2 de março de 2005

desassossegos deambulantes

Passeei na Cidade Grande com passos preguiçosos.
Estava sossegada, nos seus silêncios…até as janelas se divertiam em sombras-de-vidros, com cores atrevidas…
Dilui-me, desassossegado, transformado em sussurros-que-olham-em-ecos-surdos…
Há um choro árabe, quase fado que se derrama em ruas, no olhar, como se a existência se concentrasse inteira num só grito…

5 comentários:

Fátima Santos disse...

sede de soprar os papéis
todos os papéis
fome de os ver subir subir
formar uma nuvem
desejo da chuva deles caida
uma chuva de letras
uma água sem gotas
uma água seca
a (ir)realidade do sonho

sede fome desejo d'O sonho

A vizinha do lado disse...

Conheço tão bem essas janelas, o choro que delas sai, as ladainhas constantes feitas música de fundo de uma cidade assim grande, que aqui quase podia sentir-me em casa.

Anónimo disse...

E eu que da cidade fugi, para me enterrar viva no campo! Bj da Fernanda

folhasdemim disse...

É um sossego espiritual deambular por essa suras. Betty :)

folhasdemim disse...

essa suras = essas ruas, claro! (shame on me)Beijos