Imagino-te palavra-som que trespassa a morte, de azuis..
(finjo-me!),
Como se o vento desenhasse papoilas nas asas das gaivotas…
(fujo-me!),
na angustia do sol.
( a solidão é um vicio de cinzentos que decanta sorrisos no labirinto da noite…)
Vou
para a rua ,
descalço na pele-da-lua, despido de corações alados
( e expiro-me,
vagabundo-vadio)
na ausência de ti!
(a solidão transporta um abraço peregrino, (rede-tentáculo), que estilhaça o espelho, no espelho das sombras de traços incolores ,
Sopro-de-dor que cega os passos das árvores e dos pássaros…)
tenho uns olhos em forma de lápis, mas nem sempre de cor... Sei que sou esquisito mas a vida moldou-me assim... ganancioso de SER por inteiro e não me caber por inteiro em mim.
31 de março de 2010
22 de fevereiro de 2010
19 de fevereiro de 2010
Nela
Não é homenagem, nem tão pouco recordação, é apenas um desabafo de quem te viu partir, no sossego de uma respiração e no desassossego de todos nós…
Foste ( com toda gravidade do ir...)
Ficou o teu olhar e a tua voz,,,ambos meigos (mesmo quando zangados…).
Talvez a memória, que é traiçoeira esqueça o que eles diziam, mas a ternura com que eles sempre nos abraçaram, essa ficará gravada na alma de cada um que teve a sorte de te cruzar o olhar.
Um beijo
Foste ( com toda gravidade do ir...)
Ficou o teu olhar e a tua voz,,,ambos meigos (mesmo quando zangados…).
Talvez a memória, que é traiçoeira esqueça o que eles diziam, mas a ternura com que eles sempre nos abraçaram, essa ficará gravada na alma de cada um que teve a sorte de te cruzar o olhar.
Um beijo
9 de fevereiro de 2010
migalhas
26 de janeiro de 2010
24 de janeiro de 2010
as guardiãs
Todas as imagens tem uma história, esta tem uma vida própria, uma espécie de encantamento, de paixão e de amor. Não houve subjugado nem domador mas sim uma fusão , um dar de mãos… tudo começou acerca de quatro anos. Foi amor à primeira vista. As “guardiãs” entraram-me pelo olhar e fixaram-se. Correu-me pelo corpo o quente da descoberta do belo. Ali, naquele monte estava uma imagem à minha espera. As fotografias nasceram em mim como os poemas, primeiro existiam apenas para o meu olhar. As imagens fixavam-se em mim, mas eu não as roubava. Apenas as sentia e sorria. Com os poemas esta comunhão íntima era idêntica. Mas tarde senti necessidade de gravar, de pintar, de esculpir o que sentia, a minha memória começava a atraiçoar-me, perdia-se no tempo e comecei a escrever e a fotografar. As guardiãs demoraram mais de quatro anos a renderem-se ao meu Ver, resistiam a ser fixadas por mim. Situam-se num morro da A8, no sentido Norte Sul, muito perto da saída para Mafra. Faço esse trajecto vezes sem conta, mas razões de acasos sempre me impediram de as trazer comigo. Ora me esquecia da máquina, ora tinha a policia a impedir-me a paragem na auto-estrada, ora chovia, ou chegava sem luz… desencontros atrás de desencontros. Há cerca de um mês a região do Oeste foi castigada com um valente temporal. A primeira coisa que me ocorreu, foi ..."as Guardiãs"…teriam aguentado?
Uma espécie de fé percorreu-me a alma.
Sabia que lá estavam.
Eram guardiãs.
Estarão lá sempre!!!
Uma espécie de fé percorreu-me a alma.
Sabia que lá estavam.
Eram guardiãs.
Estarão lá sempre!!!
21 de janeiro de 2010
no silêncio das palavras ( que se sentem)
Estão presas nas entranhas de um vulcão adormecido,,,
Agrilhoadas aos olhos das pedras,
raízes laceradas,
na terra,
Sorvidas, na pele da chuva,
cansadas
corroídas…
Sangue da alma, diluído de raiva
frígidas,
descalças
nuas…
no silêncio das calçadas
gastas
das ruas
as palavras
Agrilhoadas aos olhos das pedras,
as palavras
raízes laceradas,
na terra,
as palavras
Sorvidas, na pele da chuva,
cansadas
corroídas…
Sangue da alma, diluído de raiva
nas palavras,
frígidas,
descalças
nuas…
no silêncio das calçadas
gastas
das ruas
sem palavras...
20 de janeiro de 2010
um dia
Um dia saberás como costurar os sonhos no céu, como misturá-los no olhar e semeá-los no mar…
Um dia,,,saberás como eles se moldam no sentir , como se colam aos poros do vento e nos reflexos da chuva…
Um dia,
saberás ouvir o suspiro dos pássaros que te abraçam o ver…
Nesse dia,
Verás o sorriso da alma a nascer…
6 de janeiro de 2010
pigmentos de mim
Escrevo,
Escrevo....
na linha das ondas
,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,monólogos errantes
o homem
,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,que lavra sementes
no espelho
,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,o grito das nascentes
(que me lavam a alma em melodias ausentes)
na pele
,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,o suspiro dos amantes…
Escrevo....
no olhar da lua-poente...
( pigmentos de mim!)
3 de janeiro de 2010
O silêncio ( por dentro)
Entro no silêncio dos passos e dos pássaros que me invade memórias, lágrimas e gritos culpados,
perdido no ventre das pedras…
(ácidos…)e turvo no peso que me curva no vazio dos ventos,
perdido no ventre das pedras…
3 de dezembro de 2009
ao contrário
Uma árvore disse-me, na manhã que insistia em não acordar
em segredos de vento
“veste-te do silêncio dos passos
sorve o mel das borboletas
e desenha-te
Janela!!!”
Mas eu faço tudo ao contrário, grito o silêncio e desenho-me sombra estilhaçada no pó das borboletas onde tatuo os meus passos…
(ainda gostava de saber porque me falam as árvores?
E os pássaros?
E as papoilas?)
em segredos de vento
“veste-te do silêncio dos passos
sorve o mel das borboletas
e desenha-te
Janela!!!”
Mas eu faço tudo ao contrário, grito o silêncio e desenho-me sombra estilhaçada no pó das borboletas onde tatuo os meus passos…
28 de novembro de 2009
23 de novembro de 2009
...do indico
Os ventos da flauta invadem – me o tempo , no temo de um nada em espumas de onda-papoila, rubra de alma-luz, em sol lento …
peneiro a brisa e respiro-me
oiço-me na trova do templo,
nas ruas de memórias adormecidas,
e flutuo no luto , … , menino-índio, do Indico , … , perdido de ti…
peneiro a brisa e respiro-me
oiço-me na trova do templo,
nas ruas de memórias adormecidas,
e flutuo no luto , … , menino-índio, do Indico , … , perdido de ti…
22 de novembro de 2009
escondi-me entre as ondas,
a rir,a rir cada lágrima que nascia translúcida de arco-iris
a rir,a rir desta angústia que me embala no olhar de um flamingo a partir,
com fome...
palhaço-andarilho, espantalho sem véuem seara de passos gravados nas rochas que descoloram e rasgam o céu...
...vou aproveitar esta solidão para fugir de mim, para lá de onde o universo dorme...
21 de novembro de 2009
passos de areia
Sento-me na praia, no cinzento da chuva,
Sou um grão de areia ( só) a respirar a multidão do universo que me habita o ver…
Olhares, que se apagam nos passos das ondas…
Sou um grão de areia ( só) a respirar a multidão do universo que me habita o ver…
Olhares, que se apagam nos passos das ondas…
1 de novembro de 2009
campândula
Tenho uma andorinha-do-mar aprisionada no olhar que me leva no sonho, e deambulo sonâmbulo , nesta campândula de palhaço-flamingo a voar dentro de mim...
rasgar a pele do mar
as rochas rasgam o mar, como quem ara segredos, em sangue incolor que se esvazia nas marés-da-alma, em conspirações da cor,
só,
areia submersa de nuvens…
amam,
as árvores-do-mar,
onde se empoleiram a navegar,
amam,
o silêncio do vento a cantar
(e as asas?esgares de homem que se sabe
e as pedras?)
só,
areia submersa de nuvens…
(amam as aves?)amam!
( disse-me uma que pintava inquieta o céu de bruma),
amam,
as árvores-do-mar,
onde se empoleiram a navegar,
amam,
o silêncio do vento a cantar
(e as flores? e a lua?)
24 de outubro de 2009
acordares
acordei a sombra (julgava-a morta,
mas dormia)
para que não se zangasse, pintei-a em coloridos-de-ágrimas-de-sol-incompleto-e-sonâmbulo …
caminhei,
para que não morresse sem mim...
mas dormia)
para que não se zangasse, pintei-a em coloridos-de-ágrimas-de-sol-incompleto-e-sonâmbulo …
caminhei,
para que não morresse sem mim...
6 de outubro de 2009
sombras
Misturo a noite com cinzentos-sol
( nevoeiros de lua?),
Pincéis funâmbulos, sem água assobiam silhuetas diurnas
(assíduas)
Caldeio, confuso, opacos escuros, como quem chora fantasias
(queixumes?)
Dunas da alma, vagabundas!
22 de setembro de 2009
Pescador de búzios
Vagueio nos andaimes do vento,
(do tempo?)
Sem velas nem destino,
( pensamento?
Sonho?)
.
.
.
Lento,
caminho sem mim
Cinzento
á procura dos alísios
(Pescador de búzios?)
Ao fundo, no longe de um abismo, o sax canta, sem músicos
E tu?
Tu que respiras semente
Porque te escondes no acaso
Porque te escondes no escuro negro da noite?
(do tempo?)
Sem velas nem destino,
( pensamento?
Sonho?)
.
.
.
Lento,
caminho sem mim
Cinzento
á procura dos alísios
(Pescador de búzios?)
Ao fundo, no longe de um abismo, o sax canta, sem músicos
E tu?
Tu que respiras semente
Porque te escondes no acaso
Porque te escondes no escuro negro da noite?
12 de setembro de 2009
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