14 de dezembro de 2004

saber não ser...

Tentei desesperado desenhar uma flor que não queria existir. Fugia-me do lápis em gota de aguarela, envergonhada.

Escondia-se em cada pedaço do olhar que a inventava, triste, desfragmentada.

Não me desenhes, se não me sentes, se não me ouves, se não me cheiras. Não basta que me saibas a cor, disse-me baixinho para não me envergonhar nem me fazer sentir dor.

Como era linda, a cor daquela flor…

6 comentários:

Águas de Março disse...

A modéstia delicada dessa flor, traz-me à ideia qualquer coisa do petit prince..
E então? Seguiste-lhe o concelho?
Bjo
Ana Maria

BlueShell disse...

Não a pintaste pois não??? ÂH???
...da Galáxia, BShell

fernanda dias disse...

Como eu percebo essa flor, uns dias envergonhada, outros, fazendo exigências absurdas, numa tentativa tonta de chamar a atenção do pintor..
Esconde-se num pedaço de olhar, para depois lhe saltar ao caminho, orgulhosa da sua vestimenta de mil cores, gritando surdamente “Estou aqui!”
Tem a esperança de que lhe saibas a côr, e que um dia lhe digas que perfume ponha para te inebriar.
Resmungando, entre pétalas, que tem vontade de se fechar em corola amuada, e só se abrir em sol de Primavera!
Beijo

D disse...

deixo-te um beijo repleto de todos os que não te fui deixando aqui

musalia disse...

e porque teimas em desenhá-la se ela não quer...fazê-la sorrir, talvez...
Beijinho, Almaro.

lique disse...

E nesses casos, amigo, mais vale não teimar. Para quê desenhar a flor da qual só sabes a cor? Por mais bela que ela seja... Beijos