A guitarra colou-se ao corpo...
Percorre-me os dedos,
e
navega-me na pele
solta,
inquieta,
atrevida,
como um pássaro,
que se esconde na cor de uma flor…
Toca,
fado-negro,
em cinzentos azulados,
sentimentos,
rimados,
amados,
sem saudade,
sem lágrimas,
sem choro…
Sou bandeira sem mastro,
nem maestro,
ao vento…
Só a guitarra me ouve
e
fala,
em cada folha-que-me-liberta,
deste ulmeiro sem história…
Sou pássaro?
Sou corvo?
Que importa!
Voo-ausente, nesta melodia,
que bebe o sangue,
do homem-novo,
que renasce,
dia a dia…
Ah!
Fosse eu,
o que o olhar-me-sente,
e
a guitarra que se solta,
e se
desamarra,
quente,
nos dedos,
não era pássaro!
Nem colibri!
Nem rosa!
Nem gaivota!
Nem Arlequim!
Nem lembrança!
Era melodia sem fim,
a cantar por esse mundo fora,
desenhada num sorriso de criança,
que ri,
ao som da guitarra que chora…
7 comentários:
Almaro, não consigo comentar este teu trabalho, apenas te sei direi que está aprimorado.
ressalvo - "apenas direi que está aprimorado."
Querido Almaro
Melodia de embalo
cabelos ao vento
trinar de guitarras
que se perdem
num
doce
gemer
das
cordas
dum violino
mãos
que
procuram
que
se tocam
numa pintura
a àgua
dum amanhecer
o
rosto dos alamos
refletido
no teu olhar
Um beijo
tens razão quando dizes que o poema não deve ser comentado, agora entendo-te porque não tenho palavras para te comentar, ainda não as inventaram.
ana
cada vez melhor.sempre a surpreender pela positiva.
as tuas letras sabem bem o caminho da harmonia!!
as minhas??andam no bolso aos pulos mas ainda fazem muito ruido!!..
"...desenhada num sorriso de criança,
que ri,
ao som da guitarra que chora…"
Vou adormecer ao "som" desta poesia...
Boa noite :)
O meu sorriso é a melodia que a guitarra transmite mesmo sem se sentir...
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