10 de março de 2008

silêncios ao fundo, diluidos...( esquecidos?)

Mastigo o silêncio no palato-mortalha de mim,

oiço os caniços e o vento,
(como um marinheiro que procura a estrela, para lá do fim…)

escuto a guitarra-cigarra-que chora,
Cidade-véu que me atordoa e me engole sem fado...
( susurrando baixinho,
vai e-m-b-o-r-a . . .)

Homem alado, perdido na ilusão
de não ser Homem-multidão...

O silêncio rói
e o que sinto,
( trovão)
espraia-se diluído no infinito,
como um búzio esquecido
no eco de mim...

16 comentários:

Ana Luar disse...

Porque será que eu tanto adoro este silêncio mastigado?

É simplesmente fabulosa a tua escrita.

Anónimo disse...

é...a escrita é fabulosa sem dúvida!!!! mas a mim doi-me setir a dor de quem a escreve!....
beijinhos
nani

almaro j. disse...

nani: já te disse, e volto a repetir. a escrita (a minha) é esculpida no instante da "dor" , isso não implica que a "dor" se mantenha... são relatos de momentos... não mais do que isso. sabes também, que são esses, e não outros, os momentos que me provocam a escrita. este escrito particular, tem a ver com a constatação de uma verdade...a que por mais que tentemos ser nós próprios,( por maior que seja a nossa ilusão de sermos diferentes no eu que nos cabe em sorte) seremos sempre homem-multidão!

almaro j. disse...

ana luar: provavelmente porque o silêncio mastigado obriga o olhar a ouvir o sentir...

Anónimo disse...

ya! eu sei mas cá de longe resta sempre a dúvida em relação aos "instantes"!...
nani

almaro j. disse...

ya? ena ena, voltamos a àfrica? ou a linguajares de filhotes?

Fragmentos Betty Martins disse...

meu querido_________amigo




tinha saudades de


alisar


as tuas palavras


devagar______...













beijO c/ carinhO

Anónimo disse...

efeitos do teu livro lourenço marques!!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Eu li

dois poemas num s�!

beijo ao Jeremias

Menina Marota disse...

"O silêncio rói"
... e deixa um vazio...

Bj

Anónimo disse...

era um poema

eram dois poemas

era o sentir

deslizando sobre o papel...

almaro j. disse...

menina marota: pior que um vazio, uma angustia cheia de perguntas sem resposta...

almaro j. disse...

betty: é bom sentir o teu alisar pelas minhas palavras, pelos meus ecos...

almaro j. disse...

pi: julgo que já te disse que não escrevo poemas, espalho sentires, liberto sentires que esvoaçam no eu...

almaro j. disse...

pi: julgo que já te disse que não escrevo poemas, espalho sentires, liberto sentires que esvoaçam no eu...

almaro j. disse...

anonimo:são sobretudo ecos que se estilhaçam para delá do vento...