25 de setembro de 2016

quase fantasma



Não sei o que me faz parar diante do horizonte e deixar que o tempo  se transforme em vento, e o vento em palavras mudas que circulam, lentas, entre o olhar e o sangue-da-alma.
Não sei porque escolho, para me parar de ser, o horizonte-do-mar, ou do deserto.
Simplesmente estatuo-me, e deixo dissolver-me , em voo de gaivota-de-aguarela,
Imóvel,
quase fantasma!
Quando me encontrar, na barafunda dos silêncios do horizonte, vou provavelmente sentir a plenitude da vida que me bebe o tempo...


notas:
sangue-da-alma = fluido que nos percorre o sentir, a emoção ou o pensamento 
estatuar = estado de um homem estátua, que respira p'lo olhar
 
( in dicionário de um aprendiz de palavras mudas)