14 de junho de 2006

ainda a cegeira escura que navega no (des)VER

Entrei numa Nau que rangia medos,
sem vela
nem ventos…
Quem a leva são os gritos,
os sonhos,
os mitos…
Caravela-caverna,
escura
cega,
dos olhos que fogem,
sem luz,
aflitos..

Construí um castelo,
no mar,
sem ameias nem muros,
( só de gaivotas,
a voar)…

São gritos de criança-fome,
almas esquecidas
a chorar,
que navegam perdidas
na dor do destino
que lhes suga o ar…

11 comentários:

Anónimo disse...

Muito, muito bonito:)

BlueShell disse...

Almas esquecidas...como esta que meu corpo veste....
Tinha de voltar...sabes?
beijo
BShell

Nani disse...

está realmente bonito...porque sentido mas principalmente porque ritmado ..musicado...poético.
estas um artista mano.
muitos beijos e saudades
nani

BlueShell disse...

Não sei o que se passa comigo...não descolo daqui....

Jinho,
BS

Amita disse...

Muito tempo vagueei por aqui a ler-te. Do belo do imenso que encontrei levo um pouco comigo... e
te deixo uma flor e um doce sorriso

Fragmentos Betty Martins disse...

Querido Almaro

Como se estátuas de granito
fossem
desvanessem o relevo
com o tempo
assim
morrem
no tempo do silêncio
as verdades
que ao homem aparecem
às vezes no
relâmpago dum grito...

Um beijo grande

almaro disse...

ana: pode a tristeza ser bonita? é no fundo e na fronteira da pele, sentida, e é no sentir que avançamos no querer ir, e no querer mudar. Por isso gritamos a dor, por isso escrevermos a dor...

almaro disse...

blueshell: volta sempre, não há portas nem janelas neste navegar sem sentido

almaro disse...

Amita: leva contigo o que quiseres, tudo o que aqui escrevi tem a liberdade própria de navegar com o sentir. Leva o que se colar ao teu sentir, dá-lhe novas formas, novas cores...Leva todas as cores que se pintam entre o preto e o branco...

almaro disse...

nani: tem o ritmo de um batuque...de um grito soluçado entre lágrimas de quem já perdeu a esperança de um dia descobrir o prazer de um sorriso

almaro disse...

betty: lágrimas de pedra, duras, esculpidas de dor, sem forma, sem vida, cegas de amor.