19 de outubro de 2004

um dia alfaiate com olhos de mostrengo

O dia parou de repente (naquela precisa hora, naquele instante em que nos distraímos do existir) e debruçou-se, inteiro diante mim. Tinha olhos gigantes, cheio de “interrogares”.

Fingi-me formiga-caracol, em silêncios de respirar…

Mas era teimoso este dia.

Agarrou-me, louco, zangado, autoritário,determinado e vestiu-me com todas as cores do Eu que tinha escolhido para mim .

Com o mesmo repente, desamarrou-me no tempo.

Fui, sem perguntas, pelas ruas que ele pintou para mim, recheado de "decidires"

15 comentários:

Lola disse...

E amanhã, decidirás tu as cores do dia Mostrengo que acordará doce. :-)

musalia disse...

Um pequeno dia, num pequeno momento, em pequenos medos. De múltiplas perguntas ao encontro de múltiplas respostas. Assim se cumpriu o silêncio.
Beijinho, Almaro.

musalia disse...

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Fátima Santos disse...

Ai! Almaro!!! "recheado de decidires"...Por aqui me fico que o T.O.D. rss anda aqui a bailar e eu com tanto pra "trabalhar" (em bela alhada me meteste!! que TU apenas TU decidiste...aquela trama...ai Almaro Almaro!! ) Sei lá!!!... cala-te boca que isto que no Almaro é SEMPRE coisa séria!:)

lique disse...

Ai, um dia "recheado de decidires"... E tu bem querias distrar-te de existir. Mas o dia de amanhã vais tu agarrar, de certeza. beijos

BlueShell disse...

e em cada silêncio és mais tu, mais completo...mais o que queres ser e finges não poder...
Em jeito de Aquele abraço...

rfarinha disse...

E nos decidires da vida não te esqueças dos duvidares :) bjs

M.C. disse...

É o que tu fazes com os "decidires" perante os "interrogares" que te torna diferente dos demais.
Devia existir o dia do não decidir.
Seria um dia sem os interrogares e nesse dia podiamos ser tão livres, que talvez as asas que em nós existem, aprendessem de vez a voar e sem medo da altitude..

almaro disse...

Lolita : O amanhã é sempre uma nova tela que se pinta com o olhar e com os passo se que se transforma no instante do Hoje…

almaro disse...

Musalia: os silêncios são quase sempre um banho de alma. É nos silêncios que ela se renova de sentires e que os absorve em plenitude. Vezes há que os gritos dos nossos medos, mesmo mudos, nos ensurdecem o sentir...

almaro disse...

Seila: Um decidir não é mais que um passo, mais um. Quanto à nossa Joana, trata bem dela que ela está cheia de interrogares.
Ps: o almaro que se escreve é o fragmento que reflecte os sentires. E o sentir seja qual for é assunto sério, memo gargalhando-se …

almaro disse...

lique:São estes doces mistérios da vida que nos empurram no caminhar. Quando nem sombra queremos ser, o raio do existir impele-nos para o meio das cores e somos “obrigados” a maravilharmo-nos e a decidirmo-nos por aquelas que queremos levar no olhar…
Logo eu que sou um guloso de cores…

ps: não pude deixar de sorrir à tua reacção e da nossa Seilá, à palavra decidires: AI!

almaro disse...

Blueshell, sim, nos silêncios, crescemos, é neles que orientamos os nossos passos, como nosso decidir. Não te iludas, nem sempre posso, mesmo querendo...

almaro disse...

Ridufa: É por causa deles, (dos duvidares) que me escondo nos silêncios. Eles são os murmúrios que sussurram no meu sentir.

almaro disse...

Myryan: Mas como eu gosto de voar. Quando voamos, temos sempre que ir recheados de “decidires”. Temos sempre que levar o” voltar” pendurado no olhar…