A minha memória é irrequieta, ( endiabrada, digo eu, que a persigo feito tonto-saltimbaco, como quem procura agulhas, por sombras desnavegadas…) despega-se de mim e anda por aí na memória dos outros!
( pergunto-me, desprendido de resposta, se a memória são só lembranças que nos habitam os passados, se cousa outra,,, que deslembramos, mas que já vivemos inteiros e que anda por aí a esvoaçar futuros?)
tenho uns olhos em forma de lápis, mas nem sempre de cor... Sei que sou esquisito mas a vida moldou-me assim... ganancioso de SER por inteiro e não me caber por inteiro em mim.
31 de outubro de 2006
30 de outubro de 2006
os silêncios do lapis
…procuro o silêncio,,,longe de mim. sou ruído fundo. defunto. infindo. AQUI.
…procuro o longe,,,horizonte-monge do ALI.
…leva-me leve,,, o mar, para TI.
…silencio(s),
…angustia-ausente que VIVI.
…rimas.rumos.ritmos.muros.labirintos-d’aquém-em-asas-de-colibri.brancas, lazulis,,,lápis d’anjo, silêncio(s) de MIM...
…procuro o longe,,,horizonte-monge do ALI.
…leva-me leve,,, o mar, para TI.
…silencio(s),
…angustia-ausente que VIVI.
…rimas.rumos.ritmos.muros.labirintos-d’aquém-em-asas-de-colibri.brancas, lazulis,,,lápis d’anjo, silêncio(s) de MIM...
29 de outubro de 2006
forma de pedra
Esculpi
( escrevi?)
uma pedra,
como quem guarda
( grava?)
uma ferida.
Feri-a.
Fria.
Sombra de rio…
Gravei numa pedra,
um palhaço,
d’aço
que ria.
Fria. A pedra,,, informe de mim
( escrevi?)
uma pedra,
como quem guarda
( grava?)
uma ferida.
Feri-a.
Fria.
Sombra de rio…
Gravei numa pedra,
um palhaço,
d’aço
que ria.
Fria. A pedra,,, informe de mim
26 de outubro de 2006
25 de outubro de 2006
interrogações d'alma
Entornei a alma num copo d’agua* ( dissequei-me?)
e
abandonei-a-ao-sol,,,a evaporar-se,,, no nascer da noite…
*Copo d’agua = estado d’alma confinado ao eu? alma saciada que se volve em água? Aprisionamento d’alma?
(ponho-me a imaginar, de olhos escondidos, a cor,,,(da agua? da alma? ) a evaporar-se no nascer da noite...é um gosto que tenho, mimetizar-me na cor que se evapora, pura de mim, a renovar-me no dormir da noite...)
e
abandonei-a-ao-sol,,,a evaporar-se,,, no nascer da noite…
*Copo d’agua = estado d’alma confinado ao eu? alma saciada que se volve em água? Aprisionamento d’alma?
(ponho-me a imaginar, de olhos escondidos, a cor,,,(da agua? da alma? ) a evaporar-se no nascer da noite...é um gosto que tenho, mimetizar-me na cor que se evapora, pura de mim, a renovar-me no dormir da noite...)
24 de outubro de 2006
movimento(s) do absurdo
Não gosto da angustia. De senti-la,,,ou vê-la. São razões várias; não lhe sei cor,,,desenho,,,ou resposta, mas é ela que me inquieta…
Ela,,,é,,,o meu vento…
In”apontamentos para um manual da serenidade” , ou como o importante é orientar os nossos passos, seja qual for o sentido do sopro da nossa angustia…
Ela,,,é,,,o meu vento…
In”apontamentos para um manual da serenidade” , ou como o importante é orientar os nossos passos, seja qual for o sentido do sopro da nossa angustia…
23 de outubro de 2006
distracções
Pintei uma aguarela inteira, em tons de cinzento ( cinzas da cor,,, sombras d’azul?)
e
no lugar do nome (esquiço que desenha o estado d’alma do pintor) escorregou uma lágrima. única. rubra! grito incolor de quem, em vez de sonhar uma flor, deixou incauto cair a dor…
e
no lugar do nome (esquiço que desenha o estado d’alma do pintor) escorregou uma lágrima. única. rubra! grito incolor de quem, em vez de sonhar uma flor, deixou incauto cair a dor…
20 de outubro de 2006
acasos, ou (ainda) a teoria do UM
O acaso é cousa inteligente,,, como o UM…
Só o Um tem arte (engenho?) de abraçar tudo
e
continuar com o movimento…
Só o Um tem arte (engenho?) de abraçar tudo
e
continuar com o movimento…
19 de outubro de 2006
maturidade(s)
Comprei um livro, para crianças. Não o li ( ainda) …
Está ali.
Na estante.
Só!
Colorido ( a sorrir-me em sussurros divertido),
de pó
Não chegou ( ainda) o instante
de o sentir…
Há um momento( destempo) certo para tudo…sobretudo para colorir um livro para crianças ,,,sem fingir…
*********************************************************
serviço noticioso
o palhaço de D. Quixote actualizou o seu espaço com uma teoria absurda (quase imbecil)
Está ali.
Na estante.
Só!
Colorido ( a sorrir-me em sussurros divertido),
de pó
Não chegou ( ainda) o instante
de o sentir…
Há um momento( destempo) certo para tudo…sobretudo para colorir um livro para crianças ,,,sem fingir…
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serviço noticioso
o palhaço de D. Quixote actualizou o seu espaço com uma teoria absurda (quase imbecil)
18 de outubro de 2006
confidências...
Ouvi,
em marulhos de névoa, uma gaivota inquisidora:
“Que fazes? Perdeste-te? ”
Olhei-a,
enroscada-nos azuis
e
procurei-me na resposta…
“Voo!”,,,disse-lhe convicto-de-evidências…
“Sim, eu sei,,,mas que fazes aqui? Perdeste-te?” Insistiu ela em esgares trocistas…
“Não sei…provavelmente procuro…” disse-lhe irrequieto
e
já sem voo! ( perdi-me, pensei,,, em certezas só minhas…)
em marulhos de névoa, uma gaivota inquisidora:
“Que fazes? Perdeste-te? ”
Olhei-a,
enroscada-nos azuis
e
procurei-me na resposta…
“Voo!”,,,disse-lhe convicto-de-evidências…
“Sim, eu sei,,,mas que fazes aqui? Perdeste-te?” Insistiu ela em esgares trocistas…
“Não sei…provavelmente procuro…” disse-lhe irrequieto
e
já sem voo! ( perdi-me, pensei,,, em certezas só minhas…)
17 de outubro de 2006
a fisica da alma (?)
Penso,,,com o ruído das palavras a irromperem o silêncio,,,penso,,,não sinto, porque o sentir não as tem (palavras),,, é físico!
15 de outubro de 2006
quero

Resposta em silêncio ao alquimista
e à Betty
fotografia original de Finbarr O'Reilly ( esta foto foi alterada por mim sem autorização do autor, o original, sem desfocagem será resposto caso o autor, ou quem o represente assim o manifestar)
13 de outubro de 2006
transformações
Sonhar,
é colorir o imaginário que nos invadiu o olhar. Não é iludir,,,é transformar.
Assim,
um sonho,
é cousa concreta, mutação do real, esculpido no sal e no vento, que se vive com a intensidade do sentir….
é colorir o imaginário que nos invadiu o olhar. Não é iludir,,,é transformar.
Assim,
um sonho,
é cousa concreta, mutação do real, esculpido no sal e no vento, que se vive com a intensidade do sentir….
12 de outubro de 2006
pisar,,,silêncios ( parte II)
Icei um muro-de-azuis, na quietude dos silêncios, pisados,,, dos passos da
(des)-sombra-do-eu, como quem bebe o céu,,, a iludir que esconde a noite…
(des)-sombra-do-eu, como quem bebe o céu,,, a iludir que esconde a noite…
11 de outubro de 2006
pisar,,,silêncios ( parte I)
Larguei (abandonei?) a vela ao ar. Queria (eu?) andar ao de cima dos silêncios, como quem se esconde,,, sem pergunta…
Larguei-me (abandonei-me?),,, no espelho,
estilhaço de vento
que ecoa na gruta,
onda,,, nua,
defunta…
Larguei-me (abandonei-me?),,, no espelho,
estilhaço de vento
que ecoa na gruta,
onda,,, nua,
defunta…
10 de outubro de 2006
9 de outubro de 2006
6 de outubro de 2006
5 de outubro de 2006
pequenos,,,pontos
Papá, papá,,,Olha! O céu está todo furado,,, Olha Papá,,,Vês? Vês todos aqueles pontinhos de luz? Vês? Consegues imaginar o quanto deve ser enorme a luz que se esconde na noite para de-lá do céu?
Sabes, Papá,,, agora já sou capaz de desenhar o horizonte
e
guardá-lo inteiro no olhar…
Sabes, Papá,,, agora já sou capaz de desenhar o horizonte
e
guardá-lo inteiro no olhar…
3 de outubro de 2006
hoje, na cidade que me habita nos passos
A cidade cheira a flores,,,mortas, decompostas em aromas agridoces, retracto de uma cidade desinquieta, paralisada de futuros…
2 de outubro de 2006
o jardineiro da noite
Cruzei-me com um jardineiro,,,varria palavras, uma-a-uma para a terra, com o cuidado todo de quem acaricia (semeia?) uma flor.
Disse-me em surdina que
“…plantava histórias. Que o seu jardim estava a transbordar de histórias, em vapores de poemas. Que era ,,,( o seu jardim), uma floresta que só os pássaros e as borboletas ouviam.”
Disse-me ( ainda) em segredos que
“…passava a noite a esculpir palavras-semente”
e que andava na ideia,
“…de esculpir a mais maravilhosa das sementes”
mas que
“…só lhe sabia ( ainda) o Nome!"
Chamava-se,
“…Humanidade”,
disse ele,,,
mas que (ainda) não sabia
“…qual a forma que haveria de lhe dar. Um pequeno nada e deitava tudo a perder"
podiam os pássaros,,,no desleixo dele
“ …deixar de cantar
e,,,
enlouquecer…"
Disse-me em surdina que
“…plantava histórias. Que o seu jardim estava a transbordar de histórias, em vapores de poemas. Que era ,,,( o seu jardim), uma floresta que só os pássaros e as borboletas ouviam.”
Disse-me ( ainda) em segredos que
“…passava a noite a esculpir palavras-semente”
e que andava na ideia,
“…de esculpir a mais maravilhosa das sementes”
mas que
“…só lhe sabia ( ainda) o Nome!"
Chamava-se,
“…Humanidade”,
disse ele,,,
mas que (ainda) não sabia
“…qual a forma que haveria de lhe dar. Um pequeno nada e deitava tudo a perder"
podiam os pássaros,,,no desleixo dele
“ …deixar de cantar
e,,,
enlouquecer…"
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