
Esperas, sem angustia.
Perdeste tudo, até a dor.
As horas, desfazem-se no tempo que te foge, sem gritos. Sem os teus gritos, que és menino sem voz.
Longe da humanidade, sem memória, sem passos nem caminhos, esperas, o nada.
Olhas, o desespero de teres perdido o sentir que mendigas, sem existires.
Já não és nada, nem numero, és buraco negro, indiferente, sem cor nem passos.
Roubaram-te o caminho, espezinharam-te a alma, mas continuas aí vazio sem nada, à espera. Nem a morte te quer, porque a morte só deseja a vida.
Hoje o meu dia, é teu, sou o teu grito, o teu vazio o teu nada...
Não tenho presépio, nem palha.
Espero.
Olho.
Estou ao teu lado, sem grito, vazio, pintado de vergonha e de cara tapada...
7 comentários:
fico contigo, Almaro corando a mesma vergonha...
Agora deixaste-me aqui a olhar, sem palavras...
Fiquei de horror colado à pele. O horror que costuma ficar fechado a mil chaves em companhia da dôr impotente. Hoje não te deixo beijo. Não há lugar para futilidades.
...como o natal é angustiante, a época...vazia.
imagem da nossa consciência...
beijo, Almaro.
Talvez seja melhor gritar bem alto a raiva. Pode ser que os senhores do mundo nos oiçam. Como não posso beijar todas as crianças do mundo que sofrem, deixo-te um beijo a ti,por te teres lembrado.
Dói...Muito!!!
Quando pensamos que estamos mal, devemos lembrar que existem pessoas que não têm o que consideramos banal... de tão simples que é, até custa acreditar que ainda existe ;) Bjs
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