Não me lembrar do tempo,___________, tem esta vantagem, __________, manter os “olhos” per-ma-nen-te-men-te
maravilhados, com a descoberta do espaço,
onde,
os passos, são todos novos,
a luz é toda minha
e as cores são inventadas dia-a-dia.
nota: um dia vou dedicar-me
à analise psicológica das palavras que se soltam e se esvoaçam dos meus
sentires, não vá darem-me por louco, inapto para a vida ou outras cousas piores
sejam elas inventarem sentires que não sinto , ou desenhos que não se me
imaginaram no redor das letras ou no coração dos olhos.
assim passo a explicar o escrito, hoje, só hoje porque o vagar é pouco:
Não me lembrar do
tempo, tem presumivelmente a ver com o meu estado sensorial de desmemoriado
efectivo ( muito provavelmente por efeitos de uma queimadura cerebral de um paludismo
ranhoso que se me colou em menino, ou efeitos de uma cabeça-de-alfinete que
perdura andarilha entre vasos que me alimentam o pensar e o ver). Dou por mim a
espremer-me ( como quem defeca) à procura da minha infância, à procura dos meus sorrisos, das minhas lágrimas e nada, só ecos
das vozes de quem me acompanhou os passos, mas sei eu que cada um vê os passos
de cada qual de forma vária, cada um desenha conforme sabe e muitos sabem pouco , ou deram-se ares de surrealistas, o que para o caso de quem procura o modelo para perante ele poder fazer o seu próprio desenho é uma tragédia de silencio e de vazios que não se encaixam .
Por isso ,
ou talvez por isso,
cada amanhã é uma descoberta
infantil que me maravilha o ver. Tal como uma criança que põe todas as cores de
uma flor nas linhas que a desenha ( mestre almada), também eu ponho todos os
sentires nos passos com que desenho o eu, almofadado na ingenuidade da
descoberta de cada dia.
Sem comentários:
Enviar um comentário