Juntei todos os instantes que me tocaram o dia e se prenderam no olhar.
Derramei-os numa folha branca.
Depois, deixei-me invadir pelos aromas de luz, que se deram ao trabalho de me visitar e desenhei um menino a sorrir, com todos os pedaços do dia que se espraiaram na folha, revestida de vidas e cor.
Espreitava, o menino, com olhar curioso, para além da folha, no desenho que lhe calhou em sorte, com todos os instantes do meu dia…
Por fim soprei todos os pedaços e deixei que voassem para "de lá" da memória, da minha e da do menino que se desenhou no meu dia, e fiquei a olhá-los a poisar nas folhas das árvores que se desprendiam em viagens sem destino…
6 comentários:
Merecem um silêncio esses teus instantes...
Chegar em suas letras Almaro é sempre instigante e inspirante. Escreves de felicidades e eu leio contentamentos quando saio daqui.. Tu me faz bem mas acima de tudo admiro e amo os tempos que capta nas letras e nas suas inspirações. Ah na verdade nem sei... gosto tanto que venho e te leio, gravo e guardo
beijos de enorme saudades
Maria Odila
http://digressivamaria.blogspot.com/
É como estar à janela e vermo-nos a nós mesmos. Digo eu.
E quando o menino agarra na folha, e faz dela bola sentida de todas as brincadeiras? Bj da Fernanda
estava a ver que não te conseguia comentar...ando assim desde ontem...
esse menino que te espreita e me espreita, por vezes, quando te leio...brinca com as cores que desenhas no papel.
beijinhos, Almaro (missing you)
Uma folha como se de mil diários para mais de mil palavras para mais de mil emoções...
abraço
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