29 de setembro de 2006

O Confessor

O Confessor
Daniel Silva
Bertrand editora
1ª edição de Agosto de 2005


História de intriga politica muito ao estilo de Morris West nos bastidores do terrorismo, retrata a frieza e crueldade dos vários lados da barricada. Mergulha nos negros meandros do Vaticano, onde um “Pedro” determinado e incomodado com a história da sua Igreja, acaba por ser protegido pelo agente “ Gabriel”, um restaurador de Arte, que tem artes militares ao serviço de Israel.
De leitura fácil, peca por estar demasiado colado ao tema e ao estilo de West, que tanto explorou o tema,,, a continua intriga instalada nas “Pedras” do Vaticano…
(...)
"O memorando de Martin Luther a Adolfo Eichmann pareceu causar ao Papa uma dor física. A meio da leitura, estendeu a mão e pegou na do padre Donati em busca de apoio. Quando Gabriel terminou, o Papa inclinou a cabeça e uniu as mãos debaixo da cruz peitoral.
Quando voltou a abrir os olhos, olhou directamente para Shamron, que segurava o relato da irmã Regina acerca da reunião no convento.
- Um documento notável, não acha, Sua Santidade? - Perguntou Shamron em alemão.
- Receio usar uma palavra diferente - respondeu o Papa, respondendo-lhe na mesma língua. - Vergonhoso é a primeira palavra que me ocorre."
(...)

metafisicas coloridas

Andei a passear “pensares”, ( meus e outros ). O dia todo. Foi a forma encontrada de ensinar-lhes a VER as cores.
Disse-lhes (convicto) "que não se devia dar-lhes significado para que não perdessem o brilho de ser cor…
Uma cor com significado perde a capacidade de se misturar com outras. Só na mistura nasce uma cor nova
e

uma cor-nova não tem nome,,, muito menos significado!
Uma cor-nova tem toda a metafísica do Mistério!
"
Ficaram mudos, num silêncio de insulto, por isso larguei-os de trela até que se esfumassem em nuvens. Vezes há que é preciso deitar fora todos os pensamentos ( nossos e d'outros) para que nasçam outros ( nossos) . Novos!

27 de setembro de 2006

o salto

Papá! Papá! Vamos correr!..Vamos?..Vamos Correr MUITO!,,,Queria tanto saltar para dentro do Universo e ele vai ali á frente,,, anda Papá, depressa,,,corre. Corre muito,,,(Já!)

26 de setembro de 2006

medidas (in) variáveis

Só há distância na presença da luz, a que se sente no escuro, tem a exacta dimensão da nossa inquietação…

25 de setembro de 2006

teorias do ponto (II)

A intersecção de todas as linhas num ponto, não o torna maior do que aquele que resulta da intersecção de duas linhas, apenas o transforma em Centro!

teorias do ponto (I)

Um ponto, não é (afinal) a intersecção de duas linhas,
é
a convergência de todo o Universo no ínfimo instante do presente ( de cada acontecer)!

22 de setembro de 2006

imperfeições,,,perfeitas!

Pergunto-me, ( vezes muitas,,, que se repetem em ciclos de desnorte) se o sentir advém da Vontade!
Quero sentir! ou,,, Agora Vou sentir!
e
zás flúi em nós o desabrochar de uma cor que nos altera os fluxos…
A resposta que encontro esboça, em cinzentos de duvida, que a Vontade apenas Lhe abre a porta, e vezes há que o sentir é tão intenso que não há vontade que lhe consiga travar a fúria porque o sentir lhe antecede os passos e a asfixia ( digamos que são sentires embebidos d'uma E N O R M E vontade!)…
Ah, amigos que me habitam o eu, deixem as portas abertas! Não! Abertas não! Deitem-nas fora e deixem-se invadir pelo turbilhão,,,quanto menos o reprimirmos, mais sereno se torna, e é na serenidade que se saboreia (sorve) toda a sua essência…
A vontade não gera sentires, apenas lhe é concedida a capacidade de os tentar conter…

21 de setembro de 2006

em silêncios...

Hoje não escrevo, Nada. Mergulho no silêncio, O passado está ali, Encadernado na estante, Afago-o com a saudade das coisas perdidas, Está ali, De fronte, Nos olhos, No sentir, Na estante, Encadernado de alma, Ali, Em silêncios de ti!

(Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer)

20 de setembro de 2006

o acontecer

A Lua anda a fingir-se Morte,,,eu também. Passos estranhos, sem sombra, desaguados,,,sem vida, As cores escoam com a suavidade do “acontecer”, barco sem leme, Linha precisa ( incisiva) da fatalidade do SER,,,como um rio que acata ser fecundo pelo mar e não se angustia,,,apenas vai,,,doce para o sal…
Retrato de um beijo de nuvens coloridas…que no escuro se transformam em luz,,, tempestade do grito.
Não há nada mais sereno que o silêncio que precede o trovão…é o silêncio da vida a espreitar…
Assim, ando eu,,, a espreitar, curioso de me ser no EU, concebido de ventos e de mar…

19 de setembro de 2006

ecos,,,de cor

Por vezes penso (sinto?) sem me ouvir ( inconsciente de mim e da minha intimidade…)
Dou comigo a vaguear com a agridoce ilusão de me descobrir na fantasia da cor…

18 de setembro de 2006

o desenho de uma nuvem

Quando olho uma nuvem, vejo uma Nuvem,,, fico incapaz de a deixar de ver,,, Nuvem (seja qual for o desenho com que se insinua)…
Não a vejo chuva,,, nem gota,,,mesmo que cada gota seja pedaço de chuva, mesmo que a chuva toda,,,seja uma Nuvem inteira!

Quando olho uma nuvem, mergulho na fantasia de a ver,,,Nuvem...

14 de setembro de 2006

ainda,,, o sonho

Ah! que maravilha é esta nossa capacidade de transformar com o olhar, a invenção do UNIVERSO e de o transfigurar ( em ilusão,,, fantasia???) em cada instante!
Só no sonho moldamos o tempo
e
nele ( sonho) não há física,
nem gravidade,
nem relatividade,,,muito menos química…
nele ( sonho) há o mistério da emoção do DESCOBRIR!
Soubesse eu distinguir os passos que dou,,,nele ( em destempo de mim),,, dos que gravo nas arreias que me azulam dos dedos da vida, e seria só multidão,,,sem o olhar de mim!

13 de setembro de 2006

enunciações,,,do sonho??? ( ou a teoria da inutilidade filosófica????)

O “Passado” é (na minha verdade de hoje,,,do agora…
ah! como é instável a verdade!!!!) um sonho que se desenha da ignorância da memória,,, o “ Futuro” também o é (sonho),,, Mas esse pinta-se da vontade irresistível de se transformar em memória!

In “ apontamentos para um manual da serenidade”, ou como é urgente que te apercebas que não tens um passado,,, tens “passados”,,, conforme ficaram desenhados na memória, tua e colectiva, e que o futuro depende da forma como o acaso se funde com a vontade de o seres (futuro), e a tua vontade, o teu querer, será primeiro, memória (tua),,,só depois colectiva!

11 de setembro de 2006

11 de Setembro, ou qualquer outro dia

Texto junto às torres: “2.863 pessoas morreram.”
Texto junto ao homem: “40 milhões de infectados pelo HIV no mundo.”
“O mundo se uniu contra o terrorismo. Também deveria se unir contra a SIDA” .



Junto às torres: “2.863 pessoas morreram”.
Junto ao velho: “630 milhões de sem-teto no mundo”.
“O mundo se uniu contra o terrorismo. Também deveria se unir contra a POBREZA”.



Junto às torres: “2.863 pessoas morreram”.
Junto ao garoto: “824 milhões de pessoas morrendo de inanição no mundo”.
“O mundo se uniu contra o terrorismo. Também deveria se unir contra a FOME.”


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*Imagens de anuncio da MTV proibido nos estados unidos da américa
nota: este post foi executado em partilha com a surpreendida

8 de setembro de 2006

mais vale percorrê-lo

O pior que se pode fazer a um labirinto, é deitá-lo fora, amassá-lo, como carta em papel, mal escrita,,, amarrotá-lo numa bola ( como quem humilha)
E
ZÁS!
Ignorá-lo assim, sem mais ( junto com a memória)…

Para quê, procurar uma saída se já perdemos a entrada
E tudo o que nos envolve são sombras e nadas????


Engano!

Se por ventura alguém apanhar a bola amarfanhada,,,COITADO! Não vai entender nada,
e
zangado-de-curiosidade,
também ele, devolve a bola, assim, sem mais, deitando-A fora!
E,
Deus meu, então é ver o labirinto a sorrir, fortalecido na sua enormidade, porque andou de mão em mão,
crescendo,
crescendo,
em bolas-cartas, à espreita,,, sem destino, de novo destinatário!

7 de setembro de 2006

labirintos

no mar ( quando
se transforma em deserto)
e
te sentes ponto ínfimo,( qual
gota de onda
)
há um labirinto infindo
que te engole o olhar
fervilhando
dentro de ti…
Agiganta-se informe para te inquietar
(sem te ouvir
ou avisar, passa a ser estrela polar
que te leva
e
te guia)…

Não sentisses tu, esse labirinto
e
perdias-te
sozinho,
em ti...

Nota: Prometi, a mim mesmo e a quem (aqui e ali) me ouve que ia deixar de escrever sobre labirintos, mas a verdade é que o meu constante sentir de procura, inevitavelmente (con)funde-se num labirinto. Não é necessariamente angustiante, percorre-lo. Vezes há que ele se torna omnipresente, e essa omnipresença passa a guiar os teus passos. Nessas alturas, só há uma cousa a fazer, é aceitá-lo e divertires-te com ele. Descobri, nesta minha viagem, dois tipos de labirintos, os que não tem paredes e se tornam um enorme deserto, e os que se escondem em corredores sucessivos de muros. Ambos nos desorientam, ambos nos obrigam a mergulhar no mais profundo do nosso ser, para seguir caminho, tornando-se importantes porque nos obrigam a escolher sentidos.
Estar, ou Ser, num labirinto, torna-se uma constante inevitável da vida. Não é uma obsessão minha, muito menos uma tragédia. Aceitá-los passou a fazer parte do meu caminho para a serenidade.

6 de setembro de 2006

ultrapassagens

Não queiras
( estive tentado, num impulso inconsciente de escrever, “nunca”, " não queiras nunca" mas a palavra “nunca” é tão obscena com a palavra “sempre”,,, não gosto da palavra “sempre”, nem de outras que criam grilhetas nos passos. Deixem-me portanto manter a ilusão da minha própria liberdade, não as usando, apesar de as sentir…)
ultrapassar o Mundo,,,aprende a ser feliz, na procura da subtileza de te ultrapassares,,,em permanência…

In “ apontamentos para um manual da serenidade” , ou como devemos ter o cuidado de empurrar a meta para diante, à medida que nos aventuramos nos passos…

5 de setembro de 2006

prolongamento do Ser

Sentado num banco,
de jardim,( em ferrugens verdes de sombra)
dobrado de vida, estava um homem ( em silêncios de borboleta),,, apoiado nos sonhos…
desenhava, no céu ( com a lentidão da leveza),
bolas de sabão ( coloridas?)
subiam,
uma
e
uma
até ao nada…
ele,,,cantava ( contava?
recordava?)
uma
a
uma,
as horas da sua vida…

4 de setembro de 2006

preso no ver

Não consigo libertar-me
da palavra
“olhar”,
e
no entanto,
todos os dias,
nas noites, (quando se acalma o sol)
sei,
que o que vi
no dia,( escuro,ou não),
foi diferente…

Tão díspar
do outro, que já não vejo
porque me fugiu no tempo…

Talvez por isso, sinta TUDO ( o que me coube nos passos),,,NOVO,
cada dia…

Assim,
a palavra, “olhar”,,, nasce, ( nos dias,,, Todos)
para mim,,,com a forma de futuros,
que me abraçam,
profundos,
sem fim,
no olhar…

3 de setembro de 2006

outra forma de escrever uma carta

Soprei a tua lágrima,
vermelha
de
sangues
e
jasmim…

Soprei-A,,, de ventos,
longe de ti.

Estilhacei-A
em mil cores
até
não ter cor,,,nenhuma…

Quando,
finalmente,
c
a
í
u,,,era lágrima
(agua pura,,,quase chuva)
de ti…