na minha morte,
há um pássaro,
uma gaivota,
e um mar perdido nos horizontes.
(há vento,
em sussurros azuis,
a cantar…)
na minha morte,
há uma flor,
uma!
uma só,
rubra,
num labirinto imenso de verdes…
na minha morte,
estou só eu,
e os outros todos que me
desenharam nos olhos o sentir,
todos eles a esvoaçar (dançar?) nas velas
da nau catrineta...
ao fundo, .entre instantes (
fugidos do tempo)
há uma bailarina cigana,
saltimbancos ( muitos )
e um palhaço
que nunca quis ser pierrot ou
arlequim,
mas nunca conseguiu deixar de os
ser
aos dois,
num,
só ( pintado por negreiros!).
sim! na minha morte há um quadro
de almada,
de linha infinita, a desenhar o universo ,
como só ele sabe.
a única linha infinita que conheço é o
circulo,
onde cada ponto é começo e fim
simultaneamente,
sem matemática.
nela, (na minha morte) não há
matemática nem filosofia,
porque a vida que me correu no
ver, andou sempre sem uma e outra,
perdida na poesia.
na minha morte há um menino( de
cabelo negro-lazúli , quase índio),
um só que me diz adeus,
escondido entre as pétalas da
papoila,
a sorrir ao ver-me ( finalmente)
partir.
esse ( menino)ficou ali
entre os verdes e a papoila, eternamente rubra, a olhar o universo e a
desfragmentar o tempo em tons de (a)mar…
na minha morte há um silencio a marulhar serenidades... ( saudades?)
talvez, mas essas ficaram tatuadas nos olhos do menino ...
( escrito, ou desenhado durante o concerto de hoje dos amor electro no coliseu dos recreios!)
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