Papá, papá,
onde vivem os poetas?
A pergunta
ficou até hoje, gravada no eco.
Não que não
tivesse resposta mas porque, na certeza
que pergunta assim feita do nada por filho criança, tinha jeito de
armadilha.
Tivesse eu ,
incauto dito.
nas nuvens
ele criança,
teria desenhado um enorme sorriso de escárnio e ripostado com gozo ,
nas nuvens?
se vivessem
nas nuvens chovia poesia e não água!
Ou tivesse
eu fugido para o refugio do banal e dito convicto ,
na lua
ele ,
na lua?
se fosse na
lua ficavam lá presos . os poetas não inventam foguetões para irem à terra.
Por isso
deixei a pergunta a esvoaçar entre cá e lá ( seja onde for o cá ou o lá ,
qualquer que seja o lugarejo encavalitou-se no tempo à espera que o sorriso
escarnoso se fosse adocicando de idades)
hoje já pai,
o filho, não tenho forma de lhe esconder resposta e sei pelo convívio que os
poetas habitam uma caixa. É verdade que nem em todas as caixas pernoitam poetas,
mas sim com
toda a certeza é numa caixa onde se dedicam à agri(cultura).
semeiam todo
o dia, (noite incluída que poeta não dorme ou quando dorme semeia em ganas de
fúria),
palavras
e ficam por
aí a pairar ( daí a nuvem, ou a lua) á espera que a palavra flore para lhe
colherem o sentido, o aroma ou o desenho…
1 comentário:
os Poetas vivem no desassossego do momento
:)
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