29 de setembro de 2005

ventos

Há um vento que me arvoreia verdes
e
segreda,
nas florestas sem luz,
palavras desabridas,
feridas,
cegas,
vindas do nada,
sangradas,
perdidas…

Há um vento que dança
desfolhando,
palavras roucas
desavindas,
esquartejadas
pela lança,
de um grito de criança…

Há um vento que esmorece…
que morre
sem esperança

4 comentários:

Maria do Céu Costa disse...

"Voz no vento passando entre poeira
Edifício
Árvore noutro poema
Fico à sombra da vide e do esteio no Outono

E enxerto a luz
Em tudo o que nomeio"

O "ventos" fez-me lembrar o Daniel Faria neste poema que deixo.

© Piedade Araújo Sol disse...

maresiaE o vento cansando mexeu meus cabelos, que resistiram e não voaram....e ficaram..

Poesia Portuguesa disse...

Há um vento
que desnuda a minha alma
ferida
sensível
calada
entre o prazer
de ser
e a dor
de sentir
com coração
de criança...

Há um vento
que me desperta
deste marasmo
e me
trás vida
e sentido...
mesmo que
sem esperança.

Um abraço ;)

Menina Marota disse...

Os ventos fortes, desta manhã, trouxeram-me de volta.
Não sei estar ausente de vós...
das vossas palavras...
Um abraço e boa semana :)