30 de agosto de 2006

Vates - A.G.B.

Vates – A:G:B
Ana Margarida Oliveira
Edições Verso da Kapa


Histórias romanceadas, onde se cruza o passado ( sec XVII) e o Presente ( sec. XXI). O enredo e as personagens interagem de uma forma sublime, onde uns, constroem o futuro e os outros desvendam o passado. Tem mistério (de uma caixa), intriga, paixões e um misterioso poeta Bandarra que desenhando solas e sapatos antevê o futuro, não nos feitiços, mas nas quimeras e nos sonhos de um País que se edifica na poesia, no mar e nos homens.
Paira o mistério eterno de Portugal, abraçado na névoa do seu rei menino, que desengonçado de físico e teimoso de alma se perdeu algures por terras de Alcácer Quibir.
Não sei se Ana Margarida Oliveira, pretende continuar a(s) história(s), porque na verdade, as duas ultimas frases do(s) romance(s), Parece induzir uma continuação. Não sei quem abraça Isabel, quem a esperava na ilha, mas fica a névoa d’el rei ali estar, à espera de se (re)fazer Portugal…

“…Esta caixa foi-me entregue em grande segredo na Índia, com a recomendação de que aqui estaria o futuro de Portugal e que eu saberia o que fazer com ela. E nada mais.
- Mas…o que quer isso dizer?
- Não sei filha! Tenho que pensar! Mas tenho sobretudo de a esconder. Com o nevoeiro e o desvario que havia na Santo Agostinho, Olívia e a caixa deram muito nas vistas. Houve muita gente a reparar nela devido aos gritos e à forma exaltada como ela a quis defender. A caixa terá que ser guardada com descrição. Tenho esta responsabilidade. Aparentemente o futuro do nosso país está com esta caixa!
- E, no trono, um rei que não é português…
- Pois é Isabel…E, nesta nau, muita gente que não sabemos de que lado está…
- O meu pai acha que D. Sebastião está vivo?
- Eu acho que Portugal está vivo! Acho que todos nós, os verdadeiros portugueses, somos um pouco el-rei D. Sebastião.”

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