28 de dezembro de 2009

25 de dezembro de 2009

3 de dezembro de 2009

ao contrário

Uma árvore disse-me, na manhã que insistia em não acordar
(ainda gostava de saber porque me falam as árvores?
E os pássaros?
E as papoilas?)

em segredos de vento
“veste-te do silêncio dos passos
sorve o mel das borboletas
e desenha-te
Janela!!!”

Mas eu faço tudo ao contrário, grito o silêncio e desenho-me sombra estilhaçada no pó das borboletas onde tatuo os meus passos…

28 de novembro de 2009


Foz do mondego
Figueira da Foz
Novembro 2009

circula-me no sangue este vazio lubregue , de me sentir labirinto de mim,
sem foz,
circula-me na pele este horizonte-de-mar que não é vento nem água,
é voz,



e névoa colorida nas mágoas do sol,
que se labareda em sal,
no silêncio da memória…

25 de novembro de 2009


a solidão desenha-se na névoa
ou
no brilho da areia?
( praia da figueira da foz - novembro de 2009)

24 de novembro de 2009


o horizonte tumultuou-se na inquietude do mar que se crispou nas marés da alma
e
em sombras…
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23 de novembro de 2009

...do indico

Os ventos da flauta invadem – me o tempo , no temo de um nada em espumas de onda-papoila, rubra de alma-luz, em sol lento …
peneiro a brisa e respiro-me
oiço-me na trova do templo,
nas ruas de memórias adormecidas,



e flutuo no luto , … , menino-índio, do Indico , … , perdido de ti…

22 de novembro de 2009
























escondi-me entre as ondas,
a rir,
a rir cada lágrima que nascia translúcida de arco-iris
a rir,
a rir desta angústia que me embala no olhar de um flamingo a partir,
com fome...
palhaço-andarilho, espantalho sem véu
em seara de passos gravados nas rochas que descoloram e rasgam o céu...
...vou aproveitar esta solidão para fugir de mim, para lá de onde o universo dorme...

21 de novembro de 2009

passos de areia

Sento-me na praia, no cinzento da chuva,
Sou um grão de areia ( só) a respirar a multidão do universo que me habita o ver…


Olhares, que se apagam nos passos das ondas…

1 de novembro de 2009


praia da figueira da foz
novembro 2009
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praia da figueira da foz
novembro 2009
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campândula

Tenho uma andorinha-do-mar aprisionada no olhar que me leva no sonho, e deambulo sonâmbulo , nesta campândula de palhaço-flamingo a voar dentro de mim...

rasgar a pele do mar

as rochas rasgam o mar, como quem ara segredos, em sangue incolor que se esvazia nas marés-da-alma, em conspirações da cor,

(e as asas?
e as pedras?)
esgares de homem que se sabe
só,
areia submersa de nuvens…
(amam as aves?)
amam!

( disse-me uma que pintava inquieta o céu de bruma),

amam,
as árvores-do-mar,
onde se empoleiram a navegar,
amam,
o silêncio do vento a cantar

(e as flores? e a lua?)

24 de outubro de 2009

acordares

acordei a sombra (julgava-a morta,
mas dormia)
para que não se zangasse, pintei-a em coloridos-de-ágrimas-de-sol-incompleto-e-sonâmbulo …
caminhei,
para que não morresse sem mim...

6 de outubro de 2009

sombras

Misturo a noite com cinzentos-sol

( nevoeiros de lua?),

Pincéis funâmbulos, sem água assobiam silhuetas diurnas

(assíduas)

Caldeio, confuso, opacos escuros, como quem chora fantasias

(queixumes?)

Dunas da alma, vagabundas!


serenidades
Figuira da Foz - Setembro 2009
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22 de setembro de 2009

Pescador de búzios

Vagueio nos andaimes do vento,
(do tempo?)
Sem velas nem destino,
( pensamento?
Sonho?)
.
.
.
Lento,
caminho sem mim

Cinzento
á procura dos alísios


(Pescador de búzios?)

Ao fundo, no longe de um abismo, o sax canta, sem músicos

E tu?
Tu que respiras semente
Porque te escondes no acaso
Porque te escondes no escuro negro da noite?

12 de setembro de 2009

Deixo o rio correr,
(o som e a cor),

a agua tenho-a na alma,
tudo o resto é vento que rema sombras…

Não tenho fronteiras, só o universo me cabe,
para lá dele
há o olhar que O inventa e O sente.

ir
Figueira da Foz
Setembro
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9 de setembro de 2009

15 de agosto de 2009

Futuros

Já só vivo futuro(s), suspenso na cor do desenho que se desalinha ( desvive?) no vento…

 
 

Pudesse eu agarrar o vento e vivia-me inteiro,,, HOJE!

8 de agosto de 2009

sussurros

Oiçam!

Oiçam o poeta

A marulhar silêncios e a falar com as nuvens….

Oiçam!

Não é ele que fala,

São os olhos do universo, que lhe sussurram o verso….

17 de julho de 2009

escultor de sombras


voo, no silencio dos ventos,

e não me sinto pássaro,
mas escultor de sombras e de memórias, a respirar serenidades...

varro silêncios,

como quem acaricia o tempo que nos habita o passado

7 de julho de 2009

ir nos pedaços de mim

Não me procures aí
( desabitei-me),
procura-me no olhar dos pássaros e as raízes do mar

28 de junho de 2009

Pontos de fuga ( fugazes? Tuaregue?)

Labaredo a noite, ateada de mim,

calor fugaz de memórias adormecidas

( esquecidas?)
Ecos de um abismo que me abraça na escuridão das nuvens da noite,

ruas sem becos,

sem calçada ,

sem fim…

Rasgo as sombras, em pedaços de pó

( cinzas?

cenário?)

E espreito a fantasia de me colorir em azul-tuaregue

( vagabundo da luz, caminhante sem destino, pastor de horizontes e de ventos?)
Ardo no destempo, sem passado nem futuro,

Ébrio de cor, possuído na ansiedade de me ser outro, e ir...

(Grão de areia,

cristal de deserto, ponto ínfimo na inquietude de me completar inacabado,

pedra angular por esculpir…)


15 de junho de 2009

14 de junho de 2009

Fado ( meu)

Guitarra,

guitarra que ardes em lamentos d'agua,

que choras na angustia da alma,

esta saudade

de rio sem idade...

Guitarra

Guitarra minha que sibilas sem norte,

a solidão de seres gaivota,

errante,

e respiras, calada o voar deste teu fado ,

alado...

Guitarra que suspiras, triste,

afagada no sonho do menino que não existe...

embalada no gemido da morte…


10 de junho de 2009

Hospede

Sou o ultimo hospede vagabundo que deambula neste corpo mendigo de respirares ofegantes, agrilhoado na solidão do sangue que se transmuta em lágrimas de cristal-lua,

densas,

impuras...


Abismo-do-deserto-sombra...


(Na imprevisão -dos-instantes,

Sedento de luz...)

15 de maio de 2009

lastro

Arrasto uma tristeza, enlaçada num lastro de tempo, denso, que me canibaliza o amanhã.
Corro indiferente,
no limite da sombra. Invento-me,
na tentativa inútil de renascer num sorriso. Invento-me gaivota,
como quem ilude o labirinto e voo, voo pintado de azul, num planar sereno, sem olhar chão que me atrai na queda.