tenho uns olhos em forma de lápis, mas nem sempre de cor... Sei que sou esquisito mas a vida moldou-me assim... ganancioso de SER por inteiro e não me caber por inteiro em mim.
29 de dezembro de 2007
22 de dezembro de 2007
desencontros numa esquina qualquer
30 de novembro de 2007
27 de novembro de 2007
O “sky line”* de um dialogo intimo
(Só a gaivota,
branca,
lembra azuis…)
Porque me olhas?
Porque me roubas o voar e cobiças o ir?
( porque me trás o vento as vozes da gaivota que fugiu de mim?)
Como pinto o odor da chuva na terra?
Fecho os olhos e bebo-a
( a gaivota?em cálices de onda e espuma!
a chuva?
a nuvem!)
*Desculpem o palavrão, mas tenho passado algumas horas com arquitectos!!!!
25 de novembro de 2007
In( definições)
Um retrato do instante, do Momento que arrasta ( sem esforço ) as sombras e as cores do que sou!
( digo-o com a convicção de me rever tal qual
no que digo e no
que escrevo)…
.
.
.
.
.
.
Mas tenho duvida, porque não há desenho sem linha e linha implica fronteira, mesmo que não lhe alcance ( no toque ou na vista) o fim
e o que escrevo insiste em voar para lá do horizonte...
.
.
.
.
.
.
Desenho ou não, tudo o que escrevo desenha-se...
O que me foge no olhar não é senão desenho!
.
.
.
Vês o desenho?
.
.
.
Sentes a cor?
.
.
.
.
.
Eh tu aí? ….estás a sonhar?
( é sonho o desenho?
é Caminho?
Se o sentes é!)
21 de novembro de 2007
18 de novembro de 2007
feitiços?
( persegue-me nos passos o que me vai nos olhos,,,não a palavra, mas o Ver, colado à pele e ao sentir…)Olho-te,
( como quem imagina estórias emenina
vidas… )
( não consigo, mesmo que mergulhe no escuro, senão ver-te menina, cabelos livres no medo de seres criança a sorrir fora das lágrimas, indiferente aos tempos que se cruzam entre caminhos...)e não és outra que menina a brincar nos feitiços, a fugir deles, a perseguir um carrinho de linhas vivo, carrinho brinquedo-alado a saltitar vidas e a desenrolar-se de azuis
( era azul a linha que te costurava os sonhos)a fugir pelos horizontes a perder de vista,
e tu
( agora?)mulher-menina a fugir no fingir de medos…
Olho-te e vejo-te mulher, já não menina a respirar inquietudes e cumplicidades.
Tu e eu, autênticos um e outro, meninos, ambos a desenhar azuis, e o carrinho de linhas a fugir por ruas e de nós, como quem voa sozinho, agarrados ao que fomos e já não vemos...
( ou já não somos?)
17 de novembro de 2007
Sonham os pássaros?
Olho-a em sorrisos lentos, como quem sopra pólenes coloridos.
Afago-a com sonhos-de-pássaro-adormecido-nos-ocasos-quentes…
( afagos de olhos, nos olhos…
já lhe imaginaram o brilho? Quantas cores se escondem num brilho de tal desvelo? Já deram conta que cada uma das cores que se escapa tem a medida e o peso exacto de um beijo? Pesa um beijo de olhos? Pesa?
Sentes?)…
sonham os pássaros?
(Ao fundo,
Fumos de Inverno, retratos vazios. Opacos…
No Fundo,
Homens voláteis, em cinzentos queimados…)
Respiro memórias, gaivotas
( feiticeiras?
Há um calor suave de verdades em tudo isto, como se a primavera se escondesse entre as folhas de Outono, a suspirar mistérios)
Desenho-te os gestos, como bailados de neves rubras
Têm cores , os gestos?
É incrível esta Tua capacidade de te esconderes permanentemente a espreitares para de lá do olhar, Só para me colorir e aquecer os sorrisos-de-memórias...
( é a recordação uma verdade?)
...como aquele desenho que te pintei com a cor das nuvens…lembras-te? Éramos nós dois.
Sós,
no cordel de um pião a desenhar destinos…lembras-te?
Retomo a folha branca, esquecida de pó…
(Sonham os pássaros? )
13 de novembro de 2007
Segredos ( ecos? verdades?ou um dialogo com o só?)
(saltimbanco, arlequim, quadro, desenho, parede, relógio, campânula de cristal, cavalo-branco, tapete....és tu Mestre?)
Oiço-te menino,a chamar por mim,
( em memória?
Não! Tu estás aí, eu é que longe.
Quem anda no longe anda perdido no aqui) e tu, ouves-me? Sentes-me? Oiço-te no sonho e pinto-te em cores de sol e jasmim … estátua afinal. Forma real da ilusão de mim.
Ao fundo , no escuro o quadro e o Mestre, que o desenha , eu ao fim no escuro, invento, quase no desequilíbrio para de lá da lua,
o vento.
Tudo o resto não existe.
Só me resta o caminho, e o deslaço de ser tudo isto,
(eco dos passos! )
Oiço-te,
Ao longe, na praia salpicada de búzios,
o farol a imitar as noites,
a andorinha-gaivota a pintar o horizonte,
oiço-te,
Só o eco persiste... (Afinal não somos mais que os passos que fogem do passado iludidos nos sonhos e dos sons que nos habitam a alma…)
9 de novembro de 2007
duvidas, ou novamente a procura? ( ou o acaso?)
Não é estranha, para mim a pergunta final, aquela que nos daria o sentido de existirmos, aquela que nos iluminaria sobre a nossa missão, a nossa função neste embaralhado de labirintos e de destinos ( aos quais eu insisto em chamar de acasos).
Numa das minhas caminhadas entre silêncios e chaparros, entre cigarras e papoilas, lá para os lados do Sorraia,
Detive-me, não de admiração, mas porque no ponto de fuga, avistei um povoado no longe.
Na linha que unia a colmeia e a casa, uma recta e na recta a duvida!
O que nos leva, a nós humanos a considerar uma colmeia um elemento natural e uma aldeia, ou uma casa um elemento estranho à Natureza?
Se não duvidamos nós , humanos de sermos produto de uma evolução natural das espécies, porque consideramos então que o produto da nossa inteligência é cousa artificial? ( porque nos sentimos superiores ao Natural?)
Não há (hoje) duvidas que a espécie humana alterou o sistema e que nós humanidade produzimos alterações que afectam o equilíbrio , Como também não temos duvidas que a Natureza procura inevitávelmente o equilibrio.
O que me pergunto é: a que equilíbrio nos vai levar a Natureza, após este desequilíbrio provocado por um dos seus elementos ?
Terá a extinção dos Dinossauros sido provocada pela sua supremacia?
Não terá sido a supremacia natural dessa espécie que provocou o desequilíbrio? ( ou o acaso?)
Não terá sido a procura desse equilíbrio que originou as condições que possibilitaram o aparecimento do Homem? ( ou o acaso?)
O que originará este próximo equilíbrio?
Serão estes desequilíbrios programados?
Produzindo a supremacia de uma espécie, um desequilíbrio, será que qualquer supremacia provoca a sua proporia extinção? ( a História Humana está recheada de sucessivos impérios….decadentes)
Terá afinal a nossa inteligência um fim comum que culminará na nossa própria extinção?
Teremos de facto Livre-arbítrio, ou a nossa função encontra-se perfeitamente definida, programada e direccionada para a extinção de forma a provocar o equilíbrio, ou o desequilíbrio?
Será esse o nosso desígnio colectivo? Ou o nosso desígnio colectivo é atingirmos a nossa não-supermacia , condição única de sobrevivência?
Sento-me, debaixo da sombra do sobreiro e sinto que naquele instante todo o meu caminho me leva ali, única e exclusivamente para ouvir o vento…( ou o acaso?)
7 de novembro de 2007
procuro
( abismos?)
Procuro no escuro, os passos, os ecos, os afectos, os recatos, os poléns,
( memórias?)
Procuro como quem voa nos alísios, Búzios
( sempre eles,
a marulhar, suspiros).
Só,
num turbilhão de acasos,
vou ,
inseguro, inquieto por travessas, travesso,
por ali.
É este o desenho dos laços que me atam no desacato de mim.
Livre?
Sim !
(Parti de Ti, linha sem começo nem fim...)
Procuro o espaço, o ponto, O centro, dos passos,
sem compasso,
sem norte…
Há liberdade sem passos? Sem morte?
(Procuro rotinas,
à sorte…
e vou,
por aí….)
23 de outubro de 2007
desencontros
a viver,
não na memória
mas nos gestos ( sem mim)…
Passeio-me a sonambular, sem sol nem sombra, por aí…
Fantasma?
(Esponja que me suga as cores,,,e lastra os passos,
Irreal…)
Isto de me sentir espantalho de mim, é loucura a pingar quadros de Dali…
ah,
soubesse eu sair de dentro de mim…e não seria este mar sem sal
( vórtice?
fim?)
15 de outubro de 2007
brisas, (ou buzios a segredar caminhos?...destinos? indistintos?)
Eu ,
ali ,
no centro de nada,
cristal de sal a vaguear de olhos…
(homem ou gaivota? )
Vento!
( seja o que for, navego entre horizontes, mergulhado em mim…)
9 de outubro de 2007
simples, como todas
simples ( como todas)
Só,
uma cruz, sem homem, sem nada…
( não há vida inteira que caiba
no contar das lágrimas que se escondem no desenho de uma cruz,
e no entanto bastam dois traços para Ser um ponto,
perdido,
no nada…)
7 de outubro de 2007
retrato
( retrato do eu, iludido-de-liberdade,,, Ela não está na pedra que atrai-o-chão e a queda, está no olhar de criança que a leva,,, embrulhada em verdade...)
28 de setembro de 2007
Serenidades, sem memória
branca)
que andei por aí misturado na terra;
Que vagueei pelo longe, dissolvido no sal de uma onda de mar;
Que voei, preso nas penas de uma gaivota,
mas,
agora,
no hoje que me atropela o ir
estou aqui sentado, sem memória de mim,
a pensar….
( saber com convicção é pura imaginação)
24 de setembro de 2007
outras cores,,,no céu
( daqueles que cantam cousas outras para além do mar)
Na noite,
fingiam sons de embalar,
(eram as ondas a chorar...)
já lhe imaginaram a cor?
23 de setembro de 2007
quedas
(morta?),,,colorida,
semente-lágrima
de vida.
reza em vão
marulhos de uma oração,
de um ciclo que não finda…
caiu uma folha,
mão-arado,
sangrada por chuva-dorida,
caiu uma folha
sozinha,,,no chão…
17 de setembro de 2007
o desenho da imaginação
( nossa)
é cousa solene…
(Importante, diria! Caso alguém me ouvisse)
escolher o pedaço do céu para a colocar é tarefa dos Deuses, por isso desenho-a na imaginação
( aquele espaço ora nítido ora sombrio que nos habita entre os olhos e a fantasia )
e todos os dias tenho uma estrela nova, seja qual for o lado do céu que me olha
5 de setembro de 2007
limites
In “ apontamentos para um manual da serenidade ( sem autor)” , ou como mesmo depois do ultimo passo, há sempre caminho…
3 de setembro de 2007
na sombra da minha árvore
29 de agosto de 2007
as cores do fim do dia
linhas de fuga
Quando o desenho (ou pinto) aproximo-me do Universo e oiço-o… ( é como olhar o céu, mas dentro do sonho… como se ele, sonho se escondesse do lado de lá, a fugir-me do Eu-inteiro!)
27 de agosto de 2007
ainda o acaso
In "apontamentos para um manual da serenidade" ( sem autor ), ou como os nossos passos devem procurar o equilíbrio na liberdade e para que esta seja pura, deve-se pintar de Universo…
21 de agosto de 2007
o fascínio dos acasos
Aparecem e desaparecem num jogo de escondidas em que o prémio é o horizonte-da-memória...
Assim não fosse e eu lembrar-me-ia de todas.
Por vezes mostram-se, passeiam na alma e depois desaparecem...não há esforço nem vontade que as acorde e as traga de volta.
Hoje surgiram-me ( do nada?) umas que andavam por aí em salpicos, a insinuarem-se até que se desenrolaram na desinquietação das sombras de uma verdade...
...o acaso é o sorriso de Deus e a essência da vida...o teu corpo é noventa por cento água e a tua vida noventa por cento de acasos...
17 de agosto de 2007
uma a uma
Vagabundo-me, no longe ( é longe o passado?). As memórias são as minhas cores. Azuis. Todas...
16 de agosto de 2007
uma cávena ( vazia?) de palavras...
Acordei ( ou dessonhei?) com a disposição clara de voltar ao convívio com as palavras e o desenho, (forma egoísta de não permitir a passagem o tempo e de me embriagar com o vento ou o mar e sentir-me, eu, igual a mim, num reflexo sem espelhos...)
O desencontro ( ou a paragem?) não me favoreceu, pois o tempo passou e eu não! Desperdício puro de uma lágrima que me era destinada para a vida e que deixei fluir sem lhe sentir cor, nem de saciar as sedes.
Disse-me o mestre que é preciso acordar vazio em cada amanhecer, para que o tempo caiba por inteiro no dia que nos calhou para descobrir e de nos maravilharmos em permanecia em consequência de irmos de OLHOS, mas o vazio que me entrou, sem a companhia suave das palavras que se sopram irrequietas foi outro, mais negro, mais pesado e usado de angústia.
Este que se me colou hoje no acordar, era esse outro vazio que o mestre nos disse em murmurejo sábio e sorriso matreiro, como quem diz uma verdade que só pode ser ser desnudada por cada um...
Fui á procura da minha, por isso voltei ao caminho e ás palavras que são quem o desenha...
30 de julho de 2007
17 de julho de 2007
entre vazios ( mascaras?)
5 de julho de 2007
fado irrequieto, calado
em pó de giz,e luz.
Branco e preto, sombras aladas numa noite de estelas.
Está sentada a um canto, canta, um fado calado.
Diz,
poesia em olhos de encanto e canta , um fado falado.
Irrequieta criança que joga quieta um sonho atribulado.
Desenho poesia,
num sépia queimado.
(Bailarina?
Gaivota?
Fada?)
Ah, este fado cantado em fantasia de menina que brinca, mesmo sentada num canto fechado...
4 de julho de 2007
securas
escondo-a da sua sombra e pinto-a de sol, ao som dos murmúrios de uma águia pálida, que desenha abismos na noite e nas estrelas.
Escondo-me eu, em mim, como quem guarda o destino em memórias, (Cardume de histórias sem sentido) e voo no futuro em sorrisos infantis que guardam o tesouro do tempo.
Solto as palavras.
Evaporo-as.
Sou o sal de mim.
Seco.
Que chora!
2 de julho de 2007
(des)voares
1 de julho de 2007
aqui
Apetece-me gritar , "AQUI!"
Cego de azuis,
mas
AQUI,
cinzento em vazios.
AQUI,
sem forma nem caminho,
apenas Vento
ou Grito,
de mim...
25 de junho de 2007
o som de um sorriso
Sorrio silêncios, como só os olhos sabem gritar...
19 de junho de 2007
com a lentidão de uma sombra nocturna
O cinzento do céu é o (meu) ponto de partida, para o azul que teima em queimar os meus silêncios,
Silêncios,,, silencio, que só as lágrimas retidas ( escondidas,,, na retina? em ti? em mim?) o apaga...
18 de junho de 2007
no desenho de uma miosótis rubra
com um lápis louco que se finge feiticeiro e me obriga ( qual escravo que no espelho se reflecte colibri) a imaginar todas as cores que não tenho...
Ah! Isto de percorrer as linhas do desenho ( miosótis rubras, irrequietas em aguarelas de mim) é muito mais perigoso que respirar labirintos...
10 de junho de 2007
desaparecidos!
Olhei-te. A ti Madeleine, a menina que grita, que se ouve, que se vê, dia após dia, na voz, nos olhares dos teus pais e de todos. Estejas onde estiveres, és uma menina amada, acarinhada, que nos ecoa de angústia. Alguém te escondeu, alguém te levou. Mas estás aí. A olhar-nos, a obrigar-nos a darmos a mãos e a partilhar a dor. A tua e a de teus pais. Mas o mundo tem mais meninos, querida Madeleine, tantos outros que tal como tu já lhes secaram as lágrimas.
Mas esses são diferentes.
Porque não sei eu o nome, dessa menina, ou menino que juntei ao lado da tua foto? Porque não sei sequer de onde veio?
Não te sei dar resposta querida Madeleine, mas gostava de a ter, gostava de te poder dizer o nome desse e de muitos outros meninos sem nome e sem voz.
Este nosso mundo, querida Madeleine anda inóspito, anda com a alma poluída de indiferença. Já não somos Homens, somos um animal fantasma que finge que sorri e que ama...
5 de junho de 2007
diálogos , ou os monólogos do silêncio
lento de azuis claros.
Passeio-te os olhos,
e
como quem pensa poesia, levo-te pela mão em aguarelas sépias, num devagar de memórias. Ausente.
Eu. Tu.
Distantes.
Somos.
Eu. Tu.
Distancia.
Margens de um mar perdido.
“Diariamente_____________olho-TE”. (*)
Eu. Tu.
Desenho memórias, como quem suicida as palavras e inventa nuvens para silenciar nos gritos,,,as dores.
Eu. Tu.
Num mar de silêncios.
Diariamente.
Distantes.
(*) in "o peso da intimidade" de Betty Martins
1 de junho de 2007
30 de maio de 2007
estação do oriente
Olho. Oro, no silencio dos caminhos e desenho, nas nuvens (e em mim) os contornos do vazio.
29 de maio de 2007
Doem-me os olhos e as asas, como quem prende o futuro nas entranhas do eu.
Estranha forma de ir.
Informe.
Sem fome.
Vazio que transborda de sombras. Azuis!
Oiço o mar. Revolta de um sonho. Parado.
Onde se esconde a cor? Na dor?
Se ao menos soubesse desenhar uma flor e não teria esta dor, que me corrói e destrói como um cancro do sentir...
Ah! soubesse eu mentir...
23 de maio de 2007
Procuro as cores, numa tela escura...
Primeiro,
névoa ( vazios-de-um-rio-agrilhoado)...
...ando...
...sem memórias...
...a imaginar tempos, como quem fantasia destinos...
Depois,
um marulhar , preso, amortalhado...perdido!
12 de maio de 2007
11 de maio de 2007
fumos de mim
Fecho-me no olhar e respiro. Encho-me de vazios e de passos…
Sou uma eterna procura de vazios…
30 de abril de 2007
só
Sinto-me só, em lugar algum, Preso na lágrima colorida de mim, Sedento de ti...
Sei-me só, Perdido, Aqui!
29 de abril de 2007
porque a tranformação não tem nome, nem hora
O horizonte, essa linha indefenida que desenha sonhos, permanece, e o que surgiu de um "Almaro" cansado de se equivocar nos eus, foi um Jeremias, meio palhaço, meio nada, transmutado no caminho, mas sem se enganar com o que via ( sentia),pois o que levava no olhos, era o ir.
Assim, quase do nada, mas carregando o horizonte, tropecei em JEREMIAS.
18 de abril de 2007
a exactidão de uma verdadeira praga!
Andava distraído até que de um momento para o outro a imagem de “uma doença linguística-infectocontagiosa” se focou “exactamente” na minha mente.
Mais que uma moda é uma praga!
A ultima invasão é a palavra “exactamente!”. Substitui a exclamação, a virgula, a pausa.
Já foi “quer-dizer”, ou “claramente”, ou “de facto”, ou um revolucionário “pá!”. Não sei como aparece, nem como se propaga.
É uma espécie de constipação linguística que assola tudo e todos!
Eu, que procuro palavras como quem desenha sonhos, Irrito-me! ( maus -figados os meus!)
O pior é que a palavra “exactamente” não cola ao nosso espírito lusitano-latino'arabe, que não quer nada com a exactidão nem precisões!
Procura-se uma vacina! URGENTE!
11 de abril de 2007
ainda o passado, ou o desenho dele
Tenho duvidas que um passado se sinta um ponto final ( quanto muito ponte e nunca final, porque para se saber o fim, tem que se olhar o inicio e o inicio…, ah! o inicio é uma raiz que se perde no olhar...). Mas o problema prende-se não só com a (des)arrumação desse passado, mas com o facto de que cada um o olha, ou o vê com a sua memória, e cada um tem a sua, o que provoca um vendaval de impossível arrumação.
Admito que (...) não seja grande desenho do passado, gostaria de ter imaginação mais requintada, mas ando escuro de ideias e lento de pensares…
Passemos então à frente de simbolismos, e tal como a memória que cada um desenhe a sua, conforme os ventos e os sentires.
nota: isto que se escreve,( aqui) não é zanga com o vento, ou com costureiras de estrelas, ou cousas outras, é puro mau feitio e o de gostar de contrariar por teimosia demente ( cousa que me vem do passado e que não tem explicação inteligível...)
10 de abril de 2007
carta de um passado
Perdi o teu contacto.
Arrumações aqui e ali, apagaram memórias e passados.
Escreveste-me a devolver parte desse passado, meu e teu, (Dizes).
Palavras escritas e sentidas a duas mãos. Lembro os sentires. O momento. Os sorrisos...
O desenho do passado perde-se, tal como o do futuro. Todo o desenho se perde no cinzento das sombras. Como quem fecha os olhos e imagina a cor. Fica sempre esse limbo entre a imaginação do ver e do sentir ( será que há cor, no que imaginamos de olhos escuros a redesenhar os sentires?, ou os passados? ou os futuros? ou só há cor na luz?).
Reli o passado que me devolveste. E revi-me. E revi-te. Ali estávamos os dois a escrever sentires. De nós? Ou das personagens que nunca fomos nós?
Perdi o contacto para te dizer , um sorriso, porque os sorrisos também se escrevem, também se dizem.
Eu já não sou o mesmo. Tu continuas a arrumar o passado. O meu anda por aí na memória de cada um, mas só no que me ficou no eu, lhe reconheço cores e sombras. Sempre as sombras. Se um dia pintar a memória pinto-a cinzenta.
A cor evapora com o tempo, mas como as flores, ambas tem sementes.
O passado que me enviaste tem forma de semente. Por isso te queria escrever, para te dizer a forma da cor da semente que me ficou na memória. Porventura cor de papoila. Já teve um quadro essa papoila. O quadro já não sei dele. Dei-o para angariar fundos já não sei para que causa.
Não sei se aqui vens.
Este espaço não tem passado, e o outro de onde vim , já não tem futuro, mas queria-te escrever ( já o disse) para te deixar um sorriso suave, sereno. Trago sempre a serenidade com o passado, para não me surpreender com o futuro.
(???)
(...) desenho do pasado
(???) desenho do futuro
9 de abril de 2007
extrato de uma conversa inacabada...
7 de abril de 2007
...na sombra, porque até o negro a tem, cinzenta...
Igualmente negros.
(Viúvo de mim…)