10 de agosto de 2020

vulcanizações do olhar

 


Fumo, em respirares serenos, a luz-da-rocha,

(áspera!)

Nos poros, afogueados de agustias, suo os grãos da terra,

(vermelha!)

Que se evapora no sangue

(ácido!)

E bebo em saboreares lentos, o tempo que levita na neblina,

(suspenso!)

 Só os olhos caminham para além…

 

Que se evaporam no sangue= viagem no interior do eu, incluindo na bagagem de viagem as angustias, que me aquecem os passos ( no entanto… os olhos caminham para diante, para o exterior do eu, como se o magma implodisse e se transformasse em cicatriz de pele)

Toda esta geologia tem uma explicação, passeio-me todos os dias pelas falésias da Ericeira, cenário destes escritos de verão costeiro, onde a neblina me acompanha o horizonte

 

2 comentários:

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

O tempo também serve para meditar...

:)

almaro disse...

meditar é parar o tempo. é bom parar o tempo. entre esses instantes vivemos uma vida inteira