31 de janeiro de 2005

(des)pedaços

Escuto o silêncio com a curiosidade de nomear o que sinto.

O frio escondeu as cores e desoriento-me nos sentidos...

Não sei se é da espera, se da tempestade-da-alma que me navega em zanga sem ventos nem lágrima, mas prendo-me nos passos que me fogem sem sombra. ( os sentimentos não têm sombra, são inteiros de olhar…)

Fico-me,

fixo,

sem reflexo,

nem imagem.

Até a memória se ri em imitação de palhaço e eu continuo sem nome para o que se perde no tempo, sem vida, desarvorada . ( desenraizada?)

Não vale a pena esperar, vou inventar todos os nomes do sentir e arremetê-los ao mar,

cada um,

na sua garrafa-navegante, a fingir-se história, despidos,

cada um,

nu,

despedaços de poema,

desfragmentados de mim ...

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