25 de junho de 2007

o som de um sorriso

Tenho os olhos a voar nos silêncios de uma noite escura, como uma nau que procura as estrelas que lhe segreda caminhos.
Sorrio silêncios, como só os olhos sabem gritar...

19 de junho de 2007

com a lentidão de uma sombra nocturna

Retomo a escrita, com a lentidão do tempo, como as nuvens de verão a diluírem-se em desenhos de fantasia...
O cinzento do céu é o (meu) ponto de partida, para o azul que teima em queimar os meus silêncios,
Silêncios,,, silencio, que só as lágrimas retidas ( escondidas,,, na retina? em ti? em mim?) o apaga...

18 de junho de 2007

no desenho de uma miosótis rubra

Desenho,
com um lápis louco que se finge feiticeiro e me obriga ( qual escravo que no espelho se reflecte colibri) a imaginar todas as cores que não tenho...
Ah! Isto de percorrer as linhas do desenho ( miosótis rubras, irrequietas em aguarelas de mim) é muito mais perigoso que respirar labirintos...

10 de junho de 2007

desaparecidos!


Olhei-te. A ti Madeleine, a menina que grita, que se ouve, que se vê, dia após dia, na voz, nos olhares dos teus pais e de todos. Estejas onde estiveres, és uma menina amada, acarinhada, que nos ecoa de angústia. Alguém te escondeu, alguém te levou. Mas estás aí. A olhar-nos, a obrigar-nos a darmos a mãos e a partilhar a dor. A tua e a de teus pais. Mas o mundo tem mais meninos, querida Madeleine, tantos outros que tal como tu já lhes secaram as lágrimas.

Mas esses são diferentes.

Porque não sei eu o nome, dessa menina, ou menino que juntei ao lado da tua foto? Porque não sei sequer de onde veio?

Não te sei dar resposta querida Madeleine, mas gostava de a ter, gostava de te poder dizer o nome desse e de muitos outros meninos sem nome e sem voz.
Este nosso mundo, querida Madeleine anda inóspito, anda com a alma poluída de indiferença. Já não somos Homens, somos um animal fantasma que finge que sorri e que ama...

5 de junho de 2007

diálogos , ou os monólogos do silêncio

Passeio,
lento de azuis claros.
Passeio-te os olhos,
e
como quem pensa poesia, levo-te pela mão em aguarelas sépias, num devagar de memórias. Ausente.
Eu. Tu.
Distantes.
Somos.
Eu. Tu.
Distancia.
Margens de um mar perdido.
“Diariamente_____________olho-TE”. (*)
Eu. Tu.
Desenho memórias, como quem suicida as palavras e inventa nuvens para silenciar nos gritos,,,as dores.
Eu. Tu.
Num mar de silêncios.
Diariamente.
Distantes.



(*) in "o peso da intimidade" de Betty Martins

1 de junho de 2007

Sento-me, Passivo, No rés-do-céu, a inventar azuis e sorrisos, como quem desenha beijos com o pólen-de-borboletas…