25 de agosto de 2004

o fato, de um dia sem ventura

O dia acordou-me branco, alado, cor de lençol.

Dei passos curtos, medrosos, hesitantes.

Estava sem palavras.

Dormiam.

Ninguém anda a passear na existência sem palavras, as suas.

As minhas ficaram Todas a desenhar brincadeiras, incolores, desassossegadas no sonho, revoltadas. Na almofada.

Penso na imagem de um homem que se passeia sem ventura, sem palavras. Não consigo imagem, porque a digo antes de ver e estou sem palavras, as minhas…

Será?

Finjo?

Fragmento-me?

Cala-te!

Acorda-as e veste-te nelas!



4 comentários:

nocturnidade disse...

Belíssimo. "fragmento-me"

Anónimo disse...

sim,veste-te nelas,porque as tuas palavras são todas poesia,e tu só te podes vestir de poeta/pintor de quadros,fragmentos de ti!!!!!
nani

lique disse...

Aparentemente, acordaste as tuas palavras ou não as teríamos aqui, tão belas. As tuas palavras são estas mesmo ou nos teus fragmentos existem outras?

Å®t Øf £övë disse...

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