24 de janeiro de 2010

as guardiãs

Todas as imagens tem uma história, esta tem uma vida própria, uma espécie de encantamento, de paixão e de amor. Não houve subjugado nem domador mas sim uma fusão , um dar de mãos… tudo começou acerca de quatro anos. Foi amor à primeira vista. As “guardiãs” entraram-me pelo olhar e fixaram-se. Correu-me pelo corpo o quente da descoberta do belo. Ali, naquele monte estava uma imagem à minha espera. As fotografias nasceram em mim como os poemas, primeiro existiam apenas para o meu olhar. As imagens fixavam-se em mim, mas eu não as roubava. Apenas as sentia e sorria. Com os poemas esta comunhão íntima era idêntica. Mas tarde senti necessidade de gravar, de pintar, de esculpir o que sentia, a minha memória começava a atraiçoar-me, perdia-se no tempo e comecei a escrever e a fotografar. As guardiãs demoraram mais de quatro anos a renderem-se ao meu Ver, resistiam a ser fixadas por mim. Situam-se num morro da A8, no sentido Norte Sul, muito perto da saída para Mafra. Faço esse trajecto vezes sem conta, mas razões de acasos sempre me impediram de as trazer comigo. Ora me esquecia da máquina, ora tinha a policia a impedir-me a paragem na auto-estrada, ora chovia, ou chegava sem luz… desencontros atrás de desencontros. Há cerca de um mês a região do Oeste foi castigada com um valente temporal. A primeira coisa que me ocorreu, foi ..."as Guardiãs"…teriam aguentado?
Uma espécie de fé percorreu-me a alma.
Sabia que lá estavam.
Eram guardiãs.
Estarão lá sempre!!!
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21 de janeiro de 2010

no silêncio das palavras ( que se sentem)

Estão presas nas entranhas de um vulcão adormecido,,,
as palavras

Agrilhoadas aos olhos das pedras,
as palavras

raízes laceradas,
na terra,
as palavras


Sorvidas, na pele da chuva,
cansadas
corroídas…

Sangue da alma, diluído de raiva
nas palavras,

frígidas,
descalças
nuas…

no silêncio das calçadas

gastas

das ruas

sem palavras...

20 de janeiro de 2010

um dia



Um dia saberás como costurar os sonhos no céu, como misturá-los no olhar e semeá-los no mar…
Um dia,,,saberás como eles se moldam no sentir , como se colam aos poros do vento e nos reflexos da chuva…
Um dia,
saberás ouvir o suspiro dos pássaros que te abraçam o ver…
Nesse dia,
Verás o sorriso da alma a nascer…

6 de janeiro de 2010

pigmentos de mim

Escrevo,

na linha das ondas

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,monólogos errantes


o homem

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,que lavra sementes


no espelho

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,o grito das nascentes

(que me lavam a alma em melodias ausentes)


na pele

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,o suspiro dos amantes…

Escrevo....

no olhar da lua-poente...

( pigmentos de mim!)

3 de janeiro de 2010


ao sol
figueira da foz
dezembro 2009
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O silêncio ( por dentro)

Entro no silêncio dos passos e dos pássaros que me invade memórias, lágrimas e gritos culpados,
(ácidos…)
e turvo no peso que me curva no vazio dos ventos,
perdido no ventre das pedras…