12 de janeiro de 2005

oiço uma flauta-de-pan a cantar sozinha...

Passeio, descalço-de-olhar, a repintar o azul. Respiro as cores e a brisa, sôfrego do ver, do Ser. Passos de desenganos, desenhados, pintados ao amanhecer. Calo-me de palavras. Oiço o que o sentir me (re) escreve , mudo…Almocreve, tocador, cantor, de sonho-surdo...Oiço, o ar, que dança, salpicado de cor. Sopro as nuvens , esgrimo o sentir, sangrado, sagrado, vivo, que emerge do existir. Desenho formas, sem contorno, desmoldadas, novas, minhas, disformes... linhas.

Passeio em voo lento, sem vento nem alento. Atento .

Ah, fora eu um GRITO, e toda esta névoa de mim, fugia sem sentido.

Paro ! Oiço, tudo , até a fantasia de ser esta maresia que me corre na alma-bailarina que me diz, poesia...

3 comentários:

fernanda dias disse...

Independentemente daquilo que te pode ter "inspirado", este foi um dos teus textos que mais gostei. Até hoje. Obrigado por teres trazido alma ao meu dia. Beijo meu e de quem gosta de ti...

musalia disse...

Sigo a tua poesia e deixo-te um beijinho amigo.

BlueShell disse...

Todo tu és poesia...
Beijo, BS