1 de novembro de 2009

rasgar a pele do mar

as rochas rasgam o mar, como quem ara segredos, em sangue incolor que se esvazia nas marés-da-alma, em conspirações da cor,

(e as asas?
e as pedras?)
esgares de homem que se sabe
só,
areia submersa de nuvens…
(amam as aves?)
amam!

( disse-me uma que pintava inquieta o céu de bruma),

amam,
as árvores-do-mar,
onde se empoleiram a navegar,
amam,
o silêncio do vento a cantar

(e as flores? e a lua?)