31 de março de 2010

na pele da lua

Imagino-te palavra-som que trespassa a morte, de azuis..

(finjo-me!),

Como se o vento desenhasse papoilas nas asas das gaivotas…

(fujo-me!),

na angustia do sol.

( a solidão é um vicio de cinzentos que decanta sorrisos no labirinto da noite…)

Vou

para a rua ,

descalço na pele-da-lua, despido de corações alados

( e expiro-me,

vagabundo-vadio)

na ausência de ti!

(a solidão transporta um abraço peregrino, (rede-tentáculo), que estilhaça o espelho, no espelho das sombras de traços incolores ,

Sopro-de-dor que cega os passos das árvores e dos pássaros…)

3 de março de 2010

19 de fevereiro de 2010

Nela

Não é homenagem, nem tão pouco recordação, é apenas um desabafo de quem te viu partir, no sossego de uma respiração e no desassossego de todos nós…
Foste ( com toda gravidade do ir...)
Ficou o teu olhar e a tua voz,,,ambos meigos (mesmo quando zangados…).
Talvez a memória, que é traiçoeira esqueça o que eles diziam, mas a ternura com que eles sempre nos abraçaram, essa ficará gravada na alma de cada um que teve a sorte de te cruzar o olhar.
Um beijo

9 de fevereiro de 2010

migalhas



Paro ,
no silencio da tarde abraçado ao vento dos pássaros
que esvoaçam em bando…

Migalhas,
alimento pó,
colorido…

Melodias de um nada, que me trespassam os dias…

Pedaços,
no só...da noite que não passa…

Oiço,
perto,
o vento dos pássaros…

24 de janeiro de 2010

as guardiãs

Todas as imagens tem uma história, esta tem uma vida própria, uma espécie de encantamento, de paixão e de amor. Não houve subjugado nem domador mas sim uma fusão , um dar de mãos… tudo começou acerca de quatro anos. Foi amor à primeira vista. As “guardiãs” entraram-me pelo olhar e fixaram-se. Correu-me pelo corpo o quente da descoberta do belo. Ali, naquele monte estava uma imagem à minha espera. As fotografias nasceram em mim como os poemas, primeiro existiam apenas para o meu olhar. As imagens fixavam-se em mim, mas eu não as roubava. Apenas as sentia e sorria. Com os poemas esta comunhão íntima era idêntica. Mas tarde senti necessidade de gravar, de pintar, de esculpir o que sentia, a minha memória começava a atraiçoar-me, perdia-se no tempo e comecei a escrever e a fotografar. As guardiãs demoraram mais de quatro anos a renderem-se ao meu Ver, resistiam a ser fixadas por mim. Situam-se num morro da A8, no sentido Norte Sul, muito perto da saída para Mafra. Faço esse trajecto vezes sem conta, mas razões de acasos sempre me impediram de as trazer comigo. Ora me esquecia da máquina, ora tinha a policia a impedir-me a paragem na auto-estrada, ora chovia, ou chegava sem luz… desencontros atrás de desencontros. Há cerca de um mês a região do Oeste foi castigada com um valente temporal. A primeira coisa que me ocorreu, foi ..."as Guardiãs"…teriam aguentado?
Uma espécie de fé percorreu-me a alma.
Sabia que lá estavam.
Eram guardiãs.
Estarão lá sempre!!!
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21 de janeiro de 2010

no silêncio das palavras ( que se sentem)

Estão presas nas entranhas de um vulcão adormecido,,,
as palavras

Agrilhoadas aos olhos das pedras,
as palavras

raízes laceradas,
na terra,
as palavras


Sorvidas, na pele da chuva,
cansadas
corroídas…

Sangue da alma, diluído de raiva
nas palavras,

frígidas,
descalças
nuas…

no silêncio das calçadas

gastas

das ruas

sem palavras...

20 de janeiro de 2010

um dia



Um dia saberás como costurar os sonhos no céu, como misturá-los no olhar e semeá-los no mar…
Um dia,,,saberás como eles se moldam no sentir , como se colam aos poros do vento e nos reflexos da chuva…
Um dia,
saberás ouvir o suspiro dos pássaros que te abraçam o ver…
Nesse dia,
Verás o sorriso da alma a nascer…

6 de janeiro de 2010

pigmentos de mim

Escrevo,

na linha das ondas

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,monólogos errantes


o homem

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,que lavra sementes


no espelho

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,o grito das nascentes

(que me lavam a alma em melodias ausentes)


na pele

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,o suspiro dos amantes…

Escrevo....

no olhar da lua-poente...

( pigmentos de mim!)

3 de janeiro de 2010


ao sol
figueira da foz
dezembro 2009
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O silêncio ( por dentro)

Entro no silêncio dos passos e dos pássaros que me invade memórias, lágrimas e gritos culpados,
(ácidos…)
e turvo no peso que me curva no vazio dos ventos,
perdido no ventre das pedras…

28 de dezembro de 2009

25 de dezembro de 2009

3 de dezembro de 2009

ao contrário

Uma árvore disse-me, na manhã que insistia em não acordar
(ainda gostava de saber porque me falam as árvores?
E os pássaros?
E as papoilas?)

em segredos de vento
“veste-te do silêncio dos passos
sorve o mel das borboletas
e desenha-te
Janela!!!”

Mas eu faço tudo ao contrário, grito o silêncio e desenho-me sombra estilhaçada no pó das borboletas onde tatuo os meus passos…

28 de novembro de 2009


Foz do mondego
Figueira da Foz
Novembro 2009

circula-me no sangue este vazio lubregue , de me sentir labirinto de mim,
sem foz,
circula-me na pele este horizonte-de-mar que não é vento nem água,
é voz,



e névoa colorida nas mágoas do sol,
que se labareda em sal,
no silêncio da memória…

25 de novembro de 2009


a solidão desenha-se na névoa
ou
no brilho da areia?
( praia da figueira da foz - novembro de 2009)

24 de novembro de 2009


o horizonte tumultuou-se na inquietude do mar que se crispou nas marés da alma
e
em sombras…
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23 de novembro de 2009

...do indico

Os ventos da flauta invadem – me o tempo , no temo de um nada em espumas de onda-papoila, rubra de alma-luz, em sol lento …
peneiro a brisa e respiro-me
oiço-me na trova do templo,
nas ruas de memórias adormecidas,



e flutuo no luto , … , menino-índio, do Indico , … , perdido de ti…

22 de novembro de 2009
























escondi-me entre as ondas,
a rir,
a rir cada lágrima que nascia translúcida de arco-iris
a rir,
a rir desta angústia que me embala no olhar de um flamingo a partir,
com fome...
palhaço-andarilho, espantalho sem véu
em seara de passos gravados nas rochas que descoloram e rasgam o céu...
...vou aproveitar esta solidão para fugir de mim, para lá de onde o universo dorme...

21 de novembro de 2009

passos de areia

Sento-me na praia, no cinzento da chuva,
Sou um grão de areia ( só) a respirar a multidão do universo que me habita o ver…


Olhares, que se apagam nos passos das ondas…

1 de novembro de 2009


praia da figueira da foz
novembro 2009
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praia da figueira da foz
novembro 2009
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campândula

Tenho uma andorinha-do-mar aprisionada no olhar que me leva no sonho, e deambulo sonâmbulo , nesta campândula de palhaço-flamingo a voar dentro de mim...

rasgar a pele do mar

as rochas rasgam o mar, como quem ara segredos, em sangue incolor que se esvazia nas marés-da-alma, em conspirações da cor,

(e as asas?
e as pedras?)
esgares de homem que se sabe
só,
areia submersa de nuvens…
(amam as aves?)
amam!

( disse-me uma que pintava inquieta o céu de bruma),

amam,
as árvores-do-mar,
onde se empoleiram a navegar,
amam,
o silêncio do vento a cantar

(e as flores? e a lua?)

24 de outubro de 2009

acordares

acordei a sombra (julgava-a morta,
mas dormia)
para que não se zangasse, pintei-a em coloridos-de-ágrimas-de-sol-incompleto-e-sonâmbulo …
caminhei,
para que não morresse sem mim...

6 de outubro de 2009

sombras

Misturo a noite com cinzentos-sol

( nevoeiros de lua?),

Pincéis funâmbulos, sem água assobiam silhuetas diurnas

(assíduas)

Caldeio, confuso, opacos escuros, como quem chora fantasias

(queixumes?)

Dunas da alma, vagabundas!


serenidades
Figuira da Foz - Setembro 2009
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22 de setembro de 2009

Pescador de búzios

Vagueio nos andaimes do vento,
(do tempo?)
Sem velas nem destino,
( pensamento?
Sonho?)
.
.
.
Lento,
caminho sem mim

Cinzento
á procura dos alísios


(Pescador de búzios?)

Ao fundo, no longe de um abismo, o sax canta, sem músicos

E tu?
Tu que respiras semente
Porque te escondes no acaso
Porque te escondes no escuro negro da noite?

12 de setembro de 2009

Deixo o rio correr,
(o som e a cor),

a agua tenho-a na alma,
tudo o resto é vento que rema sombras…

Não tenho fronteiras, só o universo me cabe,
para lá dele
há o olhar que O inventa e O sente.

ir
Figueira da Foz
Setembro
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9 de setembro de 2009