8 de julho de 2004

ás voltas com um dia não, que voou até à minha mão

Contaram-me a história de um dia não, ou melhor fizeram-me pensar, como se preenche um dia não.

Fiquei parado, a imaginar, a imaginar-me, a percorrer os espaços de um caminho que se dirige para um dia assim, feio, careta-amargo.

Assim como?

Um dia cheio de vazios de sentir!

Um dia que anda ao contrário!

Onde as estrelas são negro e o negro luz!

Um dia que não cabe no olhar, um dia que não se sorri, que se despinta, que se desnuda, frio de Ver!

Um dia, não, é um livro que deixa escorregar todas as suas letras por entre as páginas que se viram, ao vento e se amontoam, em pirâmide de sal, salgado, mas negro…

Que fazer a todas aquelas letras que já foram história, já foram sentir, já foram palavras de poema, já foram sentires de amor e agora são letras que só por acasos caóticos formam a palavra não, ou palavra qualquer?

Fecho os olhos e pinto, um não, sem cor, traçado-escrito, no vazio, só para sentir que ele está ali, preso na palavra, preso na escrita e ...

sorrio,e gargalho-me e corro contente, alegre-palhaço, alegre-menino, a avisar toda a gente, a anunciar o feito, o acontecer...

Escrevi-o!

Prendi-o!

Fechei-o, guardado no papel!

Queimei-o!

Volatilizei-o!

Hoje já não há mais dia não!

Agora conta, menina, conta a tua história, para amanhã vermos todas as cores da tua estrela…

2 comentários:

D disse...

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D disse...

Tanto erro no comm anterior! Tinha acabado de acordar, é o que dá. Lê-o antes assim:
O dia não acabou comigo no escuro iluminado pelo luar. Re-ouvindo a palavra que li e nunca pensei me a escrevessem assim. Um dia não que agora não sei se sequer foi dia. Terá sido um sonho?