23 de julho de 2004

desencontros em teatros de vida(s)

Em situação normal nunca teria ido por aí.

O caminho não era o dele.

Imaginara-o vezes várias, sentira-o com todo o seu olhar, mas sabia que só o viveria numa vida paralela, entre o sonho e o seu caminho. Espaço, sem tempo que existe no sentir, que chega a ter vida própria, mas que apenas cresce e floresce dentro de cada qual. Mas este era real, tocava-se para lá do olhar, tinha corpo e alma própria, não saía de dentro da lamparina de emoções que lhe habitava o ser. Era soma de si, por isso foi de olhos fechados, cheio de sentir. Foi, inconsciente, encantado, cheio de novas cores, de desenho vivo, que se transformava em palavras e em vida.

Ainda não sabe o que o levou a ir, por caminhos que não eram os dele, pois sempre controlou emoções, sempre as viveu sozinho.

Um dia, como que acordado de um sonho, encontrou-se no meio do mar, sem pontos de referência, apenas ouvia sussurros de ecos trazidos pelo vento, que lhe indicavam, sinais e sentidos. Criou forças e seguiu o seu caminho, imaginando rotas e atalhos (estranhos atalhos os que se encontram no mar que cada uma das nossas vidas contém). Quando acordou, voltou a ver as cores que lhe pintavam o existir.

Estava tudo lá, no seu cenário.

No cenário que tinham criado para se ver na vida!

Só não teve coragem de olhar par atrás.

Sabia que os seus passos, fora do caminho, tinham pisado outros olhares, que sem querer se misturaram no sonho sem perceber que as cores que o iluminavam, reflectiam cenário outro.

2 comentários:

D disse...

E sem medos olhou para a frente.

Anónimo disse...

.. Que esse cenário outro te prencha a vida com cores de paz e felicidade