28 de julho de 2016

deslembranças




Não me lembrar do tempo,___________, tem esta vantagem, __________, manter os “olhos” per-ma-nen-te-men-te maravilhados, com a descoberta do espaço,
onde, 
os passos, são todos novos,
a luz é toda minha
e as cores são inventadas dia-a-dia.

nota: um dia vou dedicar-me à analise psicológica das palavras que se soltam e se esvoaçam dos meus sentires, não vá darem-me por louco, inapto para a vida ou outras cousas piores sejam elas inventarem sentires que não sinto , ou desenhos que não se me imaginaram no redor das letras ou no coração dos olhos.
assim passo a explicar o escrito, hoje, só hoje porque o vagar é pouco:
 
Não me lembrar do tempo, tem presumivelmente a ver com o meu estado sensorial de desmemoriado efectivo ( muito provavelmente por efeitos de uma queimadura cerebral de um paludismo ranhoso que se me colou em menino, ou efeitos de uma cabeça-de-alfinete que perdura andarilha entre vasos que me alimentam o pensar e o ver). Dou por mim a espremer-me ( como quem defeca) à procura da minha infância, à procura dos meus sorrisos, das minhas lágrimas e nada, só ecos das vozes de quem me acompanhou os passos, mas sei eu que cada um vê os passos de cada qual de forma vária, cada um desenha conforme sabe e muitos sabem pouco , ou deram-se ares de surrealistas, o que para o caso de quem procura o modelo para perante ele poder fazer o seu próprio desenho é uma tragédia de silencio e de vazios que não se encaixam . 
Por isso , 
ou talvez por isso, 
cada amanhã é uma descoberta infantil que me maravilha o ver. Tal como uma criança que põe todas as cores de uma flor nas linhas que a desenha ( mestre almada), também eu ponho todos os sentires nos passos com que desenho o eu, almofadado na ingenuidade da descoberta de cada dia.

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