27 de outubro de 2004

cores silvestres

Agarrei em três cores do campo, silvestres, e espalhei-as no olhar, violeta-amora, azul-papiro e amarelo-sol, desenhei um circo, sem vermelhos, sem palhaços, sem sombras. Era a equilibrista que me fascinava o desenho e que se movimentava sozinha nas cores. Estendia-me as mãos, em abraço colorido a assobiar sussurros em ventos leves “vem, vem”…

Não fui, mas pintei…

14 comentários:

Andrea Cristina disse...

OI!
Adorei seus textos...
São realmente lindos, espero por uma visita sua.
Um grande beijo:)***

Lola disse...

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

PABLO NERUDA

fernanda dias disse...

Estava a pensar dar-te uma “folga”, mas tu provocas…
Depois de espantada, animada, desvairada, ciumenta, agora fico esperançada…
Porque só tu podes pintar com cores que se inventam a cada batida do coração e que nem me atrevo a imaginar.
Consegues um circo onde me posso mover sem receio, porque não há palhaços (que me aterrorizam desde criança), e como não há sombras, nem medo tenho que a equilibrista possa cair, de tão perdida em mil cores…
Também eu te estendo as mãos.
E tu escreves 5 linhas, a que eu respondo com o dobro.
Não me podem chamar, de novo, somítica… Beijo

Luna disse...

fico sempre com a mesma duvida...
chegou a ir ao porto de abrigo...chegou a perde-lo de vez...porque pinta e não vai...serão as palavras só por serem...exprimem algum sentir. Sei que não tem que ser sentir e ser só palavras, mas fico curiosa se serão dedicadas ou não?

almaro disse...

a Luna, porque perguntou e eu não resisto a uma pergunta e não tenho meio se não este de chegar até ti: Não há palavras só por serem como não há vidas só por serem. as palavras tem alma própria e viajam sempre para alguém. são sinais entrelaçados no sentir. Como um desenho, como um beijo, um verso ou um afecto são dirigidas a alguém. Doutra forma, então sim seriam palavras mortas. letras sem desenho, sem cor.

BlueShell disse...

Porquê a equilibrista? Já te perguntaste?Bjs

pipetobacco disse...

{ ... pinto mas nunca [cores] […] mas tu […] nesta aguarelas [pintas] coisa belas © de[mente] ... }{ abraço }

almaro disse...

Blueshel: por amor de Deus, não me façam perguntas, que vou ter que responder, e o tempo parece um foguete que não deixa rasto, mas foge-nos à velocidade da luz!
Desabafo feito, aproveito para pedir desculpas a todos os outros que terminaram o seu comentário sem um ponto de interrogação ou sem uma dúvida. Não pensem que ficaram em ordem diferente no afecto e no carinho que tenho por todos os que sem querer vão alimentando a minha vontade de aqui continuar.

Quanto há pergunta, esta não tem resposta minha querida blueshel, não não é preciso nenhum divã freudiano, nem coisas outras do género. É equilibrista, porque a imagem que se me derreteu no olhar era linda. talvez …sim…admito, passei três dias à procura de equilíbrio…equilíbrio puxa equilíbrio, e pronto apareceu no sonho que se pintou.
Fico-te grato e cheio de sorrisos por não teres perguntado o porquê do azul-papiro ou da violeta-amora, questões muito mais difíceis de resposta que me obrigariam a reflexão profunda e certamente levariam a sonhos outros com leves traços de amor e afecto, mas essa história querida concha de azuis muitos, não te vou dar ( eh! eh!).
Sei que vais entender que esta resposta é uma brincadeira que apenas pretende fazer-te sorrir, num dia que te sei particularmente aflita…

Luna disse...

obrigada pela resposta.
calculei que tivessem destino senão não valia a pena escreve las com tanto sentir.Para que não diga que não tem outra maneira de me dizer aqui fica o meu link http://loucuraenata.weblog.com.pt/, espero a sua visita

musalia disse...

Pintar é já uma forma de ir, de se dar, de revelar...
Beijinho, Almaro.

M.C. disse...

Sabes homem grande, acredito que no fundo, independentemente das cores que se usam (e até podem entrar os palhaços) no fundo todos nós tentamos descrever o amor, entendê-lo. um abraço do coração

Fátima Santos disse...

Almaro!Almaro! que dos sentires se espantam os dizeres e quebram indecisos os vocábulos! em cada canto onde passo deixo um tanto! e aqui,e noutros cantos, por muitas vezes, fica-me assim, de sincero eternecido e grato, o meu sentir pasmado (pasmo tanto!) olhando o que não está o que descobre o que é para lá do que em dizer de pouca letra se desdobra solta irradia magoa e ri e chora e desaba e ...Almaro! tu O sabes tu!sabes de sentir que é mais do que o dizer que o escrever pintar desenhar musicar teatrar embalar parir conversar amar(talvez seja só isso! amar!) e/ou(?!) ...apenas (?!) ficar a contemplar a serra o mar uma formiga o trato de criar de uma aranha...sei lá eu! que sei... é neles se faz, mas sempre se alonja! se aquém! de esse fica o que não se vê se diz se exprime e afinal é nele que o que se exprime e é! Almaro! em momentos, muitos, apetece apenas fazer shuuuut...e sair de mansinho deixando em sombra um arco íris a desfazer-se em bola de silêncio...shuuuut!!! eu não disse...pensei..senti...shuuuuu...

rfarinha disse...

A vida em tons de festa e arco-íris ;) bjs

Andrea Cristina disse...

Ola! querido amigo!!!
Obrigada por ter sido o primeiro a comentar em meu blog.
espero manter nossa pequena amizade por muito tempo...

Um grande Beijo e um abrço carinhoso.