Cruzei-me com um jardineiro,,,varria palavras, uma-a-uma para a terra, com o cuidado todo de quem acaricia (semeia?) uma flor.
Disse-me em surdina que
“…plantava histórias. Que o seu jardim estava a transbordar de histórias, em vapores de poemas. Que era ,,,( o seu jardim), uma floresta que só os pássaros e as borboletas ouviam.”
Disse-me ( ainda) em segredos que
“…passava a noite a esculpir palavras-semente”
e que andava na ideia,
“…de esculpir a mais maravilhosa das sementes”
mas que
“…só lhe sabia ( ainda) o Nome!"
Chamava-se,
“…Humanidade”,
disse ele,,,
mas que (ainda) não sabia
“…qual a forma que haveria de lhe dar. Um pequeno nada e deitava tudo a perder"
podiam os pássaros,,,no desleixo dele
“ …deixar de cantar
e,,,
enlouquecer…"
4 comentários:
Li este texto ontem, quando cheguei a casa. Fui debruçar-me sobre os meus canteiros como se o "teu" jardineiro por ali tivesse passado. Acho que deixei cair na terra algumas sementes de sorrisos pois cresceu-me um enorme no rosto que ainda não consegui fechar...
Beijo grande
maria alfacinha: como gosto,,,desse sorriso,,,semente...(quase musica, quase canto,,,suave,,,certamente...)
pois é esse teu JARDINEIRO deve ter-se enganado na elaboração dessa semente HUMANIDADE... é que os passaros andam a cantar cada vez menos e os jardins do planeta cada vez mais sombrios e sem vida....
beijos
nani: mas esse, é outro jardineiro, talvez por isso este ( que não meu)ande tão preocupado e indeciso,,,talvez um dia ouse esculpir semente que afinal ainda só tem nome...
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