Não sei o que me faz parar diante do horizonte e deixar que
o tempo se transforme em vento, e o
vento em palavras mudas que circulam, lentas, entre o olhar e o sangue-da-alma.
Não sei porque escolho, para me parar de ser, o
horizonte-do-mar, ou do deserto.
Simplesmente estatuo-me, e deixo dissolver-me , em voo de
gaivota-de-aguarela,
Imóvel,
quase fantasma!
Quando me encontrar, na barafunda dos
silêncios do horizonte, vou provavelmente sentir a plenitude da vida que me
bebe o tempo...notas:
sangue-da-alma = fluido que nos percorre o sentir, a emoção ou o pensamento
estatuar = estado de um homem estátua, que respira p'lo olhar
( in dicionário de um aprendiz de palavras mudas)