Por vezes,
(muitas)
caio num labirinto-de-mim, como
quem escorrega num quarto escuro e perde o sentido da porta,
no caso,
da porta-de-mim.
Não sinto angustias ou desesperos.
Nesse instante transformo-me em descobridor,
em explorador de mundos perdidos, permitindo-me a aventura de me
reinventar…
Quem perde a porta de si, pode
ser qualquer coisa e nada o poderá surpreender, mesmo que se mimetize em
sombra,
em borboleta,
gaivota ou serpente.
Quando tropeço nesse labirinto,
e me mergulho inteiro nele,
sou certamente um mau pastor de
memórias…
Transformo-me em garimpeiro,
mineiro -de-mim,
sem saber se procuro cristal, ou fóssil,
se a luz do túnel,
ou simplesmente as aguas do rio.
Nestes momentos sou certamente exemplar
de estudo para um psi, seja ele quiatra, ou cólogo ( não lhes sei as diferenças de oficio,
provavelmente o primeiro é um lapidador de cristais, ( ferreiro de cristais?) e o outro um polidor, mas
certamente ambos ourives da mente).
Vezes há
(algumas)
que neste estado, perdido de mim
e em mim,
jorro palavras de sangue,
não que sinta dores,
raivas,
tumultos, ou intranquilidades…
Estas palavras-sangue, fluem
na procura e alimentam-me a descoberta, mantendo-me atendo à
realidade-nua-e-crua-do-sonho…