tenho uns olhos em forma de lápis, mas nem sempre de cor... Sei que sou esquisito mas a vida moldou-me assim... ganancioso de SER por inteiro e não me caber por inteiro em mim.
31 de julho de 2007
30 de julho de 2007
17 de julho de 2007
entre vazios ( mascaras?)
5 de julho de 2007
fado irrequieto, calado
em pó de giz,e luz.
Branco e preto, sombras aladas numa noite de estelas.
Está sentada a um canto, canta, um fado calado.
Diz,
poesia em olhos de encanto e canta , um fado falado.
Irrequieta criança que joga quieta um sonho atribulado.
Desenho poesia,
num sépia queimado.
(Bailarina?
Gaivota?
Fada?)
Ah, este fado cantado em fantasia de menina que brinca, mesmo sentada num canto fechado...
4 de julho de 2007
securas
escondo-a da sua sombra e pinto-a de sol, ao som dos murmúrios de uma águia pálida, que desenha abismos na noite e nas estrelas.
Escondo-me eu, em mim, como quem guarda o destino em memórias, (Cardume de histórias sem sentido) e voo no futuro em sorrisos infantis que guardam o tesouro do tempo.
Solto as palavras.
Evaporo-as.
Sou o sal de mim.
Seco.
Que chora!
2 de julho de 2007
(des)voares
1 de julho de 2007
aqui
Apetece-me gritar , "AQUI!"
Cego de azuis,
mas
AQUI,
cinzento em vazios.
AQUI,
sem forma nem caminho,
apenas Vento
ou Grito,
de mim...
25 de junho de 2007
o som de um sorriso
Sorrio silêncios, como só os olhos sabem gritar...
19 de junho de 2007
com a lentidão de uma sombra nocturna
O cinzento do céu é o (meu) ponto de partida, para o azul que teima em queimar os meus silêncios,
Silêncios,,, silencio, que só as lágrimas retidas ( escondidas,,, na retina? em ti? em mim?) o apaga...
18 de junho de 2007
no desenho de uma miosótis rubra
com um lápis louco que se finge feiticeiro e me obriga ( qual escravo que no espelho se reflecte colibri) a imaginar todas as cores que não tenho...
Ah! Isto de percorrer as linhas do desenho ( miosótis rubras, irrequietas em aguarelas de mim) é muito mais perigoso que respirar labirintos...
10 de junho de 2007
desaparecidos!
Olhei-te. A ti Madeleine, a menina que grita, que se ouve, que se vê, dia após dia, na voz, nos olhares dos teus pais e de todos. Estejas onde estiveres, és uma menina amada, acarinhada, que nos ecoa de angústia. Alguém te escondeu, alguém te levou. Mas estás aí. A olhar-nos, a obrigar-nos a darmos a mãos e a partilhar a dor. A tua e a de teus pais. Mas o mundo tem mais meninos, querida Madeleine, tantos outros que tal como tu já lhes secaram as lágrimas.
Mas esses são diferentes.
Porque não sei eu o nome, dessa menina, ou menino que juntei ao lado da tua foto? Porque não sei sequer de onde veio?
Não te sei dar resposta querida Madeleine, mas gostava de a ter, gostava de te poder dizer o nome desse e de muitos outros meninos sem nome e sem voz.
Este nosso mundo, querida Madeleine anda inóspito, anda com a alma poluída de indiferença. Já não somos Homens, somos um animal fantasma que finge que sorri e que ama...
5 de junho de 2007
diálogos , ou os monólogos do silêncio
lento de azuis claros.
Passeio-te os olhos,
e
como quem pensa poesia, levo-te pela mão em aguarelas sépias, num devagar de memórias. Ausente.
Eu. Tu.
Distantes.
Somos.
Eu. Tu.
Distancia.
Margens de um mar perdido.
“Diariamente_____________olho-TE”. (*)
Eu. Tu.
Desenho memórias, como quem suicida as palavras e inventa nuvens para silenciar nos gritos,,,as dores.
Eu. Tu.
Num mar de silêncios.
Diariamente.
Distantes.
(*) in "o peso da intimidade" de Betty Martins
1 de junho de 2007
30 de maio de 2007
estação do oriente
Olho. Oro, no silencio dos caminhos e desenho, nas nuvens (e em mim) os contornos do vazio.
29 de maio de 2007
Doem-me os olhos e as asas, como quem prende o futuro nas entranhas do eu.
Estranha forma de ir.
Informe.
Sem fome.
Vazio que transborda de sombras. Azuis!
Oiço o mar. Revolta de um sonho. Parado.
Onde se esconde a cor? Na dor?
Se ao menos soubesse desenhar uma flor e não teria esta dor, que me corrói e destrói como um cancro do sentir...
Ah! soubesse eu mentir...
23 de maio de 2007
Procuro as cores, numa tela escura...
Primeiro,
névoa ( vazios-de-um-rio-agrilhoado)...
...ando...
...sem memórias...
...a imaginar tempos, como quem fantasia destinos...
Depois,
um marulhar , preso, amortalhado...perdido!
12 de maio de 2007
11 de maio de 2007
fumos de mim
Fecho-me no olhar e respiro. Encho-me de vazios e de passos…
Sou uma eterna procura de vazios…
30 de abril de 2007
só
Sinto-me só, em lugar algum, Preso na lágrima colorida de mim, Sedento de ti...
Sei-me só, Perdido, Aqui!
29 de abril de 2007
porque a tranformação não tem nome, nem hora
O horizonte, essa linha indefenida que desenha sonhos, permanece, e o que surgiu de um "Almaro" cansado de se equivocar nos eus, foi um Jeremias, meio palhaço, meio nada, transmutado no caminho, mas sem se enganar com o que via ( sentia),pois o que levava no olhos, era o ir.
Assim, quase do nada, mas carregando o horizonte, tropecei em JEREMIAS.
18 de abril de 2007
a exactidão de uma verdadeira praga!
Andava distraído até que de um momento para o outro a imagem de “uma doença linguística-infectocontagiosa” se focou “exactamente” na minha mente.
Mais que uma moda é uma praga!
A ultima invasão é a palavra “exactamente!”. Substitui a exclamação, a virgula, a pausa.
Já foi “quer-dizer”, ou “claramente”, ou “de facto”, ou um revolucionário “pá!”. Não sei como aparece, nem como se propaga.
É uma espécie de constipação linguística que assola tudo e todos!
Eu, que procuro palavras como quem desenha sonhos, Irrito-me! ( maus -figados os meus!)
O pior é que a palavra “exactamente” não cola ao nosso espírito lusitano-latino'arabe, que não quer nada com a exactidão nem precisões!
Procura-se uma vacina! URGENTE!
11 de abril de 2007
ainda o passado, ou o desenho dele
Tenho duvidas que um passado se sinta um ponto final ( quanto muito ponte e nunca final, porque para se saber o fim, tem que se olhar o inicio e o inicio…, ah! o inicio é uma raiz que se perde no olhar...). Mas o problema prende-se não só com a (des)arrumação desse passado, mas com o facto de que cada um o olha, ou o vê com a sua memória, e cada um tem a sua, o que provoca um vendaval de impossível arrumação.
Admito que (...) não seja grande desenho do passado, gostaria de ter imaginação mais requintada, mas ando escuro de ideias e lento de pensares…
Passemos então à frente de simbolismos, e tal como a memória que cada um desenhe a sua, conforme os ventos e os sentires.
nota: isto que se escreve,( aqui) não é zanga com o vento, ou com costureiras de estrelas, ou cousas outras, é puro mau feitio e o de gostar de contrariar por teimosia demente ( cousa que me vem do passado e que não tem explicação inteligível...)
10 de abril de 2007
carta de um passado
Perdi o teu contacto.
Arrumações aqui e ali, apagaram memórias e passados.
Escreveste-me a devolver parte desse passado, meu e teu, (Dizes).
Palavras escritas e sentidas a duas mãos. Lembro os sentires. O momento. Os sorrisos...
O desenho do passado perde-se, tal como o do futuro. Todo o desenho se perde no cinzento das sombras. Como quem fecha os olhos e imagina a cor. Fica sempre esse limbo entre a imaginação do ver e do sentir ( será que há cor, no que imaginamos de olhos escuros a redesenhar os sentires?, ou os passados? ou os futuros? ou só há cor na luz?).
Reli o passado que me devolveste. E revi-me. E revi-te. Ali estávamos os dois a escrever sentires. De nós? Ou das personagens que nunca fomos nós?
Perdi o contacto para te dizer , um sorriso, porque os sorrisos também se escrevem, também se dizem.
Eu já não sou o mesmo. Tu continuas a arrumar o passado. O meu anda por aí na memória de cada um, mas só no que me ficou no eu, lhe reconheço cores e sombras. Sempre as sombras. Se um dia pintar a memória pinto-a cinzenta.
A cor evapora com o tempo, mas como as flores, ambas tem sementes.
O passado que me enviaste tem forma de semente. Por isso te queria escrever, para te dizer a forma da cor da semente que me ficou na memória. Porventura cor de papoila. Já teve um quadro essa papoila. O quadro já não sei dele. Dei-o para angariar fundos já não sei para que causa.
Não sei se aqui vens.
Este espaço não tem passado, e o outro de onde vim , já não tem futuro, mas queria-te escrever ( já o disse) para te deixar um sorriso suave, sereno. Trago sempre a serenidade com o passado, para não me surpreender com o futuro.
(???)
(...) desenho do pasado
(???) desenho do futuro
9 de abril de 2007
extrato de uma conversa inacabada...
7 de abril de 2007
...na sombra, porque até o negro a tem, cinzenta...
Igualmente negros.
(Viúvo de mim…)
4 de abril de 2007
passos mudos, no interior do só
Pesa uma escuridão, esta lágrima que me pintou a alma!
Sem razão, sem aviso... como folha caída sem vento.
Confunde-se com a dor da fome, ou da sede.
Permanente.
Presente.
Fecho os olhos e o olhar, e ela ali está. Gigante. A fingir-se minha!
3 de abril de 2007
Brancas.
Opacas, iguais.
Preso no labirinto de não me ser novo,,,(Sonho nocturno da angustia de ser tempo gasto, morto nas voltas de um Tempo espesso. Parado. Estrela escondida no eclipse da alma. )
Paro!
Apenas respiro, como quem procura odores, ou cores. Tudo o mais é branco. Negro (?). Tanto Faz. É igual a monotonia das palavras que se transformam num som repetido, lento. Morto.
Fujo!
De mim (?)
Não sei. Não me vejo, neste nevoeiro, branco que me fere o sentir.
Olho o muro, (labirinto?) cheio de palavras. Todas as palavras. Empacotadas em papel pardo. Iguais. (Mutação de Kafka ?). As palavras iguais, são moscas. Zumbem um som de morte. Branco? Negro? Denso? Baço!
Confundo o muro com o horizonte! Estou perdido, no eu e nas palavras. Desconheço-me! Desencontro-te!
Respiro. Ainda. Na lentidão de quem se perde no labirinto de si!
Até as asas são de palavras de papel. Iguais a todas as asas de papel, desenhadas na ilusão de voarem na imaginação.
Passeio na silhueta do sol. Na intensidade do vazio que cega, sem sombras, sem Negros. Vazio! De palavras.
Só o novo se sente, tudo o resto é impulso, é respirar!
Vou!
Mais uma vez,
decido de vez!
Vou na incerteza de encontrar a palavra que voa, sem papel, no sentir, longe da imaginação!
Ah isto de ser lagarta a enrolar-se em teia de aranha, é cousa para que não nasci!
Vou, para o longe de mim.
Agora!
Já!
(antes que me encasule…)
Não sei quando volto. Se volto. Pouco importa. Não há porta, nem janela.
Adeus, almaro…
Desde que nasci, que ando curioso de saber como se escreve a Palavra FIM.
Afinal tem três letras, e um ponto. O ponto é maior que a palavra, porque esse é FINAL!
Será esta a sensação da morte??? Livre de mim??????
That Old Devil

Adivinhava-lhe o conteúdo, por isso olhei-o com ternura, expectativa e emoção.
Ali pousado na serenidade de um tempo que parou, estava o fruto de uma experiência de amizade.
Antes de o abrir, como quem precisa de um cigarro, coloquei em som de fundo um cd. Dessa "caixinha de musica" ( afinal tudo começa com uma caixinha...) evoluiu uma voz serena, que “melodiava” afectos. Foi essa voz, não da Billie Holiday, mas de uma outra mulher inconformada que lançou os laços de uma aventura escrita “That old devil“.
Recordo o carinho e a emoção, como fomos cada um de nós, lendo e relendo cada capitulo desta nossa aventura.
Lembro com angustia o desaparecimento da mãe de todo este envolvimento;
Lembro o sorriso que me fugiu quando dois anos depois, inconformada ainda, reapareceu a voz e a mulher que num determinado momento das nossas vidas foi nossa maestro;
Não é certamente uma obra literária, pois o que nos uniu, não foi necessariamente a escrita, foi o facto de não nos conhecermos e apesar disso nos sentirmos amigos de cada um que deixou a sua história escondida na história do “old devil”.
Hoje os tempos são outros. O almaro que participou nesta aventura morreu, cansado de sombras, cansado de correr atrás das suas cores. Outros que participaram na história há muito que se esconderam ou noutras personagens ou em personagem nenhuma.
Fica para a nossa própria história, este pequeno livro, fecundado por um amor estranho, sem nome, que nos uniu a todos num determinado instante das nossas vidas…
Um beijo sem tamanho para ti Inconformada, que tiveste a magia de seres inteira nesta aventura…
1 de abril de 2007
31 de março de 2007
quando (te) oiço, (os) sussurros
Hoje vi-te. No reflexo dos cristais de chuva….
polemógrafo do eu
Caído na terra.
( semente?)
30 de março de 2007
Os sinais de um retrato
O chapéu: a dualidade entre o antigo, as raízes, o passado, a memória, e o transportar dessas raízes para o sentir, para o poema do existir, desenhado no negro de Chaplin ( homem ou personagem?).
Os olhos: os olhos não o são. São olhar. São o alimento da personagem ( essência do existir, uma espécie de sol interior que aquece mas não cega. Podiam nem seque ser visíveis, porque o olhar só o é (visível e inteiro) para o próprio
O colarinho largo: é o menino em fato d’homem, é a liberdade de poder sempre crescer, até ao limite da vida ( porque tudo tem o limite do UM).
O laço: é o poema, sem versos. Podia ser uma borboleta, ou uma papolila, mas isso obrigava a muitas cores, assim fica a incógnita e a liberdade de se imaginar as cores de cada um, para a poesia de mil e um sentidos.
o sorriso: discreto, quase um beijo, representa a serenidade com que ele olha o eu, e o tudo.Esconde a irrequietude que lhe vive para além do olhar.
Finalmente o nome: (há retrato sem nome?) Jeremias ( Jeremiah no original ), porque nasceu assim, desenho e personagem de banda desenhada, anti-heroi como convém, rebelde e livre, personagem de papel em cores directas, aguarelas, quase sempre. Podia ser outro, Corto Maltese, mas isso era uma responsabilidade acima das suas próprias capacidades....
26 de março de 2007
Nos passos que fundo na terra, oiço sussurros que me olham ( divertidos?)
dá frutos em forma de pássaro e é bizarra no falar ( não assobia escondida no vento, como todas as outras que falam,
gesticula com cores que esconde nos verdes e nas sombras...)
23 de março de 2007
22 de março de 2007
receituario para um esboço de sorriso
com veias de rios secos. dormiam no chão, mortas de cansaço e de verdes). triturei-as em pó (poeira d’arvore…
plátanos? castanheiros?).
juntei água e moldei tudo, com vermelhos, amarelos e azuis (transparentes
de vazios), depois,,,depois larguei o molde no voar ( pássaro de mim,
colibri-do-mar)
21 de março de 2007
quando se escreve sem as palavras e apenas se desenha o que o espelho nos mostra
19 de março de 2007
abro a porta de uma noite, como quem desenha um eclipse
Ah,
esta mania de levar nos passos a alma, vai acabar no abismo-profundo-do-silêncio, pendurado na solidão de um sonho que se perdeu dos azuis voláteis…
16 de março de 2007
Não procuro o sonho nos passos que piso. Se o achar, não é sonho, é um desenho inacabado por colorir)
14 de março de 2007
Sentei-me na terra, escura de sombras e de espantalhos, resguardado na luz que escapa dos orifícios dos botões,
Esqueço. (Tudo). Na memória-dos-sorrisos, como quem cheira o vento e parte ( sem sentir o perigo
do desnorte)
no sentido das estrelas que embalam ( num abraço
de morte)
os pássaros que esvoaçam nas vestes ( amarelo-trigo) de um palhaço de olhos tristes. Esqueço,,,tudo…e vou descobrir os cristais que desenham as lágrimas...
13 de março de 2007
corro no vento de um sonho que se desenha em sépias, na desventura de reinventar a fronteira do abismo
Queria sentir ( na exaustão de mim) a intensidade do escuro, Mergulhar para além do negro e deixar-me deslizar ( qual rio) no eu que se transmuta na noite que proíbe a luz e o cio!
12 de março de 2007
as palavras choram em soluços, sem cor nem vontade. Pedaços de um nada que se engasgam na voz
têm silêncios de revolta.
as palavras,
estão presas em labirintos de aranha.
as palavras,
perdem-se submissas na multidão que lhes sangra os sentidos.
as palavras,
marulham como ondas num mar de vazios.
as palavras,
são terra arada num sol de sementes.
as palavras,
vão em passos perdidos do Um, em novelos de horizontes…
9 de março de 2007
Há abismos que nos empurram para a vertigem do renascer com a dor de quem suicida o olhar
7 de março de 2007
Deixei escorregar as tintas em lágrimas de vento na lentidão de quem aguarda a transformação dos perfumes…
6 de março de 2007
Procuro o vazio da alma, com a vontade animal de o preencher com o horizonte que se desenha entre a onda e a areia..
5 de março de 2007
Desenho com os passos que os olhos levam, a calçada que sobe ao Chiado, onde me perco no labirinto de mim, entre livros e memórias...
Arrasto comigo as pedras de calcário e, subo lento, envergonhado,
cego de gente que caminha a meu lado( em silêncios áridos, calcados),
vou lento de olhar vendado, nas asas da memória que voa entra as asas de uma pomba-gaivota... Com os olhos de basalto subo, ao alto a calçada, abraçado ao vento…
2 de março de 2007
...(III)
(respiro,
como se mergulhasse na fantasia de existir)
1 de março de 2007
..(II)
o teu rosto,
gravo a imagem,
pele com pele, Onda de vento que aquece um suspiro…
(Por vezes, só ás vezes, paro nas palavras, na escuridão do sentir para te deixar passar sem perfume e fico ( só ás vezes) a sonhar…
Por vezes estremeço, ou esqueço o que vi e volto a acordar ( recordar?) no olhar que já vivi,
Por vezes, só por vezes, esqueço-me de ti…)
28 de fevereiro de 2007
.(I)
Um ponto, um só. Final…
23 de fevereiro de 2007
ZECA
mais que o cantar,
o olhar doce de um menino-revolução,
recordo a tua figura de homem calmo que incendeia o mundo, mais que o poema,
recordo o homem que sentia a morte e se deixava ir na corrente da vida, com o coração...
"pamparariripam-pamparariripam, vamos cantar as janeiras, por esses quintais a dentro vamos, ás raparigas solteiras, pamparariripam-pamparariripam, pampampam..."
recordo o batuque dos teus olhos calmos a abalarem os alicerces do mundo e da hipocrisia, dos homens-poder,
recordo o homem-menino, mais que o poeta, mais que o trovador,
recordo o homem que se passeava em camisa de pescador e que libertava a liberdade ao som de uma guitarra-tambor…
recordo,
simplesmente o Homem…
Um abraço sentido, do zé para o Zeca*, homerm-menino que olhava a morte com a doçura de um sorriso…
*a Zeca Afonso, vinte anos depois...
22 de fevereiro de 2007
Olhei uma palavra cheia de letras vazias, soprei-a e descobri uma pequena gota de um grito seco sem som, que corria, cega para o rio…guardei-a,
Aqueci uma lágrima em fogo de alma, encontrei-a gélida de morte, entre as asas de uma gaivota, guardei-a bem fechada na minha mão, a passear-se na linha da vida...
21 de fevereiro de 2007
voa no silêncio da musica, uma musa de asas-luz, zumbe segredos, cristais magoados, martelados nos montados.
falou-me nos olhos
e esvaziou-me de todos os passos ( que não dei…
sonho?)
segredo que só eu sei
que não escrevi,
não desenhei ( cousa minha…
sonho?)
frágil,
sensível
vitral (invisível?)
estilhaços vagabundos,
palhaço-azul, com asas-de-bruma,
de um sonho ( impossível?)
20 de fevereiro de 2007
Insisto em ouvir o voar e fundir-me nas memórias que vou pintando devagar, sem desenho. Não é cousa de brincar…é caminho de existir...
A imaginação só tem cor em reflexos, misturados nas sombras que nos falam em segredos (de memórias irrequietas).
19 de fevereiro de 2007
A musica da pele, mistura-se no odor da canela e do cachimbo-fumo, em azuis prata que inventam rumos…
Suspiros de sereia que se finge papoila de areia-coral,
desenhada num mural,
por um poeta-pintor que perdeu o olhar e a dor,
ao apaixonar-se, por essa flor sem corpo,
sem tons,
sem cor…
Oiço as lágrimas-da-pele, que escorrem da saliva da chuva,
nesta noite escura,
nos abismos sem sons
que os sorve,
num golo só,
o mar que a envolve…
16 de fevereiro de 2007
O sol cai muitas vezes longe do azul, grávido d’horizontes. Nesses dias a gaivota só tem poesia de cinzentos...
o que se afasta de mim nos caminhos, entre-vazios, caídos num abismo de sentires…
por vezes fujo ( ou procuro?)
sentidos, fingidos de ventos…
por vezes escavo ( ou procuro?)
a escultura de uma sombra que se perdeu, escrava de ti…
por vezes procuro
nas letras que faço, o eu que há em mim…
13 de fevereiro de 2007
assolou, em mim a estranha sensação de ter perdido o medo de cair, mas de o ter,( forte e incisivo) na vontade de me erguer...
qual a verdade que se esconde na cal do labirinto que me sopra o vento,
se este céu que me rouba o ir,
se esta lágrima-de-chuva que me gela o sentir,
se esta andorinha que voa à procura de partir,
(Não sei porque insisto neste olhar vagabundo, como se fosse um desenho de criança por colorir…)
Ah, mas sei,
(sim sei)
o quanto vivo nesta ilusão de existir, seja qual for a verdade que descobrir…
12 de fevereiro de 2007
vezes há que partimos na incerteza de irmos, firmes, inteiros presos na magia de não sermos ninguém…
( resta-me um fio,
cousa leve,
tecido de seda, preso aos olhos do universo)
mas estou, (aqui),
a varrer os fragmentos de pólen e das pétalas que partiram à deriva de mim…
8 de fevereiro de 2007
perdi o instante do tempo, ia distraído a pintar o céu de violetas. Tempestade do aqui, inteiro, sem mim…
e as arvores, catedrais dos Deuses, fingem-se cristais, Sombras verdes a assobiar fantasias…
É assim o meu dia,
ser
na melancolia de me perder no instante que antecede o amanhecer…
7 de fevereiro de 2007
nos tempos em que sonhava ao amanhecer, ouvia os sons da alma em formas de lágrima, vezes havia, que se transformavam num violino doido,
Oiço-te, Chopim, desde o longe da memória,
violinos-de-sol de um menino-endiabrado…
Oiço-te, no sonho da história,
(fantasia minha, de ontem, de hoje, do agora)
agarrado à crina de um cavalo alado…
Oiço-te, violino-monge,
de olhos alagados,
em silêncios calados…
Violino-cigano
( piano?)
enfeitiçado…
oiço-te, nos passos, dados
d’uma bailarina de pano
que dança
no acordar de uma criança…
5 de fevereiro de 2007
passeio no escuro a fantasia de ser o sol a brincar com aguarelas
e perdi-me no espelho,
a desenhar, (com o pólen,
fino
e colorido, das borboletas )
flores nocturnas ( cristais de prata)
numa noite sem estrelas....
1 de fevereiro de 2007
Por vezes perco-me quando encontro o mar. duvido tudo,,, só o som do búzio me sabe falar. Não diz, não cala, transforma-se em ar
e
saberia de cor, a cor deste azul-sal
que se entranha,
estranho, no abismo que se fende
neste sonho, real
de ser nuvem-sangue,
que se passeia
cega
no areal…
( para que fique claro
e
não se duvidem das cores que pintam e dividem as palavras, o areal que se diz, está encoberto de sementes de girasol que alimentam o farol, de amarelos queimados pelas estrelas que dançam e velam lentos, quais bailarinas vestidas de lençóis, coloridas de ventos)…
31 de janeiro de 2007
Desenho em pó de giz o que o vento me diz, pigmentos em chama que se gravam na alma, incompletos, imperfeitos,,,vivos
(de fronte)
para te desenhar
(ao pormenor)...
Só me falta um traço
( num único esboço que faço)
e
cor…
Espero que a gaivota passe
e
pinto o perfume da fonte que nasce,
esculpida na alma d’uma flor…
Só me falta um passo
para dizer “amor”…
Coisa simples,
um pouco de terra,
um beijo semente
sete lágrimas ( uma de cada cor,
sem dor)
e
sol
suave, quase ternura…
Simples
esta escultura
gravada em pedra pura...
Só me falta um traço
e
cor…
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o Palhaço de D. Quixote foi à China e ficou de olhos em bico
29 de janeiro de 2007
Entras de noite, sem sombras, negra, escura de perfumes suaves, a abraçar-me a ilusão com se colorisses a solidão do sonho
no silêncios dos pássaros
vejo-te
( em passos lentos)
e
oiço-te os olhos ( de
alabastros-negro)
a cantarem,
saudade
em sussurros baços
e
beijo-te
como se fosses
verdade.
24 de janeiro de 2007
Dias lentos, que se entre laçam na pele cavando interiores,,,cavernas sem fuga
coloquei-o de fronte
e
fitei-o…
andei por ali, ao redor, de cima para baixo
e
em sentidos contrários,
ao lado…
estava estragado…
(fundo)
e, eu, ali, a olhá-lo,,, desfocado…
( subterrâneo,,,cutâneo, defecado de mim…)
...
( defunto?)
22 de janeiro de 2007
os olhos pensam, quando cegos, desenham quando secos, só depois choram…
…
Vazios
…
(Cigarra nocturna,
que ara a terra ao
som de búzios,
na sombra da lua,
que erra nos rios,
cobertos de hera.)
…
Transporto nos olhos uma lágrima da guerra…
19 de janeiro de 2007
agarrar o dia, com dedos pinça, quase afecto, carícia e pintá-lo com pincel d’agua abraçado pelo sopro leve das asas do vento,
acordei em dia, pintado de pedaços,
(destroços,
insangues
langues,
mornos,
distantes),
peguei nele. embrulhei-o em papel (de Natal).
guardei-o. pendurado no nevoeiro que apareceu,
matreiro, a colorir o papel…
aguarela?
pastel?
amarelo-real, castanho-mel!
o dia voltou,,, (na noite a seguir)…
eu?
não quis ir…
preso no pólen
a desenhar borboletas
(quase cor, a girar em carrossel, sem girafas de papel)
fiquei,
estanque,
a ouvir as asas, em movimentos de pincel…
( já ouviram o que dizem as asas a voar d’uma borboleta, desenhada no pó do pólen de um nevoeiro, sorrateiro de brisas lazulis? já?
oiçam com olhar gigante! parece sereia a cantar saudades do amante, sopro de vento navegante,
reflexo,
lágrima de diamante… )
18 de janeiro de 2007
Jogava pedras, esculpidas para o céu, e imaginava-as nuvens, quando chovia punha-me a adivinhar em cada gota, qual a minha pedra colorida
descobri um, perdido,
gasto,
(era meu)
já antigo,
lembro (eu)
de o atirar para o céu
era,
(ainda)
menino,
sonho traquino que brincava divertido com um amor-pequenino…
encontrei-o,
esbatido,
pó colorido
de um sonho
(já)
vivido…
17 de janeiro de 2007
tudo o que sou está do lado de fora, em formas de tudo, Pesa o-que-o-olhar-desenha e voa com o sentir…
oco,
eco?
sonho?
o que tenho está,
na pena-d’asa-de-uma-cotovia, (no-olhar-que-pensa)
e
cai,
quase leve,
suspensa,
no dia.
15 de janeiro de 2007
Ando em equilíbrios instáveis, por entre linhas do horizonte, a brincar com destinos e acasos, indeciso de ser trovador de papel, ou almocreve,
durmo, pendurado no beiral do sonho,
águia-real,
que esvoaça em abandono
no vento solar
a navegar no sono.
14 de janeiro de 2007
encontrei, num dia em que passeava distraído, um céu vaidoso, que se vestia todos os dias a condizer...
desenhei em papel incolor, uma árvore,
azul,
partitura de chopin,
em tons de piano
e
de pain...
por ali fiquei
em sentido
a aguardar
( não sei se a ouvir se a ver) o nascer do céu, curioso de lhe sentir a cor, que trazia vestido…
10 de janeiro de 2007
A guitarra toca. Toca-me em som de sombras-de-aço. Quente de lágrimas de cansaço-dedilhado, sem espaço.
guitarra que grita
e
agarra,
o amanhecer...
tenho sede (de ser)
trovoada (tambor alado),
cigarra,
adereço de palhaço-calado...
sede,
demente de ser,
(só)
semente,
laço sem nó
e
nascer,
pássaro-de-pó,
inacabado…
8 de janeiro de 2007
soubera eu falar de ti, e não desta cousa presente em mim, e as letras eram perfume, e o poema era lume, soubera eu olhar para ti …
negro de abismos
e
imagino uma flor
( gota de sangue, espinho de dor)
rasgo as raízes de mim, pedaços sem nome (escuro)
ventos de noite (sons de coiote,
poço sem muro)
risco a noite
(cinzelada, com traços fundos)
carris ( paralelos, sem fim)…
olho o céu ( sem azuis)
e
pinto, esculpidas no vento,,, aguarelas ( despidas de mim)…
falasse eu de ti
e
o
abismo
era chão,
com perfumes de alecrim…
olho o céu
( azul)
de verão
(profundo),
botão
de rosa sem jardim, (brava)
gravada nas ondas,
inacabada
gaivota tatuada em nuvens de cetim…
5 de janeiro de 2007
olho o espelho estilhaçado, ali, além, pedaços de estanho, palhaço estranho de mim
Jardineiro de sonhos,
pintor de bancos,
brancos,
sujos de mim,
( nuvem acre,
palhaço manco,
vestido de Arlequim)…
Sou,
Saltimbanco,
vagabundo de sargaços,
cavalo andante,
feirante
andarilho do ali…
Sou
Ventos contrários,
pedaço de ti,
migrante,
aqui!
3 de janeiro de 2007
imagino-te escondida, entre a luz, jogo de olhares surrealistas, transparentes…sobreposições de pintor de nuvens, vestidas de sonhos
(linda,
intima,
nua!)
2 de janeiro de 2007
tempestades num céu que se olha pintado de ventos
preso em ti
a colorir sonhos errantes,
(rios sem mar, nem nascentes,
águas transparentes,
sem amante)
sozinho,
nesta fantasia
de navegar na tempestade de mim...
1 de janeiro de 2007
começa aqui, neste ponto ou em qualquer outro. o que conta é o instante
e
foge,,,libertino,
ondulado em searas-do-ali…
ah,
fosse outra a luz que voa,,,além, a brincar em mim
e
o horizonte não era assim,
era gigante no sentir,
em tons de sonhos-de-arlequim...
18 de dezembro de 2006
fragmentos
É este o Natal que sinto. Menino ao longe. Perdido.
Ando a perder o Natal. Dia a dia, a esfumar-se na indiferença de já o não sentir.
Há tantos outros meninos a desnascer, que me perco na direcção dos olhos.
Calo-me no silêncio à procura dos fragmentos. Passos,,, de nuvem, ou de neve? Frios-de-sons.
Tenho tantas imagens no olhar que me dói o ver.
Cego,,, Sigo, no meu silêncio.
Oiço o sopro, o suspiro, a lágrima. Oiço a lágrima que ensurdece (arrefece?) a humanidade.
Aqui. Agora. Oiço cada um dos gritos, cada fragmento que morre sem a cor de um beijo, de um afecto. Fragmentos de meninos sem Natal.
O Natal desta nossa época fecha-se na família, (núcleo primordial da Humanidade).
Desenho lentamente no sentir, um outro Natal, em que o núcleo central seja a própria Humanidade, sem fragmentos, num único sorriso Universal a comemorar a Vida…
Vou estar ausente, no silêncio de mim, sem data de regresso, porque há silêncios (quase rios) que me sussurram ausências…
_________________________________________________________
o palhaço de D. Quixote andou a jogar futebol...coitado!!!!
13 de dezembro de 2006
distrações
e
amarelo)...
Caídas do céu
a chamarem por mim
e
eu,
( junto de Ti,
a sorrir de mim),
sem entender que me diziam,
"Vem por aqui…"
Misturei-me ( discreto) na vida
( quase flor-ao-sol)
quente de mim,
e
ando por ali, ou além
a olhar o que não vi....
12 de dezembro de 2006
sem jeito
no entanto,
sou
(afinal)
um quadro inacabado, devidamente assinado, pintado de azul e sal…
11 de dezembro de 2006
fronteiras de mim
no longe,
sem farol
(num dia que era meu por inteiro,
sem meio),
Ela,
não me quis,
(agarrado à semente),
cuspiu-me
com o vento
e
sal,
entre abraços de gente
e
Sol…
( dedico estas e outras palavras escritas e sentidas, às equipas do INEM, dos Bombeiros, Policia Marítima da Figueira da Foz e sobretudo a uma senhora , de nome Irene, que de binóculos,( curiosa de azuis) me viu a espreitar a morte junto ao horizonte, no dia 9 de Dezembro em hora que não era ainda,,, a minha…)
8 de dezembro de 2006
aveiro
7 de dezembro de 2006
a dimensão de um sentir
mas
o sentir que se escreve no olhar,
esse,
não cabe em mim,
anda por aí,
transformado em colibri…
6 de dezembro de 2006
as minhas inquietudes
Depois da resposta,
(expelida, assim numa torrente, num sopro instintivo),
fiquei apreensivo,,,desinquieto, com a facilidade com que surgiu a palavra “imensurável”
e
de me ter colocado, inteiro, dentro da humanidade…
5 de dezembro de 2006
passos de vento
que faço
e
enleio o que desfaço,
em nó
e
laço…
só o dia
não passa
(opaco)
nesta noite sem asa
que embaraça
quem, distraído
passa
de lá,
da vidraça…
passeio os passos
que desembaraço
num jardim
(cerrado)
de flores-baças,
sem vaso...
por fim,
(depois dos passos)
entro em mim
( fantasma sem espaço)
4 de dezembro de 2006
linhas ciganas
espalmada,
(qual folha seca-de-verão)
retirei,
(com cuidado)
a linha que lhe diz vida
e
desenhei
(com ela inteira)
uma borboleta,
de duas asas
(dividida)…
uma, azul,
outra, incolor
( como quem afasta a dor, dos passos em que caminha)
tinha,
duas asas,,,qual não tem?
uma, mar,
outra, amor…,
(borboleta,
ou flor?
não sei,
era linha de vida
que tinha escondida,
na palma da minha mão…)
almaro, 4 de dezembro 2006
(Ouvi o choro da montanha
numa calmaria.que me impôs
uma espera
um
momento breve
de reverdejar.a.vida
impiedosa é a sombra
que devora.a.luz
que resta
nas colinas dum olhar
........
de mãos abertas
linhas traçando
caminhos
por.onde.as.lágrimas
da montanha.[es]correm
no sangue
sente-se.inverno
completa a.paisagem
a cor azul
do voo.daquela.borboleta
e
na palma da tua mão
depositou
o.coração.de.um.segredo
betty branco martins, 4 de dezembro 2006 )
1 de dezembro de 2006
a intimidade do caminho
Com as mãos,,,castanhas
(terra e mão. Uma presente, outra futuro. Ambas,,,terra!)
In apontamentos para um manual da serenidade, ou como o futuro se transforma naturalmente na intimidade do nosso caminho, ou como caminhamos distraídos, mas sempre com o Um no olhar…
************************
O palhaço de D. quixote, continua a teorizar absurdos>
30 de novembro de 2006
sem cor
abraçada
a
uma
mulher…
O cabelo,,,longo,
é
mar
e
cordas de sol,
(quase jarra
em flor)
o fundo, do quadro,,,gaivotas
e
vento…
(a guitarra
e
a mulher,,,vibram em linha única, contínua de sons-de-aço…
Só me falta a cor!
…de que cor,
se pinta um abraço?)
*************************
o palhaço de Dom Quixote, voltou a asneirar com teorias absurdas
29 de novembro de 2006
geometrias
O quadrado só lhe toca em quatro pontos.
O circulo e o quadrado,,,têm um único ponto, que sendo de ambos, os vê do centro.
Gosto do circulo, mais que do quadrado.
Caminhando no circulo pertenço ao quadrado, e ( no entanto) estou fora dele, e sei que há um único ponto que está no olhar que lhes deu origem...
28 de novembro de 2006
amadeu

mergulhei no quadro,
esquecido da cor,,,apenas para o viver, no instante em que a linha e a cor eram mão de poeta...
[devia existir uma graduação de poetas
e
a mais nobre ser,,,pintor, porque ele,
( mão, olhar ou o que for),
DIZ,,, um poema sem qualquer palavra,,,as palavras surgem a quem o olha transformado em cor...]
sentido nos passos de uma visita à exposição Dialogo de Vanguardas que decorre na Fundação Calouste Gulbenkian
Quadro de Amadeu Sousa Cardoso / Casa de Manhufe
27 de novembro de 2006
(in)definições do abstracto
é
uma escultura, cinzelada com a paciência do escopro que a (des)enforma, a outra , a que se escreve livre,,,com o sentir e o instante,
é
pintura,,,mancha de cores, sem forma…
24 de novembro de 2006
porque não me largam,,,as perguntas?
escrever esta solidão que sinto,
é
labareda que se extingue,
caruma ardida,
desenho-nuvem,
pluma,
do que já fui,
(arvore?)
(perfume?)
(quimera?),
(ah!)
quem me dera,
ser gume
e
não
esta cousa informe
sem lume…
(folha,
caida
de hera?)...
21 de novembro de 2006
inquietudes do silêncio
seta-destino,
saltimbanco-manco-de-carrossel
(cavalo-ferido)
nas voltas
(perdidas)
de
um
pião
de
cordel...
rasgo-a-folha-de-céu,
amarrotada de tinta
negra
(colorida?)
véu
enrugado
de letras
sem pincel…
cerro as mãos
sem a força de querer ser
(criança?)
(oração?)
água que ferve
em mim
(nuvem-rio)
que tropeça
(no vento)
em
buliço
do não existir,
( inquieto de não me sentir…)
20 de novembro de 2006
horizonte-sintese,,,de mim
na melancolia de um sonho,
(imagem-desenho)
luz-de-pedra
(feldspato e mica)…
Fecho-me de olhos,
como quem entra no Sol,
e
fica,
(esquecido da vida)…
Pinto o azul,
em pó-de-giz
(sopro de mim)
só!
( diz,
o que sou?)
Gaivota?
não, ela voa
e
eu,
aqui,
imóvel…
Horizonte?
não, ele equilibra-se no profundo-visível,
e
eu,
olhar-possível…
Sonho?
Ah,
sim, girasol-raiz
( incompleta
de mim)…
alma concreta,
pedra,
(feldspato e mica)
aquarela,
tinta,
nuvem,
em azuis carmim…
18 de novembro de 2006
a transmutação de uma perda, no vento que a abraça
É esse movimento que me persegue, como se a vida mudasse de rumo sem eu ter dado conta, inebriado pela criança revolta de entusiasmos que me contemplava os passos. Tive vários desmomentos destes, na vida que me traçou o passado, próximos de um réptil que muda de pele.
Sou hoje, mais próximo de uma pedra, que parada sente o mundo sem o procurar descobrir…
Descobrir implica vontade, impõe uma disciplina de descodificação da vida, para a qual perdi a vontade de ir.
Cada passo que dei, esvaziou-me o sentir, pela intensidade de o viver. O corpo cansou-se e a memória perdeu-se no desencanto da cor.
Decidir parar, é um passo lúcido e irreverente.
Oiço a respiração do Universo, deste ponto em que cansado me sentei a dormir de sentires…
Há momentos em que sentimos uma necessidade vital de nos libertarmos de nós próprios, de um eu que nos prende o olhar, que nos desfocaliza o ego e, distraídos nos deixamos esvaziar do mundo.
Tenho sede de não me ser. Tenho fome de me libertar do meu eterno desassossego.
Estranho este dessentir, este imobilismo de me ser., mas aqui, sentado em pedra, fogo arrefecido, oiço o vento, na pele que se despinta de mim…
Hoje é um dia inteiro sem tempo…
17 de novembro de 2006
distracções
gotas translúcidas de Destino…
(eu?)
Andei por aí,,,distraído,
afogado em Tempo,
não O olhei,
não O vi
(tão pouco,
O
senti…)
e
Ele ( Destino),
foi por aí,
em sarjetas, para o rio…
(ah!, tivesse eu sabido e não O tinha perdido,,,Bebia-O!
Choveu,
andei por aí,,,distraído,
preenchi-me ( por inteiro ) de vazio,
qual copo de água (cheio), translúcido, sem cor!
Fingi-me
( grão d’areia-de-Universo),
e
deixei-me
cair,
em mim,
(inteiro),
desabitado
de cor...
16 de novembro de 2006
na sombra do tempo
de frente,
(…arde um fogo calmo,,,quente…)
em desafios irreais…
Agarrei-o,
no alto
e
preguei-o, para que ficasse, ali, de parede, pintado em memórias…
(como quem colhe uma flor, na ilusão de transformar,,,a jarra)…
Olhei-o, fixo, despregado de mim…
(De que vale ficar frio,,,assim?, descontínuo de passos, perdidos no Aqui?)
Por vezes, acordo assim, sem vontade de me passear no dia, permitindo que ele escoe, sem o olhar, sem lhe gravar passos.
Nestes dias, o tempo torna-se omnipresente com uma intensidade gigante, abraçando-nos numa angústia que nos paralisa os respirares.
Cair na tentação de não viver o dia, é mergulhar num abismo de silêncios.
Quando assim é resta-me vagabundar com a lentidão dos passos indecisos, para que o dia não pare dentro de mim e me atrase os futuros…
14 de novembro de 2006
in sangue
( Raiva!),
de me ser assim,
( silêncios),
sons,
(d’ aço)…
Só assim me oiço,
( voz!)…
Toquei,
(sangues),
Golpes,
nos dedos-da-alma
(ferida!)…
Grito,
que se liberta
(perdido!)…
13 de novembro de 2006
palavras d'outonos
(ás folhas),
letras,,,trituradas,
(suicidas)
rasgadas,
caídas,
em gotas-de-tempo,
(dissecadas)
de sentidos…
Palavras,,,ditas
no escuro-do-som,,,(a assustar os silêncios).
10 de novembro de 2006
Referências,,, pontuais
e
é com ela (insistência) que ganhamos a capacidade de os contrariar
e
contrariando-os, evoluirmos, nós e eles…
In “ apontamentos para um manual da serenidade,
ou
como o acto de contrariar nos obriga a escolher outros pontos do olhar ( Ao deslocarmo-nos para nos fixarmos no novo ponto, caminhamos e caminhando evoluímos,nós porque olhamos de outro ângulo, eles porque olharam para nós com a curiosidade de saber…).
9 de novembro de 2006
prisões
In” apontamentos para um manual da serenidade",
ou
como, por vezes uma janela, esconde a nossa prisão, mas não o nosso olhar,
ou
como, a janela é simultaneamente a nossa necessidade de prisão e de liberdade, porque quando te expões a uma liberdade intensa procuras o muro de um lar, e quando te deparas confinado a este, abres uma janela para veres o Mundo que te liberta o olhar...)
8 de novembro de 2006
(In)definições desajeitadas do olhar
( é
a estação das árvores, com sombras coloridas, reflexos de estrelas que se colam ás folhas que viajam…)
(é
o equinócio das árvores-que-caminham, rastejantes no chão, sopradas na cor do sol-que-se-deita…)
( é
o sentir,,,vagabundo, das raízes que assobiam sussurros de terra húmida…
( nota: não gosto de definições, porque não gosto de limites, gosto de imagens, porque as imagens mudam consoante o ângulo, a luz, e o instante do sentir. Tudo o que escrevo, é por isso, uma (in)definição. Talvez um desenho, que se “esquiça” enquanto o olhar se perde no sentir... )
7 de novembro de 2006
sombreados de chuva
(pesada?)
lágrimas-negras-por-chorar,
(sombras?)
compactas-de-chumbo,
(cansadas?)
a esconder horizontes-de-poetas
(lamentos?)
a voar com a lentidão dos ventos...
6 de novembro de 2006
Confuso que baste, por isso só deve ser lido por mim ( em voz baixa, e pausada, não vá baralhar-me!)
Isto de saber o Mundo tem que Ser devagar ( com vagar,,,puxando o tempo para que tudo caiba,,,no olhar) ( só um tonto,,, lança corda ao tempo ( os outros, os não tontos , dão,,,corda) e o puxa e puxa, só para ter o prazer de ver TUDO!) ( doido?, Talvez seja a palavra certa,,,doente é que não, que doente fica sem forças e está visto que puxar é cousa d’outro Mundo)…
Ser,,,devagar,,,ou ir, não é perder o Mundo, ( é alcançar?), muito menos Ser,,,passado. Não! Ser,,,devagar,,,é olhar o Amanhã focado! Nítido! Como quem pula ( salta?) para o instante e o prende para o ver.
Ser,,,devagar,,,é olhar ( também) para trás e ver o passado a aproximar-se dos olhos, em vez de serem os olhos a irem ao encontro dele ( porque os passos, já foram no silêncio de irem,,,devagar,,,para diante ( resultado de saltarem por de cima do instante!)…
Ser,,,tonto ( ou Ser,,,devagar), foi a forma que encontrei de me unir ao UM, no instante exacto que somos ( em simultâneo ) Passado , Presente e Futuros ( que isso de futuro único é cousa que não se pode dizer ao destino, que é teimoso e sarcástico.Gosta da sua liberdade por inteiro, e de baralhar tudo de uma só vez, numa só jogada!) .
3 de novembro de 2006
parar,,,o tempo
(*) voltava, não à mesma hora,,,que o Mundo tem artes bizarras de andar por aí “vagueante” sem respeito por horas ou relógios, o mesmo instante, é o do “desdormir” da noite, aquele em que o Sol se “des(h)orizonta”...
2 de novembro de 2006
retrato
( quadro pendurado na linha do horizonte, pelo que só é visto do lado de lá, ou de tempos para o ar...a dois terços da linha, junto ao ponto de ouro, que isto de dimensões do eu tem que se lhe diga. digo eu, para ficar dito);
( claro que a imagem se distorce,,,a linha abre vala, em V(ê) , qual caleira do oceano, que escoa no Universo, culpa da irrequietude de se pendurar um eu feito quadro-retrato-quadrado ( pesado) na linha do dito, que o deixa de ser, por ficar, V(ê), que se vê de olhos vistos.)
"Sou esta cousa informe, com a liberdade toda de me viver sem nome (sozinho no eu) "
( o melhor é calares a escrita, Já. agora...)
silêncio...ele está calado, a rir-se todo nos olhos!
fim do retrato, falta só pintá-lo! ( no silêncio das cores, quadradas, de cubo, em sete pontos de fuga, presos no cavalete de um anartista inconformado com o espelho)
nota: estado de alma confuso provocado pela leitura do António que não quer ser António quando escreve, mas que é por ser o António ( Lobo Antunes), e não outro que se lê...
Socorro, acordem-me, desta insónia de espelhos e de labirintos, e de retratos, e de desencontros, já me basta um eu distorcido por sete pontos de fuga!
31 de outubro de 2006
as diabruras de mim
( pergunto-me, desprendido de resposta, se a memória são só lembranças que nos habitam os passados, se cousa outra,,, que deslembramos, mas que já vivemos inteiros e que anda por aí a esvoaçar futuros?)
30 de outubro de 2006
os silêncios do lapis
…procuro o longe,,,horizonte-monge do ALI.
…leva-me leve,,, o mar, para TI.
…silencio(s),
…angustia-ausente que VIVI.
…rimas.rumos.ritmos.muros.labirintos-d’aquém-em-asas-de-colibri.brancas, lazulis,,,lápis d’anjo, silêncio(s) de MIM...
29 de outubro de 2006
forma de pedra
( escrevi?)
uma pedra,
como quem guarda
( grava?)
uma ferida.
Feri-a.
Fria.
Sombra de rio…
Gravei numa pedra,
um palhaço,
d’aço
que ria.
Fria. A pedra,,, informe de mim
26 de outubro de 2006
25 de outubro de 2006
interrogações d'alma
e
abandonei-a-ao-sol,,,a evaporar-se,,, no nascer da noite…
*Copo d’agua = estado d’alma confinado ao eu? alma saciada que se volve em água? Aprisionamento d’alma?
(ponho-me a imaginar, de olhos escondidos, a cor,,,(da agua? da alma? ) a evaporar-se no nascer da noite...é um gosto que tenho, mimetizar-me na cor que se evapora, pura de mim, a renovar-me no dormir da noite...)
24 de outubro de 2006
movimento(s) do absurdo
Ela,,,é,,,o meu vento…
In”apontamentos para um manual da serenidade” , ou como o importante é orientar os nossos passos, seja qual for o sentido do sopro da nossa angustia…
23 de outubro de 2006
distracções
e
no lugar do nome (esquiço que desenha o estado d’alma do pintor) escorregou uma lágrima. única. rubra! grito incolor de quem, em vez de sonhar uma flor, deixou incauto cair a dor…
20 de outubro de 2006
acasos, ou (ainda) a teoria do UM
Só o Um tem arte (engenho?) de abraçar tudo
e
continuar com o movimento…
19 de outubro de 2006
maturidade(s)
Está ali.
Na estante.
Só!
Colorido ( a sorrir-me em sussurros divertido),
de pó
Não chegou ( ainda) o instante
de o sentir…
Há um momento( destempo) certo para tudo…sobretudo para colorir um livro para crianças ,,,sem fingir…
*********************************************************
serviço noticioso
o palhaço de D. Quixote actualizou o seu espaço com uma teoria absurda (quase imbecil)
18 de outubro de 2006
confidências...
em marulhos de névoa, uma gaivota inquisidora:
“Que fazes? Perdeste-te? ”
Olhei-a,
enroscada-nos azuis
e
procurei-me na resposta…
“Voo!”,,,disse-lhe convicto-de-evidências…
“Sim, eu sei,,,mas que fazes aqui? Perdeste-te?” Insistiu ela em esgares trocistas…
“Não sei…provavelmente procuro…” disse-lhe irrequieto
e
já sem voo! ( perdi-me, pensei,,, em certezas só minhas…)
17 de outubro de 2006
a fisica da alma (?)
15 de outubro de 2006
quero

Resposta em silêncio ao alquimista
e à Betty
fotografia original de Finbarr O'Reilly ( esta foto foi alterada por mim sem autorização do autor, o original, sem desfocagem será resposto caso o autor, ou quem o represente assim o manifestar)
13 de outubro de 2006
transformações
é colorir o imaginário que nos invadiu o olhar. Não é iludir,,,é transformar.
Assim,
um sonho,
é cousa concreta, mutação do real, esculpido no sal e no vento, que se vive com a intensidade do sentir….
12 de outubro de 2006
pisar,,,silêncios ( parte II)
(des)-sombra-do-eu, como quem bebe o céu,,, a iludir que esconde a noite…
11 de outubro de 2006
pisar,,,silêncios ( parte I)
Larguei-me (abandonei-me?),,, no espelho,
estilhaço de vento
que ecoa na gruta,
onda,,, nua,
defunta…
10 de outubro de 2006
9 de outubro de 2006
6 de outubro de 2006
5 de outubro de 2006
pequenos,,,pontos
Sabes, Papá,,, agora já sou capaz de desenhar o horizonte
e
guardá-lo inteiro no olhar…
3 de outubro de 2006
hoje, na cidade que me habita nos passos
2 de outubro de 2006
o jardineiro da noite
Disse-me em surdina que
“…plantava histórias. Que o seu jardim estava a transbordar de histórias, em vapores de poemas. Que era ,,,( o seu jardim), uma floresta que só os pássaros e as borboletas ouviam.”
Disse-me ( ainda) em segredos que
“…passava a noite a esculpir palavras-semente”
e que andava na ideia,
“…de esculpir a mais maravilhosa das sementes”
mas que
“…só lhe sabia ( ainda) o Nome!"
Chamava-se,
“…Humanidade”,
disse ele,,,
mas que (ainda) não sabia
“…qual a forma que haveria de lhe dar. Um pequeno nada e deitava tudo a perder"
podiam os pássaros,,,no desleixo dele
“ …deixar de cantar
e,,,
enlouquecer…"
29 de setembro de 2006
O Confessor
Daniel Silva
Bertrand editora
1ª edição de Agosto de 2005

De leitura fácil, peca por estar demasiado colado ao tema e ao estilo de West, que tanto explorou o tema,,, a continua intriga instalada nas “Pedras” do Vaticano…
"O memorando de Martin Luther a Adolfo Eichmann pareceu causar ao Papa uma dor física. A meio da leitura, estendeu a mão e pegou na do padre Donati em busca de apoio. Quando Gabriel terminou, o Papa inclinou a cabeça e uniu as mãos debaixo da cruz peitoral.
Quando voltou a abrir os olhos, olhou directamente para Shamron, que segurava o relato da irmã Regina acerca da reunião no convento.
- Um documento notável, não acha, Sua Santidade? - Perguntou Shamron em alemão.
- Receio usar uma palavra diferente - respondeu o Papa, respondendo-lhe na mesma língua. - Vergonhoso é a primeira palavra que me ocorre."
(...)
metafisicas coloridas
Disse-lhes (convicto) "que não se devia dar-lhes significado para que não perdessem o brilho de ser cor…
Uma cor com significado perde a capacidade de se misturar com outras. Só na mistura nasce uma cor nova
e
uma cor-nova não tem nome,,, muito menos significado!
Uma cor-nova tem toda a metafísica do Mistério!"
Ficaram mudos, num silêncio de insulto, por isso larguei-os de trela até que se esfumassem em nuvens. Vezes há que é preciso deitar fora todos os pensamentos ( nossos e d'outros) para que nasçam outros ( nossos) . Novos!
27 de setembro de 2006
o salto
26 de setembro de 2006
medidas (in) variáveis
25 de setembro de 2006
teorias do ponto (II)
teorias do ponto (I)
é
a convergência de todo o Universo no ínfimo instante do presente ( de cada acontecer)!
22 de setembro de 2006
imperfeições,,,perfeitas!
Quero sentir! ou,,, Agora Vou sentir!
e
zás flúi em nós o desabrochar de uma cor que nos altera os fluxos…
A resposta que encontro esboça, em cinzentos de duvida, que a Vontade apenas Lhe abre a porta, e vezes há que o sentir é tão intenso que não há vontade que lhe consiga travar a fúria porque o sentir lhe antecede os passos e a asfixia ( digamos que são sentires embebidos d'uma E N O R M E vontade!)…
Ah, amigos que me habitam o eu, deixem as portas abertas! Não! Abertas não! Deitem-nas fora e deixem-se invadir pelo turbilhão,,,quanto menos o reprimirmos, mais sereno se torna, e é na serenidade que se saboreia (sorve) toda a sua essência…
A vontade não gera sentires, apenas lhe é concedida a capacidade de os tentar conter…
21 de setembro de 2006
em silêncios...
(Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer)
20 de setembro de 2006
o acontecer
Retrato de um beijo de nuvens coloridas…que no escuro se transformam em luz,,, tempestade do grito.
Não há nada mais sereno que o silêncio que precede o trovão…é o silêncio da vida a espreitar…
Assim, ando eu,,, a espreitar, curioso de me ser no EU, concebido de ventos e de mar…
19 de setembro de 2006
ecos,,,de cor
Dou comigo a vaguear com a agridoce ilusão de me descobrir na fantasia da cor…
18 de setembro de 2006
o desenho de uma nuvem
Não a vejo chuva,,, nem gota,,,mesmo que cada gota seja pedaço de chuva, mesmo que a chuva toda,,,seja uma Nuvem inteira!
Quando olho uma nuvem, mergulho na fantasia de a ver,,,Nuvem...
14 de setembro de 2006
ainda,,, o sonho
Só no sonho moldamos o tempo
e
nele ( sonho) não há física,
nem gravidade,
nem relatividade,,,muito menos química…
nele ( sonho) há o mistério da emoção do DESCOBRIR!
Soubesse eu distinguir os passos que dou,,,nele ( em destempo de mim),,, dos que gravo nas arreias que me azulam dos dedos da vida, e seria só multidão,,,sem o olhar de mim!
13 de setembro de 2006
enunciações,,,do sonho??? ( ou a teoria da inutilidade filosófica????)
ah! como é instável a verdade!!!!) um sonho que se desenha da ignorância da memória,,, o “ Futuro” também o é (sonho),,, Mas esse pinta-se da vontade irresistível de se transformar em memória!
In “ apontamentos para um manual da serenidade”, ou como é urgente que te apercebas que não tens um passado,,, tens “passados”,,, conforme ficaram desenhados na memória, tua e colectiva, e que o futuro depende da forma como o acaso se funde com a vontade de o seres (futuro), e a tua vontade, o teu querer, será primeiro, memória (tua),,,só depois colectiva!
11 de setembro de 2006
11 de Setembro, ou qualquer outro dia
Texto junto às torres: “2.863 pessoas morreram.”
Texto junto ao homem: “40 milhões de infectados pelo HIV no mundo.”
“O mundo se uniu contra o terrorismo. Também deveria se unir contra a SIDA” .

Junto às torres: “2.863 pessoas morreram”.
Junto ao velho: “630 milhões de sem-teto no mundo”.
“O mundo se uniu contra o terrorismo. Também deveria se unir contra a POBREZA”.

Junto às torres: “2.863 pessoas morreram”.
Junto ao garoto: “824 milhões de pessoas morrendo de inanição no mundo”.
“O mundo se uniu contra o terrorismo. Também deveria se unir contra a FOME.”
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8 de setembro de 2006
mais vale percorrê-lo
E
ZÁS!
Ignorá-lo assim, sem mais ( junto com a memória)…
Para quê, procurar uma saída se já perdemos a entrada
E tudo o que nos envolve são sombras e nadas????
Engano!
Se por ventura alguém apanhar a bola amarfanhada,,,COITADO! Não vai entender nada,
e
zangado-de-curiosidade,
também ele, devolve a bola, assim, sem mais, deitando-A fora!
E,
Deus meu, então é ver o labirinto a sorrir, fortalecido na sua enormidade, porque andou de mão em mão,
crescendo,
crescendo,
em bolas-cartas, à espreita,,, sem destino, de novo destinatário!
7 de setembro de 2006
labirintos
se transforma em deserto)
e
te sentes ponto ínfimo,( qual
gota de onda)
há um labirinto infindo
que te engole o olhar
fervilhando
dentro de ti…
Agiganta-se informe para te inquietar
(sem te ouvir
ou avisar, passa a ser estrela polar
que te leva
e
te guia)…
Não sentisses tu, esse labirinto
e
perdias-te
sozinho,
em ti...
Nota: Prometi, a mim mesmo e a quem (aqui e ali) me ouve que ia deixar de escrever sobre labirintos, mas a verdade é que o meu constante sentir de procura, inevitavelmente (con)funde-se num labirinto. Não é necessariamente angustiante, percorre-lo. Vezes há que ele se torna omnipresente, e essa omnipresença passa a guiar os teus passos. Nessas alturas, só há uma cousa a fazer, é aceitá-lo e divertires-te com ele. Descobri, nesta minha viagem, dois tipos de labirintos, os que não tem paredes e se tornam um enorme deserto, e os que se escondem em corredores sucessivos de muros. Ambos nos desorientam, ambos nos obrigam a mergulhar no mais profundo do nosso ser, para seguir caminho, tornando-se importantes porque nos obrigam a escolher sentidos.
Estar, ou Ser, num labirinto, torna-se uma constante inevitável da vida. Não é uma obsessão minha, muito menos uma tragédia. Aceitá-los passou a fazer parte do meu caminho para a serenidade.
6 de setembro de 2006
ultrapassagens
( estive tentado, num impulso inconsciente de escrever, “nunca”, " não queiras nunca" mas a palavra “nunca” é tão obscena com a palavra “sempre”,,, não gosto da palavra “sempre”, nem de outras que criam grilhetas nos passos. Deixem-me portanto manter a ilusão da minha própria liberdade, não as usando, apesar de as sentir…)
ultrapassar o Mundo,,,aprende a ser feliz, na procura da subtileza de te ultrapassares,,,em permanência…
In “ apontamentos para um manual da serenidade” , ou como devemos ter o cuidado de empurrar a meta para diante, à medida que nos aventuramos nos passos…
5 de setembro de 2006
prolongamento do Ser
de jardim,( em ferrugens verdes de sombra)
dobrado de vida, estava um homem ( em silêncios de borboleta),,, apoiado nos sonhos…
desenhava, no céu ( com a lentidão da leveza),
bolas de sabão ( coloridas?)
subiam,
uma
e
uma
até ao nada…
ele,,,cantava ( contava?
recordava?)
uma
a
uma,
as horas da sua vida…
4 de setembro de 2006
preso no ver
da palavra
“olhar”,
e
no entanto,
todos os dias,
nas noites, (quando se acalma o sol)
sei,
que o que vi
no dia,( escuro,ou não),
foi diferente…
Tão díspar
do outro, que já não vejo
porque me fugiu no tempo…
Talvez por isso, sinta TUDO ( o que me coube nos passos),,,NOVO,
cada dia…
Assim,
a palavra, “olhar”,,, nasce, ( nos dias,,, Todos)
para mim,,,com a forma de futuros,
que me abraçam,
profundos,
sem fim,
no olhar…
3 de setembro de 2006
outra forma de escrever uma carta
vermelha
de
sangues
e
jasmim…
Soprei-A,,, de ventos,
longe de ti.
Estilhacei-A
em mil cores
até
não ter cor,,,nenhuma…
Quando,
finalmente,
c
a
í
u,,,era lágrima
(agua pura,,,quase chuva)
de ti…
31 de agosto de 2006
ritmos do existir
In “ apontamentos para um manual da serenidade” ou como a expiração (fragmentos filtrados da felicidade) deve ser rápida e desatenta,
ou como uma
e
outra ( felicidade e infelicidade) se desconjuntam no existir, mas que nos respiram Sempre!
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serviço noticioso:
o panhaço de D. quixote actualizou o seu espaço com um pontapé na bola
30 de agosto de 2006
Vates - A.G.B.
Ana Margarida Oliveira
Edições Verso da Kapa

Paira o mistério eterno de Portugal, abraçado na névoa do seu rei menino, que desengonçado de físico e teimoso de alma se perdeu algures por terras de Alcácer Quibir.
Não sei se Ana Margarida Oliveira, pretende continuar a(s) história(s), porque na verdade, as duas ultimas frases do(s) romance(s), Parece induzir uma continuação. Não sei quem abraça Isabel, quem a esperava na ilha, mas fica a névoa d’el rei ali estar, à espera de se (re)fazer Portugal…
“…Esta caixa foi-me entregue em grande segredo na Índia, com a recomendação de que aqui estaria o futuro de Portugal e que eu saberia o que fazer com ela. E nada mais.
- Mas…o que quer isso dizer?
- Não sei filha! Tenho que pensar! Mas tenho sobretudo de a esconder. Com o nevoeiro e o desvario que havia na Santo Agostinho, Olívia e a caixa deram muito nas vistas. Houve muita gente a reparar nela devido aos gritos e à forma exaltada como ela a quis defender. A caixa terá que ser guardada com descrição. Tenho esta responsabilidade. Aparentemente o futuro do nosso país está com esta caixa!
- E, no trono, um rei que não é português…
- Pois é Isabel…E, nesta nau, muita gente que não sabemos de que lado está…
- O meu pai acha que D. Sebastião está vivo?
- Eu acho que Portugal está vivo! Acho que todos nós, os verdadeiros portugueses, somos um pouco el-rei D. Sebastião.”
29 de agosto de 2006
nem nuvem, nem chuva ( ou, as inconclusões de um eu,,,desencontrado)
se eu pudesse beber uma nuvem,
passeava-me
nas ruas,
como se fosse o próprio universo,
inteiro-de-autoridade,
(numa quase vaidade)
de ser um ponto sem fim
a andar sem sentido,
para qualquer lado
( distraído?)
por ainda não ter chovido,
(razão por ter nascido,
assim,
inacabado…)
28 de agosto de 2006
brilhos de pó
e
ali ficou ( a pastorar
e
a enganar-se nos sonhos
D’um menino
que imaginava histórias
com todos os segredos
das árvores
e
das gaivotas,
assim,,, Todos juntos,
misturados,
numa amálgama
de nuvens pintadas de Ísis,
e
a sorrir
como O pintor-de-Arlequins
quando se olhava ao espelho
e
Só via,
Cor
e
Arco-íris
quebrados
na tela
Em forma de quadrados…)
25 de agosto de 2006
sons da terra, do céu,,, de poesia
(que lia)
e
fiquei a ouvir o céu a trovoar,,,trovas, de luz, de uma noite sem luar…
nota a quem anda distraído: Aqui e ali necessito de um tipologia de pontuação ortográfica que não existe na linguagem escrita. Ultimamente tenho precisado de "algo" parecido com reticências, mas que diferem delas porque são uma pausa prolongada, e seguem caminho definido.
São as virguliticências (,,,). As reticências, são algo que termina numa indefinição ou que dá liberdade de reencontrar outros sentidos, As virguliticências, não! São mais prolongadas que a virgula simples, Tornam-se complexas porque dão tempo a que o tempo se instale no sentir e baralhe tudo com a sua presença.
Há tempos precisei de arranjar um ponto de admiração, para desenhar o sentir-dos-olhos-que-saltam-para-diante-quando-se-maravilham com-o-VER , e para o diferenciar do ponto de exclamação (!), à falta de outro, virei-o ao contrário (i)
24 de agosto de 2006
o choro do mar, (des)salgado em estilhaços
Sem marulhos,
Ventos,
Velas
Ou
Mastros.
Só azul, céu e horizontes ( muitos,,,em linha única,,,qual retrato do Eu de uma criança), como se quisesse, não molhar as areias, estilhaçadas de alabastros...
23 de agosto de 2006
dias, à noite,,, de mim,,, de lua
escura na noite
(entre janelas,
fechadas)
a Lua…
Insónia de ventos
sem luz de rua…
Deito-me
só
(cheio de mim)...
Fuga
fugaz
(de um dia que não vem)
na proa de uma falua
que se desfaz
em nuvem...
22 de agosto de 2006
cor-de-mar
depois, ( envolvida em história) lancei-a,
de novo,
no Mar.
Não voltei a vê-la…
Recordo-a,,,ou na história ( que me reconto em (des)novelo ),,,ou no desenho que me ficou em mão(tenho uma estela gravada na mão,,, dedo-a-dedo…)
Enlouqueço na cor, por não saber com que azul se pinta o mar,
( mais vale não o pintar
e
deixa-lo, tal qual,,,cor-de-mar…)
21 de agosto de 2006
navegações
10 de agosto de 2006
repetir palavras,,,não importa
Tenho andado por aí.
Assim mesmo,
tal qual,
por aí,
livre de me ser sem me sentir por dentro, de me questionar, de me sentir, de me formar, livre de mim
e
existir-me só por fora, De olhos fechados, No escuro de um Eu que se impõe em sentires.
Cansa sentir.
Esgota sentir, Sentir é um furacão que nos suga num vai-vem que dói, que magoa, que enaltece, que sorri, que nos comunica com o Mundo,com a fantasia, com o tempo
e
o destempo, Por isso me liberto ritualmente de mim, como quem esvazia um saco
e
o dobra
e
arruma, Ando por aí sem escrita nem poesia, só o desenho me arrasta no pó, Debruço-me a cada passo
e
guardo as pequenas pedras coloridas que o mar me oferece, redondas, lisas
e
vou, preso no horizonte, sem olhares, É saborosa esta ausência no destempo, é uma espécie de não existir no Eu, Sorrio no nada, de nada, livre de não me saber, livre de me perder sem labirintos, Como no deserto, Perdido sem labirintos, Perdido no espaço, De ser apenas um ponto de espaço, um grão de areia do deserto.
Ah, como sabe bem ir por aí…