7 de dezembro de 2011

estilhaços ( de rua?)

A silhoeta-da-alma, encontro-a no sal,

(cristal maior de uma lágrima que voa entre a lua e a negritude das sombras)…

No respirar das nuvens está o sol,

No sorriso dos olhos,

estou eu,

a desenhar sob os pigmentos-do-horizonte, que se fingem mar ao som de um pássaro a chorar na calçada da rua…

Atravesso a no silêncio dos bancos-sujos, de olhos fixos nas janelas do chão, e imagino caminhos, estradas-desertas, (setas?), que não sabem para onde vão,

Entre o céu-e-a-terra, estou eu, á procura da alma( consciência de mim? além de mim?) que se diverte sozinha empoleirada na cabeça do cão, que esvoaça,

A rua continua, nua, deserta,

Só as janelas e as árvores (persianas abertas?), voam entre as gaivotas que se escondem nas esquinas da cidade que navega sem velas,

E os passos ( meus?) seguem vagabundos a sonhar azuis no zig-zag das ondas revoltas…

Hoje,

estou,

estacionado à porta da rua,

a entrançar o tempo que se dissolve na chuva, no regaço da alma…

8 de setembro de 2011

vazios

escrevo,

no silêncio dos alísios,

sem fé ( nem crença(s)?)

cresço,

(só?)

dentro de mim, embriagado de universos…

regresso ( de cada noite?),

ausente

( sem o som das ruas, despigmentado de mim)

procuro o lugar do tempo ( templo?)

para me localizar e corro em bicos-de-asa ( a divagar?)

em pisa-que-pisa no lagar-das-madrugadas-serenas…

estilhaço-me no tédio-da-ilusão,

pão-seco de tempos cansados

na sucessão de noites desacordadas ( na luz-das-paredes-caiadas,

vazias?)

caio,

no marulhar da alma

sufocado no silêncio interminável dos abismos ( que me traem no sorriso da lua)

morro, nas asas-dos-pássaros-mancos que navegam na bruma…

um lugar que não me habita mas que me estrangula o horizonte ( inóspito labirinto que me navega as noites gravadas na desmemória dos saltimbancos loucos, coloridos de arlequins)

afago a sombra com o sol ( descolorido em águas doces) que voa entre as páginas desertas, em devaneios ateados no desejo de te pintar,

desnudada,

em tela, sem palavras, sem sílabas, sem símbolos,

pinto-te, na negritude do eu-que-me-finge,

pinto,

a noite

e escrevo

futuros,

(uma e outro, sou eu, separado de mim)

viajo no olhar de cada um que me tatua, para me conceber inteiro

e vivo-me sem cabeça ( como as árvores)

e respiro-me!

não tenho papel ( tela branca? ou de cor qualquer) para te desenhar,

por isso caminho nos pigmentos-do-sol ( que se transmutam em gotas de rio e desaguam nos ventos-das-nuvens-nascentes)

que brincam ( quase menino, quase criança) com o tempo-e-as-desmemórias, em jogo irrequieto de cores inventadas-no-anoitecer-do-sono e deixo-me embalar no suicídio-colectivo-das-palavras,

até sentir na pele-da-alma,

o vazio de mim

7 de setembro de 2011

guardião

Guardo entre os dedos da pele,

O caminho do mar,

Perdido nos silêncios dos passos,

Voo

Para nascente,

( sem destino outro

que eu-próprio-em-sol-poente)

6 de setembro de 2011

espera

Nos solavancos do tempo, vou,

em rumos desencontrados.

Procuro os instantes que aguilham o destino e pintam a cor do sorriso,

(areias sem deserto,

no desalento das noites,

aromas de angústia, a transpirar desejos).

Estou quase pedra (estátua?), sem raízes, na demanda das estrelas, como se o voar fosse o próprio universo e o sonho a luz que me respira (nas memórias de te sentir na pele).

Espero,

estilhaços que me abracem e me levem o sal, que transpiro…

23 de agosto de 2011

fantasmas?

Procuro uma cor para o som do sorriso,

procuro um silencio que me desenhe a alma e me conduza os passos.

Agarro-me ao vento,

na solidão da serra que passa,

lenta

por entre o pólen dos olhos.

Procuro palavras,

sonoridades das árvores que me cantam,

(contam?)

histórias de meninos,

mas todas me fugiram, ( as palavras?) .

Não tenho palavras que me cabem nos sorrisos, por isso procuro cores,

(talvez me digam onde se esconderam os sons do meu olhar…),

Estarão ( talvez) na noite,

densa de estrelas, a ouvir os mares em vai-vem de gaivotas,

Brancas

( fantasmas de mim?)

25 de maio de 2011


tenho o infinito no redor dos olhos que me entrelaça os passos e me tece os sonhos

( mares da figueira / andorinhas do mar - maio de 2011)
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desenho cidades ao fundo do horizonte para resistir a ir
além...
sou desenhador,
de muros
( que me portegem do sonho!)

casa de cegonha
vale do mondego - maio de 2011
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18 de maio de 2011

areias?

Tenho,

nas palavras ...................................(escondidos?), grãos de areia ( pólen-do-mar?), que lhes dão brilho-lunar e lhes desenham voos esquecidos…

Cada uma,

é um mar que destina memórias ( em dias de chuva?),

Cinzentas?

São palavras criança, ( envelhecidas!)....



brincadeiras
Londres - Park Lane road
Abril 2011
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25 de março de 2011

moinhos.de.sol

tens uma viagem a bailar.te nos olhos

que brilham na cor do desejo.de.partir no pólen.da.lua..

mas ficas,

agrilhoado.nas.nuvens que gritam.aguas.doces.

tens um trilho a esvoaçar nas calçadas das ondas ( brancas) da cidade que se ri das sombras ( negras), em velas que flutuam nas veias que correm no sangue quente de quem ama,

tens um desenho silhueta de sorrisos que te abraçam a alma, em viagem de corpo.

de corpos que se fundem num beijo que se cala em baladas de silêncio…

é esta a minha existência… pisar futuros e pintar horizontes que emergem das nuvens

tens um voar nos olhos entre mares vivos que troveja, sorrisos.de.memórias.adormecidas....

tens a musica.das.chuvas a fantasiar sinfonias no sopro do vento.esquecido…moinhos.de.sol a sacudir sonhos que esculpiste sozinho…

tens uma viagem nos olhos que te cegam o aqui!

24 de março de 2011

pó de lazuli

percorro.me ( passeio.me?) clandestino.de.mim

transpirado de sombras

em fronteiras feridas de lazúli

( lápis rocha sem fim)

aqui,

em cinzas de marfim passeio.me (procuro.me?)

ponto.por.ponto

lamina d’alma que parte sem ti...

16 de março de 2011


muros
Lisboa-Janeiro 2011
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des(aguares)...

No desequilíbrio da sombra, ando, no vagar da noite, entre navios que gritam nevoeiros e gaivotas enlouquecidas de cheiros ocres.

Ando, no fio da linha que me “enzola” na vida, e nas cores que insistem adormecer o sol.

Caminho no fuso do tempo, a colar memórias que se estilhaçam no sopro da lua, em “desaguares” nocturnos.

Tomo o corpo do Rio, e desenho margens para que os navios se acalmem na noite que não finda.

11 de março de 2011

diluição ( submissão?)

……e, a gaivota ………….. ( porquê sempre ela?)…………disse-me:

ESPANTA.TE!

resisto. fecho.me. isolo.me

mas,

ela insiste ( porquê tão presente? tão estridente? tão urgente o teu voar?):

ESPREITA!

adormeço no labirinto de mim e esqueço-me…( do esquiço?)

mas,

ela esvoaça, rodopia incisiva, agreste ( inadeável?):

PINTA.TE!

E ela ( sempre ela, branca , irrequieta, salgada) rasga.me a noite e ecoa.me :

MARULHA.TE!

e eu,

temente,

fui,

a sorrir.me no azul-branco das ondas a fingir-me horizonte…..

9 de março de 2011

re,visita

tens andado difuso.

escondido.

quero.te nas veias dos olhos,

irrequieto.

traquino.

quero.te meu, em mim, a passear.me no eu.

resistente.

autentico.

menino-gaivota,

menino azul, porque te escondes?

porque dormes ( dissolves) e me adormeces o ver?

acorda!

(re)visita-me !

esta ausência,

esta lágrima que me arrasta a névoa, na cinza do vazio, vomita a solidão que se me cola na pele.

( diurna, difusa, informe que se alimenta na negritude das noites desvividas).

esfumo.me em azuis púnicos que se atropelam e comandam o sentir.

e eu aqui . inerte a consumir-me .

acorda!

3 de janeiro de 2011

pedra ( cristal?)

Escrevo, Normalmente no vazio, A respirar desenhos que não sei pintar, Caminho no que escrevo.

Passeio-me no ar que me pensa , que se impregna de mar e vagueio-me, sem vagar.

Vagas da noite...

Escrevo, A sonhar.

O que se passa entre os passos do voo , e o que não se passa no meu olhar, é o que resta da luz que ficou por desenhar, e é aí nesse vento, no desalento da noite, que eu estou.

Pedra e Cal!