25 de março de 2011

moinhos.de.sol

tens uma viagem a bailar.te nos olhos

que brilham na cor do desejo.de.partir no pólen.da.lua..

mas ficas,

agrilhoado.nas.nuvens que gritam.aguas.doces.

tens um trilho a esvoaçar nas calçadas das ondas ( brancas) da cidade que se ri das sombras ( negras), em velas que flutuam nas veias que correm no sangue quente de quem ama,

tens um desenho silhueta de sorrisos que te abraçam a alma, em viagem de corpo.

de corpos que se fundem num beijo que se cala em baladas de silêncio…

é esta a minha existência… pisar futuros e pintar horizontes que emergem das nuvens

tens um voar nos olhos entre mares vivos que troveja, sorrisos.de.memórias.adormecidas....

tens a musica.das.chuvas a fantasiar sinfonias no sopro do vento.esquecido…moinhos.de.sol a sacudir sonhos que esculpiste sozinho…

tens uma viagem nos olhos que te cegam o aqui!

24 de março de 2011

pó de lazuli

percorro.me ( passeio.me?) clandestino.de.mim

transpirado de sombras

em fronteiras feridas de lazúli

( lápis rocha sem fim)

aqui,

em cinzas de marfim passeio.me (procuro.me?)

ponto.por.ponto

lamina d’alma que parte sem ti...

16 de março de 2011


muros
Lisboa-Janeiro 2011
Posted by Picasa

des(aguares)...

No desequilíbrio da sombra, ando, no vagar da noite, entre navios que gritam nevoeiros e gaivotas enlouquecidas de cheiros ocres.

Ando, no fio da linha que me “enzola” na vida, e nas cores que insistem adormecer o sol.

Caminho no fuso do tempo, a colar memórias que se estilhaçam no sopro da lua, em “desaguares” nocturnos.

Tomo o corpo do Rio, e desenho margens para que os navios se acalmem na noite que não finda.

11 de março de 2011

diluição ( submissão?)

……e, a gaivota ………….. ( porquê sempre ela?)…………disse-me:

ESPANTA.TE!

resisto. fecho.me. isolo.me

mas,

ela insiste ( porquê tão presente? tão estridente? tão urgente o teu voar?):

ESPREITA!

adormeço no labirinto de mim e esqueço-me…( do esquiço?)

mas,

ela esvoaça, rodopia incisiva, agreste ( inadeável?):

PINTA.TE!

E ela ( sempre ela, branca , irrequieta, salgada) rasga.me a noite e ecoa.me :

MARULHA.TE!

e eu,

temente,

fui,

a sorrir.me no azul-branco das ondas a fingir-me horizonte…..

9 de março de 2011

re,visita

tens andado difuso.

escondido.

quero.te nas veias dos olhos,

irrequieto.

traquino.

quero.te meu, em mim, a passear.me no eu.

resistente.

autentico.

menino-gaivota,

menino azul, porque te escondes?

porque dormes ( dissolves) e me adormeces o ver?

acorda!

(re)visita-me !

esta ausência,

esta lágrima que me arrasta a névoa, na cinza do vazio, vomita a solidão que se me cola na pele.

( diurna, difusa, informe que se alimenta na negritude das noites desvividas).

esfumo.me em azuis púnicos que se atropelam e comandam o sentir.

e eu aqui . inerte a consumir-me .

acorda!