8 de junho de 2021

res ( expirações)

a cidade respira pelos poros das pedras,

eu, 

pelos olhos da gaivota.

ambos,

esculpimos as ruas desertas de sombras,

entre mim e ela, há um azul imenso

imerso de futuros

4 de junho de 2021

visões

o que vejo é um fragmento que me abraça inteiro,

sem ciências nem matemáticas

(des)futuros

não tenho futuros,

tenho um aqui,

um agora que sopra destinos...

o meu tempo é o meu ar, o meu vento,

tudo o resto é um vazio que se esconde no grito do olhar...

1 de junho de 2021

longitudes

 lá longe estou eu e o mar,

a desenhar o horizonte,

quase gaivota a abraçar a sombra da lua,

lá longe estou eu e a cidade,

sepultado nos estilhaços da calçada, ao som do soluçar dos pombos,

( nas horas-perdidas-de ponta...)