tenho uns olhos em forma de lápis, mas nem sempre de cor...
Sei que sou esquisito mas a vida moldou-me assim... ganancioso de SER por inteiro e não me caber por inteiro em mim.
3 de outubro de 2005
sede
Bebi um verso, Sôfrego de cor, No calor-do-não-estar-aqui… Bebi-o! Todo, para respirar e perder-me no olhar, sem dor, por ali…
Sentir o corpo nas margens todas as manhãs completos os oboés da infância portões inadvertidamente abertos trazendo uma música suave campos alísios de terra exposta qual peito sem escudo respiração profunda lenta... uma gota de suor que cai das têmporas do tempo sede... de sabor a sal que rega a tua memória na filigrana de um sorriso
"Pedem tanto a quem ama: pedem o amor. Ainda pedem a solidão e a loucura. Dizem: dá-nos a tua canção que sai da sombra fria. E eles querem dizer: tu darás a tua existência ardida, a pura mortalidade."
como se comenta (n)um poema? sentindo o que o poeta não sentiu e só a gente sente do verso que ele pariu/gerou e mais ainda, nada dizer de palavra senão que seja outro diverso poema antes sentido pela gente tão profundamente que ao escrever ele seja tudo tão diferente que parece mais e sempre um poema de silêncio um abraço
6 comentários:
Sentir
o corpo
nas margens
todas as manhãs
completos os oboés da infância
portões
inadvertidamente abertos
trazendo uma música suave
campos alísios de terra exposta
qual
peito sem escudo
respiração profunda
lenta...
uma gota de suor
que cai das têmporas
do tempo
sede...
de sabor a sal
que rega a tua memória
na filigrana
de um sorriso
Um beijo
Pintando
cada ápice do olhar
como uma aguarela
respirando
apenas da luz
do colorido.
E perdido de cor
vou...
Caramba, homem, também não era preciso tanto!
[pronto, lá vem esta estragar os comentários aqui do sítio! Mas alguém tem de animar isto, não?]
"Pedem tanto a quem ama: pedem
o amor. Ainda pedem
a solidão e a loucura.
Dizem: dá-nos a tua canção que sai da sombra fria.
E eles querem dizer: tu darás a tua existência
ardida, a pura mortalidade."
(Herberto Helder)
Um abraço e grata pela tua partilha ;)
como se comenta (n)um poema? sentindo o que o poeta não sentiu e só a gente sente do verso que ele pariu/gerou
e mais ainda, nada dizer de palavra senão que seja outro diverso poema antes sentido pela gente tão profundamente que ao escrever ele seja tudo tão diferente que parece mais e sempre um poema de silêncio
um abraço
Verti um verso ali...e a saudade senti...
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