7 de fevereiro de 2017

duvida



Tem a flor, ou fruto,  a liberdade  de  o não Ser, vivendo  na seiva da árvore?

Será a flor, ou fruto,
nascendo,
outra coisa que não árvore, flor ou fruto?


Ou liberdade de Ser é apenas aquela com que se olha e se desenha o jardim?

2 de fevereiro de 2017

tempo ( estados)

Porque me oferece o “tempo”, estilhaços endiabrados de um menino-colorido-em-bibe-de-xadrez-azul, a pintar freneticamente todas as estrelas do céu em mil cores, num pedaço de nuvem que lhe esvoaça no olhar?

Que “tempo” é este que se mistura no horizonte e me atropela o futuro em cada instante do presente e que me sorri nos lábios-dos-olhos?


nota: insisto em desenhar a palavra “tempo” e não “memória”, porque a memória limita-se a bailarinar imagens, mas o tempo , esse transfora-as e dá-lhes vida real que nos travessa o olhar , o sentir e o corpo...

1 de fevereiro de 2017

irrequietudes diurnas

A melancolia da noite, invade-me o respirar e mimetiza-se no sangue, como um infinito vazio
(labirinto?)
a anoitecer-me o dia,
que endiabrado e irrequieto insiste em ser permanentemente futuro...


tocar ( sentir ) uma cor

O teu corpo sente-se azul,
o meu,
um nada,
aguarelado de ti,
(em ti).

temos o mesmo azul a colorir o sonho de nos sermos, 
(eu e tu).


nota:Sentir uma cor é desenhar o que os sentidos formam,  de olhos fechados e encontrar no escuro a suavidade da luz que nos toca e a transforma em sorriso ( “sorriso” é a melhor palavra que encontro de momento para colorir o prazer)

aparição

Apareceu-me o "tempo"...
Assim,
de um nada,
ali estava à minha frente,

(intrusivo,
persistente...)

Parei
a olhá-lo em silêncio,
permitindo-lhe que preenchesse por inteiro a ausência...

Respirei-O lentamente,
como quem degusta aguardente velha
quente,

a evaporar memórias