8 de junho de 2014

o ( meu ) tempo

Cada um tem o seu tempo e o tempo de cada um é imensuravelmente diferente.

O meu tempo tem humores de alma, diferentes dos de outros certamente, pelo que cada um devia dar um nome ao seu tempo ( não só para não nos perdermos no tempo de outros, mas para cada um viver o seu próprio tempo).

Não tenho nome para o meu

e isso incomoda-me porque quando me zango com ele não lhe sei da alma e não o consigo chamar à razão,
nem sequer consigo que ele pare por instante que seja

e ele flui como lhe apetece.

O meu tempo é irrequieto e inconsciente, fez um pacto com a minha alma e ambos gozam descaradamente comigo,
e soube,
quando os apanhei distraídos na esquina da cidade que andam a engendrar esquemas para se aliarem à minha consciência.

Se isso acontecer estou perdido!

Preciso de rapidamente arranjar um nome para o meu tempo, talvez assim o consiga apaziguar, talvez assim lhe consiga transmitir a serenidade que me habita e ele consiga saborear os instantes de outra forma, sem grandes angústias, como o respirar de uma árvore embalada pela brisa …

31 de março de 2014

eu?

Escorrego no dia, em compasso. Olho. Olho-me , escondido. 
Respiro sombras, na cobardia da noite, a rasgar silêncios. Será que voo? Ou estou simplesmente na deriva dos ventos?
“Raizo-me” no ver, No ventre da terra a desenhar gaivotas. (anfíbio-de-sonhos?), Bebo, ébrio a ilusão, em metamorfose-de-mar, perdido no labirinto ocre da ausência …


Sou esta coisa amorfa, híbrida de me ser simultaneamente EU!

30 de março de 2014

palavras

Procuro no fim da linha, embaraço de novelo,
fino,(de palavras),
procuro o caminho, (das palavras).
Uma que seja.
Só .
Como naufrago. 
Não para ter história, Mas para contar a tempestade do vazio, (nas palavras ).
solitárias,
que polvilham na multidão das águas, (das lágrimas)!
Não me vejo, ( palavra) .
Escondido no universo cego das cores que bebo sedento de mim, 
no escuro do mundo.

São porta sem chave. (as palavras).
Não minhas.

Tuas!