tenho uns olhos em forma de lápis, mas nem sempre de cor... Sei que sou esquisito mas a vida moldou-me assim... ganancioso de SER por inteiro e não me caber por inteiro em mim.
3 de dezembro de 2009
ao contrário
(ainda gostava de saber porque me falam as árvores?
E os pássaros?
E as papoilas?)
em segredos de vento
“veste-te do silêncio dos passos
sorve o mel das borboletas
e desenha-te
Janela!!!”
Mas eu faço tudo ao contrário, grito o silêncio e desenho-me sombra estilhaçada no pó das borboletas onde tatuo os meus passos…
28 de novembro de 2009
23 de novembro de 2009
...do indico
peneiro a brisa e respiro-me
oiço-me na trova do templo,
nas ruas de memórias adormecidas,
e flutuo no luto , … , menino-índio, do Indico , … , perdido de ti…
22 de novembro de 2009
escondi-me entre as ondas,
a rir,a rir cada lágrima que nascia translúcida de arco-iris
a rir,a rir desta angústia que me embala no olhar de um flamingo a partir,
com fome...
palhaço-andarilho, espantalho sem véuem seara de passos gravados nas rochas que descoloram e rasgam o céu...
...vou aproveitar esta solidão para fugir de mim, para lá de onde o universo dorme...
21 de novembro de 2009
passos de areia
Sou um grão de areia ( só) a respirar a multidão do universo que me habita o ver…
Olhares, que se apagam nos passos das ondas…
1 de novembro de 2009
campândula
rasgar a pele do mar
(e as asas?esgares de homem que se sabe
e as pedras?)
só,
areia submersa de nuvens…
(amam as aves?)amam!
( disse-me uma que pintava inquieta o céu de bruma),
amam,
as árvores-do-mar,
onde se empoleiram a navegar,
amam,
o silêncio do vento a cantar
(e as flores? e a lua?)
24 de outubro de 2009
acordares
mas dormia)
para que não se zangasse, pintei-a em coloridos-de-ágrimas-de-sol-incompleto-e-sonâmbulo …
caminhei,
para que não morresse sem mim...
6 de outubro de 2009
sombras
( nevoeiros de lua?),
Pincéis funâmbulos, sem água assobiam silhuetas diurnas
(assíduas)
Caldeio, confuso, opacos escuros, como quem chora fantasias
(queixumes?)
Dunas da alma, vagabundas!
22 de setembro de 2009
Pescador de búzios
(do tempo?)
Sem velas nem destino,
( pensamento?
Sonho?)
.
.
.
Lento,
caminho sem mim
Cinzento
á procura dos alísios
(Pescador de búzios?)
Ao fundo, no longe de um abismo, o sax canta, sem músicos
E tu?
Tu que respiras semente
Porque te escondes no acaso
Porque te escondes no escuro negro da noite?
12 de setembro de 2009
15 de agosto de 2009
Futuros
Já só vivo futuro(s), suspenso na cor do desenho que se desalinha ( desvive?) no vento…
Pudesse eu agarrar o vento e vivia-me inteiro,,, HOJE!
8 de agosto de 2009
sussurros
Oiçam!
Oiçam o poeta
A marulhar silêncios e a falar com as nuvens….
Oiçam!
Não é ele que fala,
São os olhos do universo, que lhe sussurram o verso….
17 de julho de 2009
escultor de sombras
e não me sinto pássaro,
mas escultor de sombras e de memórias, a respirar serenidades...
varro silêncios,
como quem acaricia o tempo que nos habita o passado
7 de julho de 2009
ir nos pedaços de mim
( desabitei-me),procura-me no olhar dos pássaros e as raízes do mar
28 de junho de 2009
Pontos de fuga ( fugazes? Tuaregue?)
Labaredo a noite, ateada de mim,
calor fugaz de memórias adormecidas
( esquecidas?)Ecos de um abismo que me abraça na escuridão das nuvens da noite,
ruas sem becos,
sem calçada ,
sem fim…
Rasgo as sombras, em pedaços de pó
( cinzas?
cenário?)
E espreito a fantasia de me colorir em azul-tuaregue
( vagabundo da luz, caminhante sem destino, pastor de horizontes e de ventos?)Ardo no destempo, sem passado nem futuro,
Ébrio de cor, possuído na ansiedade de me ser outro, e ir...
(Grão de areia,
cristal de deserto, ponto ínfimo na inquietude de me completar inacabado,
pedra angular por esculpir…)
14 de junho de 2009
Fado ( meu)
Guitarra,
guitarra que ardes em lamentos d'agua,
que choras na angustia da alma,
esta saudade
de rio sem idade...
Guitarra
Guitarra minha que sibilas sem norte,
a solidão de seres gaivota,
errante,
e respiras, calada o voar deste teu fado ,
alado...
Guitarra que suspiras, triste,
afagada no sonho do menino que não existe...
embalada no gemido da morte…
10 de junho de 2009
Hospede
Sou o ultimo hospede vagabundo que deambula neste corpo mendigo de respirares ofegantes, agrilhoado na solidão do sangue que se transmuta em lágrimas de cristal-lua,
densas,
impuras...
Abismo-do-deserto-sombra...
(Na imprevisão -dos-instantes,
Sedento de luz...)
15 de maio de 2009
lastro
Corro indiferente,
no limite da sombra. Invento-me,
na tentativa inútil de renascer num sorriso. Invento-me gaivota,
como quem ilude o labirinto e voo, voo pintado de azul, num planar sereno, sem olhar chão que me atrai na queda.