vermelho (o outro começar) mais anciã é a dita.

outra nota: entenda-se velocidade como a celeridade ou a vagareza com que nos aproximamos ou afastamos de um dos pontos,__________, não confundir com a velocidade com que temos a percepção do tempo correr, que dada a minha experiência  é precisamente inversa à outra  isto é , a velocidade a que me refiro no texto, diz respeito à velocidade com que os passos se afastam ou aproximam dos pontos, a outra , a que sentimos como brisa do tempo, abraça-nos com um sentir inverso , ou seja quanto mais perto estivermos do ponto começar mais depressa passa o tempo , enquanto que quando nos aproximamos vertiginosamente do outro ponto, mais penosos e lentos sentimos os nossos passos...
resumindo,___________, a velocidade a que me refiro no texto deverá ser tendencialmente o mais lenta possível, independentemente da distancia que tem relativamente a cada um dos pontos.

mais uma outra nota: relembro que estas palavras, desenhos, ou imagens nasceram numa noite irrequieta e rememoro que a inquietude gera grande confusão , pelo que admito que tudo isto seja para cada um de vós incompreensível,. `e o que dá quando nos pomos a retratar a loucura do bailado dos nossos neurónios.

In “Apontamentos para um manual da serenidade”, ou como o desenho dos nossos passos (ou a idade da nossa alma) depende do equilíbrio que conseguem imprimir , resistindo em cada instante à tentação da velocidade com que somos atraídos pelo ponto que se plantou ao lado do começar.

15 de junho de 2016

movimento(s)

O centro só é importante quando se move.
Parado é simplesmente periferia, é no movimento que o centro se harmoniza com o caminho e constrói futuros.

In "manual do aprendiz da serenidade", ou como só no movimento respiramos o amanhã, e fluímos no equilíbrio dos ventos...

11 de junho de 2016

o desenho e a escrita

A escrita que me escorrega das mãos, __________, são desenhos, __________linhas continuas do ver.

Respirações do olhar. __________. Não o ver dos “olhos”, mas do ver que me percorre a consciência e se fixa num pensamento e na __________ ilusão do horizonte.
O desenho, que escrevo, __________, não tem forma, molda-se em cada instante na musicalidade do sentir. __________. É dessa forma que gotejo palavras, __________, as minhas palavras.
A escrita, __________, a minha, é o meu MAR a esvoaçar na gaivota que navega ventos, __________ , dos ventos para os ventos…

Nem sempre o olhar antecede a escrita, por vezes é ela que dá corpo ao  VER. __________. Ilumina-o como se fosse semente.

Nota:O meu primeiro encontro com a pontuação desenhada (___________, esta linha que nasce entre pontuações ) foi através da escrita ( belíssima ) da multifacetada artista Betty Martins. Só mais tarde conheci a escrita de Llansol onde este tipo de pontuação foi intensamente usada pela autora .
Sempre tive necessidade de ter uma pontuação que traduzisse o vazio. Deixar simplesmente espaços em branco          não traduziam o peso  e a espessura do meu vazio, por isso de vez em vez adopto este tipo de grafia correndo o riso de me julgarem imitador, mas não me importo de correr esse risco. 

9 de junho de 2016

que idade tenho?__________________?

Não escrevo diário.__________. Provavelmente porque não vivo todos os dias.

Para viver é necessário beber o tempo e , __________, eu, __________ , nem sempre tenho sede, fico parado a pisar as tatuagens da memória.__________ .São dias sem tempo(s).

O dia tem luz,
a noite sombras,

um (des)dia*, aqueles que vivo sem diário, tem o peso enorme da solidão,__________, uma espécie de buraco negro, que aspira o próprio tempo.

Se vivesse os dias todos com diário era muito mais velho,__________, quando conseguir contar todos os (des)dias que (des)vivi , __________,saberei a minha idade.

* um (des)dia= a 10 metros de tatuagens de memória =10 quilos de solidão = um suspiro .__________.( não sei é quantos suspiros tem um dia.)

estátua(s)

Cinzelo o silencio, não de escopro e martelo, _______________, com pincel aguado em lágrima de colibri.______________________. então pintas ! ___________!não!
Esculpo!
O silencio tem todas as dimensões da alma!!!!!